Rural
Brasil exportou 22,09 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2024
O Brasil alcançou um marco histórico nas exportações de soja em grão, registrando um volume de 22,09 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2024. Este número representa um aumento significativo de 15,7% em comparação ao mesmo período de 2023, conforme apontam dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse crescimento é considerado um recorde para o período, marcando uma fase de prosperidade para o setor agrícola brasileiro.
De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o impulso nas vendas ao exterior pode ser atribuído às negociações de contratos a termo realizadas ainda em 2023. Essa estratégia de mercado antecipou as vendas, beneficiando-se da expectativa de valorização do dólar em relação ao Real, o que incentivou ainda mais o bom ritmo dos embarques.
No entanto, a análise dos preços médios recebidos pelas vendas externas no mesmo período revela um cenário de desafios. O preço médio ficou em R$ 136,30 por saca de 60 kg, o menor valor para o primeiro trimestre desde 2019, após ajustes reais pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de março de 2024. Esse declínio no preço médio reflete uma complexidade adicional para o setor, que busca equilibrar volume e valor nas suas operações de mercado externo.
Internamente, a situação é igualmente desafiadora. Os consumidores nacionais têm limitado suas aquisições, devido à maior oferta de soja proveniente da Argentina e à necessidade iminente de produtores brasileiros em liberar espaço nos armazéns para as novas colheitas. Esse contexto faz com que os vendedores sejam cautelosos ao negociar grandes volumes, preocupados com a menor produtividade e os altos custos associados à safra atual.
Apesar dos desafios, o setor se mantém otimista quanto à continuidade dos embarques intensos de soja, apoiando-se na valorização cambial que favorece as exportações. O momento é de adaptação e estratégia, com o agronegócio brasileiro demonstrando sua capacidade de navegar em águas turbulentas, buscando maximizar os retornos sem perder de vista os desafios do mercado interno e externo.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.