Rural
Minas Gerais discute uso da palma, o “alimento do futuro” para o gado e também humanos

Montes Claros, Minas Gerais, é palco, até este sábado (21.10) de um evento de grande relevância na agricultura e pecuária: o VI Congresso de Palma e Outras Forrageiras para o Semiárido e o Palmatech 2023.
Na abertura, realizada na quinta-feira (19.10), mais de 600 pessoas se reuniram no Parque de Exposições João Alencar Athayde conhecer e discutir a palma considerada uma iguaria ainda exótica para muitos brasileiros, porém uma riquíssima alternativa de alimentação humana e animal no semiárido, o “alimento do futuro” para a pecuária.
O evento é resultado da colaboração entre o Sistema Faemg Senar e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa/Senar-PB), Sicoob Crediminas e Banco do Nordeste.
A abertura do evento contou com a participação do presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo, que destacou o potencial da palma como uma solução para o semiárido. Ele relacionou a resistência da planta e dos produtores rurais, enfatizando a importância de ambos para a sobrevivência de espécies e a contínua melhoria do setor.
O diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, ressaltou a importância da palma como uma alternativa forrageira em Minas Gerais, destacando como a cultura vem ganhando espaço na alimentação animal.
Mário Borba, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba e representante da CNA, observou o crescimento da cultura da palma desde que eventos focados na cultura começaram a ser realizados em 2004, no México. Ele enfatizou a importância de trazer essa cultura para o semiárido e destacou os avanços na produtividade.
A programação do evento incluiu palestras sobre temas relevantes para o setor, como gestão de talentos e equipes de excelência no meio rural, estratégias de manejo de pastagens usando geoprocessamento, consórcios de palma forrageira para a intensificação sustentável da produção de forragem e o comportamento de diferentes genótipos de palma no semiárido mineiro.
Outro ponto importante abordado no evento foi o controle de pragas, especificamente cochonilhas de escama e do carmim na palma forrageira, incluindo os danos causados e as alternativas de controle.
O evento também promoveu um Painel de Inovação, onde se discutiu inovações para a palma forrageira, incluindo maquinários, técnicas e o avanço da cultura por meio da Rede Palma. A moderação desse painel ficou a cargo da pesquisadora da EPAMIG, Luciana Londe.
A rica programação do evento contou ainda com palestras sobre palma forrageira como estratégia alimentar na produção de ruminantes, sistemas de integração de lavoura e pecuária e variedades e genética de palma forrageira. Além disso, a chef Antonieta Pozas realizou uma cozinha-show, demonstrando a versatilidade da palma forrageira em uma deliciosa receita de salada com pequi, ingredientes típicos da região.
O VI Congresso de Palma e Outras Forrageiras para o Semiárido e o Palmatech 2023 representaram uma oportunidade valiosa para profissionais da agricultura e pecuária aprenderem, compartilharem conhecimento e explorarem o potencial da palma forrageira como uma solução promissora para a pecuária no semiárido brasileiro.
A palma forrageira é uma alternativa para complementar a alimentação do gado, além de ajudar na hidratação, já que é composta por cerca de 90% de água. É rica em carboidratos não fibrosos, ingrediente fundamental na formulação e balanceamento de dietas para ruminantes.
Deve ser associada com alimentos ricos em fibra, como, por exemplo, capins, silagem, feno ou cana. O plantio da palma deve ser feito cerca de 30 dias antes do início do período chuvoso, e a primeira colheita se dá normalmente depois de dois anos, a partir daí a colheita pode ser realizada anualmente.
“Provavelmente a palma é a tecnologia mais importante que apareceu para o semiárido”, afirma Luiz Rodolfo, que também é mestre em nutrição de ruminantes com a palma forrageira. “O produtor tem que entender que a palma pode ser o diferencial entre ele lucrar ou não na propriedade. Conseguimos ter custos de produção e produtividade de animais muito eficientes com a palma hoje e até climas fora do semiárido tem potencial para utilizar a palma e obter bons resultados”, analisa.
Fonte: Pensar Agro


GENTE QUE ALIMENTA
A Explosão nos Preços do Café: Como os Desafios Climáticos e o Mercado Global Impactaram a Safra de 2024

