Rural
CVM prevê novas regras para Fiagro no segundo semestre
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prevê concluir a regulamentação do Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro) no segundo semestre de 2024, segundo estimativa do superintendente de Agronegócio e Securitização da CVM, Bruno Gomes.
Em consulta pública encerrada em fevereiro, a CVM recebeu mais de 20 sugestões para o Fiagro. Entre os destaques estão a criação de um Fiagro multimercado com flexibilização, a permissão de negociação de créditos de carbono e a aplicação de regras de governança e transparência semelhantes aos fundos imobiliários.
A proposta de um Fiagro multimercado visa flexibilizar o instrumento, permitindo que um único fundo invista em diferentes ativos do agronegócio, como imóveis rurais, direitos creditórios e participações em empresas.
Outra sugestão é a permissão de negociação de créditos de carbono no Fiagro. Isso poderia estimular o uso e a originação de créditos de carbono na produção rural e na agroindústria.
Diferentemente dos fundos imobiliários, que distribuem rendimentos semelhantes a aluguéis, o Fiagro pode ter diferentes tipos de rendimentos, como dividendos de uma companhia. A distribuição pode ser periódica ou anual.
Especialistas do setor avaliam que o Fiagro pode ser uma ferramenta importante para auxiliar o setor agropecuário na obtenção de crédito, complementando o sistema financeiro.
O Fiagro pode ser útil para financiar projetos de longo prazo, algo que ainda não existe no mercado de capitais, especialmente em um momento em que o setor enfrenta dificuldades financeiras e tem potencial para impulsionar o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, oferecendo novas opções de investimento e financiamento para o setor.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.