Rural
Condições climáticas levam Conab a reduzir ainda mais a previsão da safra de Soja
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou recentemente uma atualização em suas projeções para a safra de soja do Brasil no período 2023/24, após a conclusão da colheita de metade da produção.
A expectativa de produção do grão foi reduzida em 9,5%, representando uma diminuição de 15,5 milhões de toneladas em relação às estimativas anteriores. Agora, a previsão fica em torno de 146,9 milhões de toneladas.
Essa revisão para baixo, segundo a Conab, reflete uma série de desafios enfrentados pelos agricultores brasileiros durante o ciclo de cultivo. Condições climáticas adversas, incluindo baixos níveis de precipitação e temperaturas acima da média, impactaram negativamente algumas das regiões mais importantes para a produção de soja do país.
Apesar dessa redução, é importante notar que as estimativas da Conab ainda superam algumas previsões feitas por consultorias privadas, que apontavam uma safra ainda menor, entre 140 milhões e 143 milhões de toneladas.
Segundo análise da Conab, o início do ciclo foi marcado por rendimentos abaixo do esperado, especialmente em áreas-chave de produção, devido às condições climáticas desfavoráveis. No entanto, as chuvas registradas em dezembro ajudaram a mitigar parte dessas perdas, enquanto o plantio posterior em outras regiões contribuiu para resultados mais satisfatórios.
“Apesar dos desafios iniciais, observamos uma melhoria nos rendimentos das lavouras semeadas mais tarde, a partir de novembro. Esses resultados têm trazido algum otimismo aos produtores, embora não tenham sido capazes de reverter completamente as perdas já consolidadas. Em estados como Maranhão, Piauí, Pará e Rio Grande do Sul, onde o plantio foi mais tardio, as precipitações têm sido favoráveis ao desenvolvimento das culturas”, explicou a autarquia em comunicado oficial.
Considerando também as projeções para o milho, a Conab estima uma produção total de 112,7 milhões de toneladas para o Brasil em 2023/24, representando uma redução de 14,5% em comparação com o ciclo anterior. Esses números refletem os desafios enfrentados pelo setor agrícola brasileiro e a importância de monitorar de perto as condições climáticas para garantir a estabilidade na produção de alimentos.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.