Minas Gerais, que representa aproximadamente 30% da produção nacional de café, teve sua safra de 2024 seriamente comprometida pelas condições climáticas adversas. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção do grão no estado caiu 3,3% em relação ao ano anterior, totalizando 28,05 milhões de sacas de 60 quilos. Esse número ficou abaixo das expectativas iniciais, que previam uma safra de 30,1 milhões de sacas, 4,1% maior que a de 2023.
As mudanças climáticas, exacerbadas por fenômenos como o El Niño, trouxeram temperaturas mais altas do que o normal, estresse hídrico severo e uma seca prolongada, fatores que dificultaram o desenvolvimento saudável dos cafezais. Além disso, eventos pontuais de granizo também contribuíram para a perda de produção em algumas regiões cafeeiras de Minas Gerais. O café, como planta de clima tropical, é especialmente sensível a variações extremas de temperatura e precipitação, e esses eventos adversos afetaram tanto a qualidade quanto a quantidade da safra. A valorização da saca de café, que já era um reflexo das flutuações do mercado global, alcançou níveis impressionantes em 2024, com uma alta média de 115% de janeiro a dezembro.
A Escassez Global e o Impacto no Mercado

Colheita de Café na Colômbia
No cenário internacional, a produção de café também enfrentou dificuldades. O Vietnã, maior produtor de café robusta do mundo, foi afetado por uma forte seca, o que reduziu significativamente sua produção. Já a Colômbia, tradicionalmente conhecida pela produção de café arábica de alta qualidade, também sofreu com chuvas irregulares e problemas fitossanitários, o que resultou em uma redução expressiva no volume exportado.
Esses problemas climáticos não são fenômenos isolados, mas fazem parte de uma tendência crescente de instabilidade climática nos principais países produtores de café. O impacto global dessa queda na produção gerou um descompasso entre oferta e demanda, o que resultou em um aumento acentuado nos preços do café no mercado internacional. Com a escassez de grãos de qualidade, os preços dispararam, e o café, que já é um dos produtos mais negociados no mundo, se tornou ainda mais valorizado.
A Valorização da Saca de Café
O reflexo dessa escassez foi sentido diretamente no preço do café, que viu uma valorização de quase 115% do início de janeiro até meados de dezembro de 2024. Essa alta é uma das mais expressivas da história recente, e os impactos podem ser sentidos tanto no campo quanto nas prateleiras de supermercados. Produtores e cooperativas, que viram suas margens de lucro crescerem, enfrentam, no entanto, o dilema de como equilibrar os custos de produção, que também aumentaram, especialmente devido ao uso de tecnologias e insumos para mitigar os efeitos da seca.
A Cooxupé, uma das maiores cooperativas de café do mundo, com sede em Minas Gerais, tem monitorado de perto essas flutuações e auxiliado os produtores a gerenciar as consequências das condições climáticas extremas. A cooperativa, que tem grande participação na comercialização do café brasileiro, também se preocupa com o impacto da alta de preços sobre os consumidores, que podem ver o aumento refletido no preço do café torrado e moído.
O Futuro da Produção de Café no Brasil

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A situação de 2024 levanta questões importantes sobre o futuro da produção de café no Brasil e no mundo. O aumento nas temperaturas médias, a maior frequência de secas e a irregularidade das chuvas estão criando um cenário de incerteza para os produtores. Cientistas e agrônomos têm se dedicado a estudar novas variedades de café mais resistentes ao estresse hídrico e a mudanças climáticas. Além disso, práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de tecnologias para otimização do uso da água e o controle de pragas, ganham cada vez mais importância.
O Brasil, que já ocupa a posição de maior produtor de café do mundo, precisa investir em inovação tecnológica e em práticas de cultivo adaptativas para manter sua competitividade no mercado global. A boa notícia é que, apesar das adversidades enfrentadas em 2024, o país ainda tem um enorme potencial de produção, e muitos agricultores têm se mostrado resilientes, ajustando suas práticas para lidar com as mudanças climáticas e minimizar seus impactos.
Conclusão: Desafios e Oportunidades
A safra de café de 2024 foi marcada por desafios climáticos significativos, mas também por uma alta expressiva nos preços, consequência da escassez de grãos no mercado internacional. A combinação entre clima adverso no Brasil e em outros países produtores, juntamente com uma oferta limitada de café, levou a uma valorização histórica da saca de café, com impacto direto tanto para produtores quanto para consumidores.
O futuro da cafeicultura no Brasil depende de uma abordagem estratégica que combine inovações tecnológicas, práticas sustentáveis e uma gestão mais eficaz dos recursos hídricos. Com o mercado global cada vez mais volátil, o Brasil, e especialmente Minas Gerais, têm a oportunidade de continuar sendo líderes na produção mundial de café, mas a adaptação às mudanças climáticas será fundamental para garantir a sustentabilidade a longo prazo do setor.
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Reportagem e pesquisa feitas por Alex Cavalcante – Jornalista e Técnico em Agropecuária – Ex-chefe de AGricultura e Meio Ambiente de Alpinópolis https://www.instagram.com/gmaisbrazil/
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