Política
Mesmo com boa cobertura, Samu tem problemas em Minas
Apesar de uma boa cobertura no Estado (88,7%, superior à média nacional, de 87%), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) enfrenta, em Minas Gerais, problemas como baixos salários e falta de ambulâncias, sobretudo nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri.
O assunto foi debatido em audiência pública realizada, nesta quinta-feira (29/2/24), pela Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assemleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a pedido do deputado Doutor Jean Freite (PT). Um dos pontos mais destacados foi a escala de trabalho em vigor desde 1º de janeiro deste ano no Consórcio Intermunicipal de Saúde Nordeste Jequitinhonha (Cisnorje).
Por determinação do Ministério Público do Trabalho, em cumprimento a um termo de ajustamento de conduta (TAC), na escala praticada pelo Cisnorje passou a prevalecer uma jornada de 12 horas trabalhadas com intrajornada de folga de 36 horas (12×36), no lugar da escala de 24 X 72 horas.
Os condutores e socorristas Edu Pereira e Edno Catapreta e a enfermeira Leonícia de Olveira relataram que não há flexibilidade ou permissão para trocas de plantão, sob pena de aplicação de multa ao consórcio. Segundo eles, o impedimento estaria não só desagradando trabalhadores e seus familiares, como prejudicando o próprio serviço, ao impedir a substituição de servidor por algum motivo afastado do trabalho, num quadro de pessoal já defasado.
Edu Pereira ainda criticou o valor do salário, segundo ele de R$ 1.469, tendo Edno Cata Preta destacado que desde 2014 não se faz concurso público para o Samu, apenas processos seletivos simplificados.
“Não entendo porque o nosso serviço é tão desvalorizado. A maioria precisa ter outra renda, por isso a questão da escala é importante, já que não querem pagar mais”, desabafou Leonícia.
Dívida
O secretário-executivo do Cisnorje, Antônio Henrique Filho, justificou que a atual gestão do consórco herdou da anterior, no ano passado, uma dívida de R$ 13 milhões e uma situação crítica com a falta de insumos báiscos, como luvas e gases. “E ainda veio o TAC que nos engessou, porque se tenho uma jornada de 12×36 com quatro condutores para cada ambulância, se um deles tiver uma licença o outro não pode fazer um plantão extra”, relatou ele.
Por outro lado, Antônio Henrique afirmou que está em andamento uma negociação coletiva para tentar melhorar a remuneração dos trabalhadores, a exemplo do que já foi feito para os médicos.
O diretor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Thales de Figueiredo, ponderou que é preciso haver incentivos à formação e à permanência de profissionais. “É preciso se pensar em modelos de contratos que evitem a grande rotatividade, o que se vê hoje são muitas contratações por PJ (pessoa jurídica) em consórcos, que não fixam o profissional e não criam incentivos”, alertou ele.
Flexibilidade é defendida
O deputado Doutor Jean Freire defendeu uma revisão emergencial do TAC, que, segundo ele, pode ter aumentado problemas antigos na região, agravados pelas precárias condições para o tráfego de ambulâncias na BR-367.
O deputado lembrou de casos como a morte de uma paciente de Itaobim na época do Natal, por falta ou de ambulância, ou de condutor ou de médico, em quatro tentativas feitas para levá-la para Almenara.
O deputado ainda disse que apresentará reqerimentos de informações sobre a situação dos demais consórcios em Minas. A secretária-executiva do Colegiado de Secretarias Executivas de Consórcios Intermunicipais de Minas Gerais (Cosecs-MG), Priscila Costa, adiantou que dificuldades como as relatadas na audiência são vividas por todos os consórcios do Estado, ainda que possam ser maiores no Jequitinhonha e Mucuri.
Solução temporária
O promotor de Justiça Lucas Pereira Nunes, do Ministério Público Estadual, reconheceu que o TAC destacado na reunião trouxe dificuldades para o consórcio, e disse que, por isso, foi solicitado à Secretaria de Estado de Saúde (SES) que se entendesse com o consórco sobre a questão. “A primeira responsabilidade pelo serviço é da SES, que terceirizou o Samu para o consórcio”, explicou.
A promotora Isabela Lima, do Ministério Público do Trabalho, disse que o TAC em questão está em vigor há muitos anos e trata de preceitos já constitucionais, ainda que sua execução judicial seja mais recente.
Além de limitar a jornada, segundo ela para não sobrecarregar o trabalhador e comprometer a eficiência do serviço, a execução judicial dá o prazo até 31 de dezembro deste ano para a realização de concurso público no consórcio.
Até lá, ela disse já ter despachado procedimento visando a concessão da jornada de 24×72, mas sem permissão de hora extra, e flexibilização, sem multa, para o limite de uma hora extra no caso da jornada de 12×36.
Ministério endossa modelo mineiro
Apesar das críticas, Ana Elisa da Fonseca, coordenadora de Atenção às Urgências e Emergências da SES, disse que nos últimos dois anos há um esforço da pasta para aumentar a cobertura do Samu, descentralizando e regionalizando o serviço por meio de consórcios públicos.
Ela afirmou também que no ano passado o Estado repassou R$ 30 milhões para a atenção às emergências, além da complementação do governo federal e dos municípios.
Nilton Pereira Júnior, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU) do Ministério da Saúde, defendeu o modelo de consórcios públicos intermunicipais adotado em Minas, que, segundo ele, é o mais bem-sucedido do País, por conta da parceria que há entre Estado e municípios.
Segundo Nilton, regiões como o Noroeste de Minas ainda estão em processo de regionalização do Samu e serão cobertas em breve.
Em apresentação à comissão, ele detalhou os planos do governo federal para o fortalecimento do Samu e disse que o ministério não ajustava sua contrapartida ao custeio do Samu desde 2013, agora ampliado em 30% desde o ano passado para tentar diminuir a defasagem acumulada.
Fonte: Assembleia Legislativa de MG
Política
Secretariado em Arcos é anunciado pela nova gestão
Nesta segunda-feira, 11 de novembro, o Prefeito Eleito Dr. Wellington Roque e o vice Ronaldo Gonçalves apresentaram oficialmente os secretários e secretárias municipais que irão compor o governo de Arcos na gestão 2025/2028.
Este novo time administrativo se destaca pela vasta experiência em gestão de projetos e administração pública, evidenciando um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social de Arcos.
Pela primeira vez na história do município, o secretariado conta com três mulheres em posições de liderança, incluindo a inédita nomeação de uma Secretária de Fazenda, um cargo historicamente ocupado por homens.
Abaixo, conheça os nomes e cargos do novo secretariado:
• Cláudia Cardoso Soares – Secretária de Fazenda
• Aline Maria Correia Arantes – Secretária de Saúde
• Lilian Teixeira Garcia Gomes – Secretária de Educação
• Dênio Dutra Barbosa – Secretário de Administração
• Rodolfo Geraldo Dalariva Silva – Secretário de Obras e Serviços Públicos
• João Paulo Estevão Rodrigues Roque – Secretário de Governo
• Marlon Batista da Costa – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável
• Ronaldo Gaspar Ribeiro – Secretário de Integração Social
• Evandro Marinho Siqueira – Secretário de Meio Ambiente
• João Paulo Alves Gomes – Secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo
Com um time preparado e altamente qualificado, a nova administração busca consolidar uma gestão eficiente e inovadora, pronta para atender às demandas da população e promover o crescimento equilibrado e inclusivo de Arcos.
A posse dessa equipe de alto nível será um marco no início de um ciclo de ações voltadas para o fortalecimento do município nos próximos quatro anos.
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