Política
Morre Clodesmidt Riani, um dos três primeiros cassados pela ditadura
O ex-deputado estadual e ex-líder sindical Clodesmidt Riani faleceu nesta quinta-feira (4/4/24), aos 103 anos de idade, em Juiz de Fora (Mata). Segundo informações do Portal G1, ele estava internado há cerca de 15 dias por causa de uma pneumonia, apresentou melhora, mas não resistiu a uma insuficiência renal.
Eleito deputado estadual em 1962 pelo PTB, Clodesmidt Riani tornou-se célebre como um dos três parlamentares de esquerda que tiveram seus mandatos arbitrariamente cassados pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 8 de abril de 1964, logo no início da ditadura militar que eliminou a democracia brasileira nos 20 anos seguintes.
Além de Riani, foram cassados Sinval Bambirra, também eleito pelo PTB, e José Gomes Pimenta, o Dazinho, que elegeu-se pelo Partido Democrata Cristão (PDC). O requerimento para a cassação foi baseado em discursos realizados enquanto eles eram deputados estaduais e em documentos do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), cujos arquivos os descreviam como “agitadores comunistas”.
Os três tornaram-se célebres por terem sido os primeiros detentores de mandato a serem cassados no País, após o golpe de 1964. No total, 4.862 brasileiros perderam seus direitos políticos durante a ditadura que se seguiu. Além de terem perdido os seus mandatos, os três também foram presos pela repressão militar.
“Numa noite recebemos a visita de um major do Exército, juntamente com um investigador de apelido Coice de Mula – ele era um dos que mais espancavam os presos. Entraram na cela do amigo Sinval Bambirra e o espancaram tanto até romper o tímpano. Vi quando ele foi retirado todo ensanguentado. Posteriormente foi a vez de José Gomes Pimenta, o espancaram muito também. Ouvíamos os gritos dele e o barulho das pancadas. Chegou a minha vez, eles me retiraram da cela, não me espancaram, mas o Coice de Mula me agredia verbalmente e aos gritos dizia que eu não tinha jeito…”, relatou Clodesmidt Riani, em depoimento registrado pela Assembleia muitos anos depois.
Riani foi condenado a 17 anos de reclusão. Ele, Bambirra e Dazinho foram acusados e condenados por “subverter a ordem social” com a finalidade de instalar regime de classe social; opor-se ao funcionamento de algum dos Poderes da União; e por terem sido considerados “cabeças” de movimentos de resistência à ditadura.
Mais tarde, Riani obteve uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal que reduziu sua pena para um ano e dois meses, mas acabou cumprindo cinco anos e oito meses, tendo sido libertado em 5 de março de 1971.
Trajetória
Clodesmidt Riani nasceu em 15 de outubro de 1920, em Rio Casca (Zona da Mata). Quando terminou o curso primário, em 1933, já era morador de Juiz de Fora. Um ano depois, seu primeiro emprego foi na Companhia de Fiação e Tecelagem Moraes Sarmento. Aposentou-se após 43 anos de trabalho. Sua trajetória sindical iniciou-se na década de 1950, chegando à presidência da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI) e ao Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), já em 1961. Sua proximidade com João Goulart, presidente deposto pelo golpe de 1964, deu ainda maior visibilidade à sua atuação parlamentar.
Reparação
A ALMG buscou reparar o erro cometido em 1964 com a restituição simbólica dos mandatos dos deputados cassados durante o período ditatorial, dentre outras medidas. Por meio da Resolução 5.144, de 1994, o Poder Legislativo reconheceu que a cassação teve motivação exclusivamente política e ideológica. Já a Lei 11.732, também de 1994, concedeu pensão especial a Dazinho, Riani e Bambirra.
Em abril de 2001, Dazinho, Riani e Bambirra foram homenageados e participaram de solenidade na Assembleia, recebendo uma placa alusiva à pensão e ao reconhecimento da ALMG de que a cassação foi indevida.
Em 2014, Clodesmidt Riani foi um dos entrevistados para publicação de matéria especial sobre a cassação dos três parlamentares de esquerda: “Da página infeliz à escrita de uma nova história”.
Fonte: Assembleia Legislativa de MG
Política
Secretariado em Arcos é anunciado pela nova gestão
Nesta segunda-feira, 11 de novembro, o Prefeito Eleito Dr. Wellington Roque e o vice Ronaldo Gonçalves apresentaram oficialmente os secretários e secretárias municipais que irão compor o governo de Arcos na gestão 2025/2028.
Este novo time administrativo se destaca pela vasta experiência em gestão de projetos e administração pública, evidenciando um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social de Arcos.
Pela primeira vez na história do município, o secretariado conta com três mulheres em posições de liderança, incluindo a inédita nomeação de uma Secretária de Fazenda, um cargo historicamente ocupado por homens.
Abaixo, conheça os nomes e cargos do novo secretariado:
• Cláudia Cardoso Soares – Secretária de Fazenda
• Aline Maria Correia Arantes – Secretária de Saúde
• Lilian Teixeira Garcia Gomes – Secretária de Educação
• Dênio Dutra Barbosa – Secretário de Administração
• Rodolfo Geraldo Dalariva Silva – Secretário de Obras e Serviços Públicos
• João Paulo Estevão Rodrigues Roque – Secretário de Governo
• Marlon Batista da Costa – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável
• Ronaldo Gaspar Ribeiro – Secretário de Integração Social
• Evandro Marinho Siqueira – Secretário de Meio Ambiente
• João Paulo Alves Gomes – Secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo
Com um time preparado e altamente qualificado, a nova administração busca consolidar uma gestão eficiente e inovadora, pronta para atender às demandas da população e promover o crescimento equilibrado e inclusivo de Arcos.
A posse dessa equipe de alto nível será um marco no início de um ciclo de ações voltadas para o fortalecimento do município nos próximos quatro anos.
Informe Publicitário