Tribunal de Contas
MPC-MG realiza seminário sobre resolução consensual de conflitos
O Auditório da Escola de Contas foi o cenário escolhido para receber o IV Programa de Capacitação do Ministério Público de Contas de Minas Gerais (MPC-MG), hoje, 23 de novembro de 2023. O evento que contempla o 2º Seminário de Capacitação recebeu mais de 90 inscrições presenciais e 100 interessados para a forma on-line e teve como tema “Resolução consensual de conflitos no âmbito do controle”. O encontro teve o objetivo de fomentar a prática da resolução consensual de conflitos no âmbito do MPC, por meio da análise de mecanismos, possibilidades e limites existentes em nosso ordenamento jurídico.
A abertura do encontro foi feita pelo procurador-geral do MPC-MG Marcílio Barenco Corrêa de Mello. Na ocasião, Barenco lembrou sobre o processo de trabalho que resultou na tese de doutorado dele, Termo de ajustamento de gestão como instrumento de composição no controle das despesas públicas, finalizado em 2021. O procurador falou sobre o modelo de sistema multiportas; princípios norteadores e diretrizes éticas; superação da cultura da litigância; normas regulamentadoras; Lindb e controle consensual no setor público; limites à consensualidade; e indisponibilidade pública.
Em seguida, o procurador convidou o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais Jairo Cruz Moreira para apresentar Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica da instituição, o COMPOR. O órgão tem a Ele tem por finalidade implementar, adotar e incentivar métodos os quais os conflitos são solucionados pelos próprios envolvidos, como a negociação, a mediação, a conciliação, as práticas restaurativas e as convenções processuais.
O auditor federal de Controle Externo no Tribunal de Contas da União (TCU) Nicola Khoury também participou do Seminário e falou sobre “Solução consensual das controvérsias na seara do controle externo: instrumentos e etapas do processo de resolução”. Khoury, que também exerce a função de Secretário de Solução Consensual do Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apresentou dados de redução da litigiosidade e casos práticos das instituições em que atua.
A procuradora do Ministério Público de Contas, Sara Meinberg, finalizou as apresentações dos painéis, mostrando casos práticos da resolução consensual de conflitos no MPC mineiro, pela Resolução 32/2023. Meinberg ressaltou a grade mudança de paradigma no Direito Administrativo brasileiro, desde 1985, a Lei de Mediação e o Código de Processo Civil de 2015. A procuradora pontou medidas de implementação da Resolução que instituiu o Núcleo de Resolução Consensual de Controvérsias e Prevenção de Conflitos no MPC-MG, o NURC, como respeito ao interesse social; validação; e mínima formalidade necessária. Sara também mostrou princípios de atuação para os intermediadores, como empatia; respeito aos interesses públicos; durabilidade razoável do processo; entre diversas outras.
Fred La Rocca/ Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.