Rural
Governo tira R$ 190 milhões do Pronaf para alongar dívidas rurais
O governo federal anunciou uma mudança significativa na destinação de verbas que afeta diretamente os agricultores familiares do país. Segundo uma portaria emitida pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, foi cancelado um montante de R$ 190 milhões que seriam originalmente utilizados para equalização de juros de novas operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Em contrapartida, esse valor foi realocado para a verba destinada ao pagamento de operações de alongamento de dívidas rurais.
A decisão, tomada nesta segunda-feira (29.04), teve como justificativa a necessidade de bancar gastos extras relacionados à renegociação de dívidas agrícolas. Esses gastos surgiram a partir da correção dos saldos das operações pela variação de preços agrícolas, impactando os valores de bônus a serem pagos no âmbito da carteira securitizada do Programa de Securitização Agrícola.
De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, a alteração foi feita atendendo a um pedido da Secretaria do Tesouro Nacional, em consonância com a revisão das estimativas de gastos para 2024, que verificou uma redução da necessidade estimada para este ano.
Essa realocação de recursos, no entanto, levanta questionamentos sobre o impacto que terá sobre os agricultores familiares. O Pronaf é uma ferramenta crucial para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil, e o corte de verbas pode dificultar o acesso a financiamentos por parte desses produtores. Enquanto isso, o reforço na verba destinada ao pagamento de dívidas rurais sugere uma priorização do governo em lidar com os débitos existentes em vez de investir em novas operações de crédito para o setor.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.