Tribunal de Contas
Magistério sem plano de carreira gera multa ao prefeito de Mamonas
A Segunda Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) decidiu na sessão de hoje (5/12/2023) o Processo n. 761.345, cuja inspeção foi realizada na Prefeitura de Mamonas, localizada no Norte de Minas Gerais, e multou o atual prefeito, Valdeci Custódio Jorge, em R$ 5 mil por descumprir continuadamente a determinação do Tribunal em regulamentar o plano de carreira e a remuneração dos profissionais da Educação Básica do município, conforme é exigência da legislação federal (Lei n. 11.738/08).
O objetivo da inspeção foi fiscalizar os atos de gestão quanto à execução orçamentária, financeira e patrimonial. E o escopo da inspeção abrangia também a análise, por amostragem, das disponibilidades financeiras e, integral, das aplicações de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino, inclusive do Fundeb, e nas ações e serviços públicos de saúde, relativas ao exercício de 2007.
Constatadas na inspeção as irregularidades sobre elaboração ou adequação do plano de carreira e remuneração do magistério, vários avisos foram encaminhados por ARs àquela prefeitura, que, invariavelmente, manteve-se alheia à obrigação de cumprir a determinação do Tribunal. Do ponto de vista processual, o prazo para o envio da documentação foi regularmente estendido, contudo, em todos os casos, não houve resposta por parte da prefeitura.
“Manifesto-me pela aplicação de multa no valor de R$ 5 mil reais ao Prefeito Valdeci Custódio Jorge, do Município de Mamonas, […] em razão do reiterado descumprimento de determinação deste Tribunal. Intime-se novamente o Chefe do Executivo do Município de Mamonas, por via postal e Diário Oficial de Contas, para comprovar, em 180 (cento e oitenta) dias, o cumprimento do disposto no art. 6º da Lei n. 11.738/08, sob pena de nova multa”, votou o relator, conselheiro substituto Hamilton Coelho, que foi acompanhado pelos outros conselheiros.
Regina Kelles | Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.