Tribunal de Justiça
TJMG dá início ao Seminário InovAção
Alfabetização de dados, tecnologias exponenciais, inovação no setor público, inteligência artificial, redes neurais e metaverso no Poder Judiciário. Esses são alguns dos temas que estão sendo discutidos no Seminário InovAção, iniciado nesta quinta-feira (03/11) no auditório do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo horizonte, e que se encerra nesta sexta-feira (4/11).
Realizado pela Unidade Avançada de Inovação em Laboratório (UAILab/TJMG), em parceria com a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e o programa Judiciário Exponencial, o evento tem como objetivo capacitar magistrados, servidores, estagiários e colaboradores do TJMG, bem como público externo, para que sejam capazes de reconhecer conceitos, técnicas e métodos da inovação, tornando-se agentes inovadores no ambiente de trabalho.
Na abertura do seminário, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, ressaltou que os tempos atuais são marcados por constantes transformações, que têm impactado profundamente o universo do trabalho. “Para esse novo mundo laboral, precisamos pensar modelos inéditos, pois janelas de oportunidade estão se abrindo”, disse.
Criação e experimentação
De acordo com o presidente José Arthur Filho, diante desse contexto inédito, a postura adotada pelo Judiciário mineiro foi a de se abrir para a inovação, com a consciência de que inovar se tornou um imperativo para qualquer instituição que pretenda ser líder em sua área de atuação e que aspire a ser reconhecida pela excelência com que realiza sua missão.
“Com esta ação, queremos incitar reflexões que possam gerar insights, oxigenar ideias e provocar as mudanças necessárias para modernizarmos ainda mais o Judiciário mineiro, ampliarmos o acesso à Justiça e aperfeiçoarmos a prestação jurisdicional. A expectativa é de que sejamos capazes de criar um ambiente de liberdade para a criação e a experimentação e para o compartilhamento de ideias”, afirmou.
O 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Renato Luís Dresh, observou que as inovações tecnológicas são de extrema importância para o Judiciário mineiro, e que, por isso, a escola judicial irá sempre realizar e apoiar eventos em torno dessa temática.
“Estamos num momento especial, em que a pandemia nos exigiu a doação de inovações tecnológicas, para que nos adequássemos a uma nova realidade. O TJMG tem realizado tudo que está ao seu alcance para que tenhamos essas soluções que nos permitirão uma atividade jurisdicional com maior eficiência e mais resultados para nossa população”, ressaltou.
Cultura ágil
“Agilidade muda tudo: resultados ágeis com segurança e dinamismo” foi o tema da palestra que abriu os trabalhos, tendo sido proferida pelo professor, consultor e escritor André Sanches. Ele afirmou que hoje, nos mais diversos ambientes e segmentos, busca-se agilidade, pois a cultura ágil permite que pessoas e organizações sejam bem-sucedidas. Ser ágil, observou, tornou-se especialmente valoroso nos tempos contemporâneos, marcado por muitas incertezas.
De acordo com o palestrante, um conceito que ele considera apropriado para se referir à contemporaneidade é o de “mundo B.A.N.I”: frágil, ansioso, não linear e incompreensível. Como o cenário é de constante mudança, André Sanches destaca a importância da agilidade para permitir a adaptação, rapidamente, a novos contextos.
“A chave principal da agilidade é a adaptabilidade. Agilidade é uma filosofia que maximiza valor com segurança e dinamismo em diversos contextos”, afirmou.
O professor disse que, na linha do tempo, a agilidade pode ser compreendida a partir de três primas. “Olhando para o passado, agilidade é aprendizado; no presente, é adaptação e, no futuro, é experimentação”, afirmou.
Em sua palestra, entre diversos pontos, ele discorreu ainda sobre os elementos que compõem a chamada “cultura ágil”, sobre as características de uma “mentalidade ágil” e sobre humanocracia, destacando a importância do elemento humano em todo esse processo.
Tecnologias Exponenciais
O advogado, ativista de inovação e idealizador do Judiciário Exponencial, Ademir Piccoli, destacou em sua palestra, com o tema “Insights sobre Tecnologias Exponenciais”, a importância das pesquisas sobre as novas tendências tecnológicas e também a necessidade de uma base de dados organizada.
Entre as novas tendências estão as experiências híbridas e o metaverso; gerenciamento de dados; generalização da nuvem e o 5G; segurança da informação; Inteligência Artificial na tomada de decisão; gestão ágil, criativa e resiliente e o propósito de sustentabilidade e inclusão.
