Segunda-Feira, 7 de Abril de 2025

Rural

Nova Ferroeste e Moegão vão aprimorar a logística de Mato Grosso do Sul

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O Mato Grosso do Sul tornou-se o segundo maior usuário do Porto de Paranaguá, ficando atrás apenas do próprio Paraná, devido ao aumento na descarga de grãos. A expectativa é de que esse volume cresça ainda mais com a implementação de projetos estratégicos do Governo do Paraná para aprimorar a logística de transporte e descarga no porto.

Dois projetos em destaque são a “Nova Ferroeste”, que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá, e o “Moegão”, uma estrutura no Porto de Paranaguá dedicada à recepção de produtos transportados por ferrovia.

Entre janeiro e julho deste ano, o porto registrou um aumento de 32% na movimentação, impulsionado pela soja em grão, farelo de soja e milho. No mesmo período, foram embarcadas 4.062.168 toneladas de cargas, em comparação com as 3.075.651 toneladas no ano anterior.

A “Nova Ferroeste” conectará Maracaju e Paranaguá, com ramais adicionais para Cascavel – Foz do Iguaçu e Cascavel – Chapecó (SC), totalizando 1.567 quilômetros de malha ferroviária. O “Moegão” será uma área de descarga ferroviária no porto, conectando os 11 terminais do Corredor Leste de Exportação, aumentando a capacidade de descarga em 63%.

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Esses projetos combinados oferecem uma modalidade de transporte de cargas mais econômica, eficaz e menos poluente, tornando o Porto de Paranaguá ainda mais atraente. O transporte de grãos do Mato Grosso do Sul para o porto é atualmente feito por estrada, com 36.257 caminhões no primeiro semestre deste ano. Até julho, 28% das exportações, totalizando 14.521.306 toneladas, seguiram para a China, Coreia do Sul e Bangladesh.

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, o custo do frete é essencial para a competitividade no mercado. O fortalecimento da infraestrutura ferroviária é uma estratégia para reduzir custos e aumentar a eficiência, beneficiando não apenas o Mato Grosso do Sul, mas também áreas do Oeste do Paraná que dependem do transporte, especialmente no setor de proteína animal.

Apenas 20% da carga para exportação chega ao porto por ferrovia atualmente, e somente 10% dessa carga tem origem no Oeste do Paraná. Há uma grande demanda reprimida na região devido à falta de capacidade ferroviária para escoar a carga.

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Fonte: Pensar Agro

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A Explosão nos Preços do Café: Como os Desafios Climáticos e o Mercado Global Impactaram a Safra de 2024

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Minas Gerais, que representa aproximadamente 30% da produção nacional de café, teve sua safra de 2024 seriamente comprometida pelas condições climáticas adversas. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção do grão no estado caiu 3,3% em relação ao ano anterior, totalizando 28,05 milhões de sacas de 60 quilos. Esse número ficou abaixo das expectativas iniciais, que previam uma safra de 30,1 milhões de sacas, 4,1% maior que a de 2023.

As mudanças climáticas, exacerbadas por fenômenos como o El Niño, trouxeram temperaturas mais altas do que o normal, estresse hídrico severo e uma seca prolongada, fatores que dificultaram o desenvolvimento saudável dos cafezais. Além disso, eventos pontuais de granizo também contribuíram para a perda de produção em algumas regiões cafeeiras de Minas Gerais. O café, como planta de clima tropical, é especialmente sensível a variações extremas de temperatura e precipitação, e esses eventos adversos afetaram tanto a qualidade quanto a quantidade da safra.   A valorização da saca de café, que já era um reflexo das flutuações do mercado global, alcançou níveis impressionantes em 2024, com uma alta média de 115% de janeiro a dezembro.

A Escassez Global e o Impacto no Mercado

Colheita de Café na Colômbia

No cenário internacional, a produção de café também enfrentou dificuldades. O Vietnã, maior produtor de café robusta do mundo, foi afetado por uma forte seca, o que reduziu significativamente sua produção. Já a Colômbia, tradicionalmente conhecida pela produção de café arábica de alta qualidade, também sofreu com chuvas irregulares e problemas fitossanitários, o que resultou em uma redução expressiva no volume exportado.

Esses problemas climáticos não são fenômenos isolados, mas fazem parte de uma tendência crescente de instabilidade climática nos principais países produtores de café. O impacto global dessa queda na produção gerou um descompasso entre oferta e demanda, o que resultou em um aumento acentuado nos preços do café no mercado internacional. Com a escassez de grãos de qualidade, os preços dispararam, e o café, que já é um dos produtos mais negociados no mundo, se tornou ainda mais valorizado.

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A Valorização da Saca de Café

O reflexo dessa escassez foi sentido diretamente no preço do café, que viu uma valorização de quase 115% do início de janeiro até meados de dezembro de 2024. Essa alta é uma das mais expressivas da história recente, e os impactos podem ser sentidos tanto no campo quanto nas prateleiras de supermercados. Produtores e cooperativas, que viram suas margens de lucro crescerem, enfrentam, no entanto, o dilema de como equilibrar os custos de produção, que também aumentaram, especialmente devido ao uso de tecnologias e insumos para mitigar os efeitos da seca.

A Cooxupé, uma das maiores cooperativas de café do mundo, com sede em Minas Gerais, tem monitorado de perto essas flutuações e auxiliado os produtores a gerenciar as consequências das condições climáticas extremas. A cooperativa, que tem grande participação na comercialização do café brasileiro, também se preocupa com o impacto da alta de preços sobre os consumidores, que podem ver o aumento refletido no preço do café torrado e moído.

O Futuro da Produção de Café no Brasil

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A situação de 2024 levanta questões importantes sobre o futuro da produção de café no Brasil e no mundo. O aumento nas temperaturas médias, a maior frequência de secas e a irregularidade das chuvas estão criando um cenário de incerteza para os produtores. Cientistas e agrônomos têm se dedicado a estudar novas variedades de café mais resistentes ao estresse hídrico e a mudanças climáticas. Além disso, práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de tecnologias para otimização do uso da água e o controle de pragas, ganham cada vez mais importância.

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O Brasil, que já ocupa a posição de maior produtor de café do mundo, precisa investir em inovação tecnológica e em práticas de cultivo adaptativas para manter sua competitividade no mercado global. A boa notícia é que, apesar das adversidades enfrentadas em 2024, o país ainda tem um enorme potencial de produção, e muitos agricultores têm se mostrado resilientes, ajustando suas práticas para lidar com as mudanças climáticas e minimizar seus impactos.

Conclusão: Desafios e Oportunidades

A safra de café de 2024 foi marcada por desafios climáticos significativos, mas também por uma alta expressiva nos preços, consequência da escassez de grãos no mercado internacional. A combinação entre clima adverso no Brasil e em outros países produtores, juntamente com uma oferta limitada de café, levou a uma valorização histórica da saca de café, com impacto direto tanto para produtores quanto para consumidores.

O futuro da cafeicultura no Brasil depende de uma abordagem estratégica que combine inovações tecnológicas, práticas sustentáveis e uma gestão mais eficaz dos recursos hídricos. Com o mercado global cada vez mais volátil, o Brasil, e especialmente Minas Gerais, têm a oportunidade de continuar sendo líderes na produção mundial de café, mas a adaptação às mudanças climáticas será fundamental para garantir a sustentabilidade a longo prazo do setor.

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Reportagem e pesquisa feitas por Alex Cavalcante – Jornalista e Técnico em Agropecuária – Ex-chefe de AGricultura e Meio Ambiente de Alpinópolis https://www.instagram.com/gmaisbrazil/

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