“O metaverso é a próxima geração da internet. Muitas empresas já estão faturando milhões em produtos virtuais por lá e não é de hoje. Precisamos no adaptar e nos preparar para a judicialização que surgirá também nesse ambiente. As nossas decisões serão pautadas de acordo com a análise de dados e hoje todos nós precisamos entender sobre isso”, enfatizou Ademir Piccoli.
Complexidade das Redes Neurais
O doutor e mestre em Educação e gerente de DHO da Summit – Tris & Artools, Augusto Niche abordou o tema “Inteligência Artificial e Complexidade das Redes Neurais”.
“98% das informações do mundo hoje estão digitalizadas e precisamos criar metodologias rigorosas para fazer uma correta análise dos dados que coletamos. A sistematização e interconexão dessas informações nos permitirão fazer as perguntas que são necessárias. A Inteligência Artificial não é apenas sobre as experiências dos usuários, mas sobre a ressignificação dos dados”, afirmou.
Ele também destacou que estamos sempre em busca da ressignificação das relações, por meio da qualificação das experiências por meio das redes neurais. “Precisamos do pensamento crítico para entender nossos modelos de negócios e otimizarmos nosso tempo. Entre outros pontos, a ideia é se organizar para descobrir o que precisa ser feito. O mundo não é dos interessantes, é dos interessados”, complementa.
Alfabetização de Dados
O especialista em Alfabetização de Dados, Henrique Portella, trouxe informações sobre como as pessoas estão usando as tecnologias.
“Os dados estão mudando o mundo e precisamos entender o desafio da alfabetização e do conteúdo para essa alfabetização. A tecnologia evoluiu muito rápido, mas não tivemos tempo de cuidar das pessoas. Não tivemos formação adequada para aprender a lidar com as informações e temos e agora estamos correndo atrás desse prejuízo”, disse.
Segundo o especialista, os passos para lidar com o conteúdo para alfabetização passam por quatro pontos essenciais. O primeiro é a habilidade de ler os dados e compreendê-los, seguido pelo empenho em trabalhar esses dados para alcançar objetivos. Depois, é preciso analisar os dados e ter a capacidade de dividir em partes e entender cada uma delas. E, por fim, é preciso comunicar, ou seja, transmitir ou compartilhar as informações compreendidas.
Mesa de honra
Compuseram a mesa de honra da abertura do seminário o presidente do TJMG, desembargador José Arthur Filho; o 2º vice-presidente, desembargador Renato Luís Dresch; a 3ª vice-presidente, desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta; o superintendente de Tecnologia da Informação, desembargador André Leite Praça; o presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), juiz Luiz Carlos Rezende e Santos; e o coordenador do UAILab e juiz auxiliar da Presidência, Rodrigo Martins Faria.
O Seminário InovAção continua nesta sexta-feira (04/11) com a realização de mais quatro palestras: “Gestão e Desenvolvimento de Pessoas: o papel do business parther”, “Blockhain, criptomoedas e smart contracts no âmbito do Poder Judiciário”, “Como aplicar inovação aberta em órgão públicos” e “O Judiciário e o Metaverso”.
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Fonte: TJMG
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Justiça isenta autoescola por reprovação de aluna em prova de direção
A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve sentença da Comarca de Ipatinga, no Vale do Aço, que isentou uma autoescola da responsabilidade de indenizar por danos morais uma mulher que não passou no exame de rua.
A mulher, que já era habilitada, queria adicionar uma nova categoria à CNH e firmou contrato com a autoescola para a prestação de 15 aulas de direção. Segundo ela, a empresa mudava horários de aula e instrutores sem aviso prévio. Além disso, pagou por duas aulas extras, que não foram dadas, e não recebeu esse dinheiro de volta.
Em setembro de 2022, a mulher se apresentou para o exame e não obteve êxito. Ela argumentou que a autoescola não a preparou de maneira adequada, impactando negativamente seu psicológico.
A empresa se defendeu sob o argumento de que remarcou as duas aulas extras, mas a aluna não teria comparecido. Ainda conforme a autoescola, as aulas não foram canceladas sem justo motivo nem teve atitudes que configurassem má prestação do serviço.
A juíza da 3ª Vara Cível da Comarca de Ipatinga concedeu o ressarcimento de R$ 140, referente às duas aulas extras avulsas, mas negou o pedido de danos morais, o que gerou o recurso por parte da autora da ação.
O relator, desembargador Marcelo de Oliveira Milagres, manteve a sentença. O magistrado destacou que a autoescola não tem compromisso de assegurar o êxito no exame de direção. “A mera reprovação em prova prática de direção não enseja falha na prestação de serviços, visto que a requerida não possui obrigação de resultado”, afirmou.
A desembargadora Eveline Felix e o desembargador João Cancio votaram de acordo com o relator.
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Fonte: Tribunal de Justiça de MG