Saúde
8 dicas para proteger a boca de doenças
Além de manter os dentes bonitos, os cuidados com a boca são importantes para prevenir doenças como gengivite, periodontite e outras que podem atingir o organismo como um todo. Por isso, no dia 25 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Saúde Bucal, para conscientizar as pessoas sobre a importância da atenção com a cavidade oral.
“Isso porque gengivas inflamadas e problemas periodontais podem provocar a liberação de mediadores inflamatórios na corrente sanguínea, causando uma série de danos. Por exemplo, podem se alojar em lesões pré-existentes nas artérias do corpo e acelerar a formação de placas que colocam em risco a saúde cardiovascular”, explica o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor em Odontologia pela USP.
Além disso, conforme ele explica, as doenças bucais também podem afetar os níveis de glicemia e influenciar a aparição de outras doenças. “A doença gengival também possui influência negativa sobre o controle glicêmico, contribuindo assim para a dificuldade no controle da glicemia e, consequentemente, para a diabetes”, afirma o especialista. Para te ajudar, o cirurgião-dentista lista 8 cuidados importantes com a saúde da boca. Confira:
1. Realize a escovação com uma escova adequada
O principal passo para manutenção da saúde oral é a escovação regular, que deve ser realizada duas vezes ao dia. Mas é importante realizar essa etapa com uma escova ultramacia, já que escovas com cerdas duras podem desgastar o esmalte de seus dentes e provocar retração gengival. “Além disso, a escova também deve possuir uma grande quantidade de cerdas, pois, quanto mais cerdas, maior é a eficácia da escovação e menor é o acúmulo de placa bacteriana no dente”, alerta o cirurgião-dentista.
2. Evite cremes dentais abrasivos
Para potencializar a escovação, o uso de um creme dental é indispensável. Mas, assim como com as escovas, é preciso ficar atento às características dos produtos utilizados, visto que, segundo o Dr. Hugo, a maioria dos cremes dentais possui ação abrasiva, o que, em excesso, também pode contribuir para o desgaste do esmalte dos dentes e a retração da gengiva.
3. Utilize fio dental e escova interdental
Apenas a escovação não é suficiente para higienização efetiva da boca e dos dentes. Por isso, aposte também no uso do fio dental e de uma escova interdental. “Enquanto o fio dental auxilia na remoção de detritos alimentares e pontos de contato muito apertados, a escova interdental realiza a desorganização da placa bacteriana nas irregularidades e depressões interdentais que o fio dental não consegue higienizar”, destaca.
4. Higienize a língua
Apesar de não estar diretamente relacionada à aparência dos dentes , a higienização da língua é fundamental para manter a saúde oral em dia, evitando o mau hálito e o desenvolvimento de microrganismos que também podem ser nocivos para a dentição. Para isso, utilize escovas e instrumentos próprios para a limpeza da língua.
5. Aposte no enxaguatório bucal
O uso de enxaguante bucal também é fundamental, pois, de acordo com o especialista, possuem ação importante na prevenção do desenvolvimento de microrganismos na cavidade oral. “Isso porque esses enxaguatórios são formulados com citrox, que é um agente antimicrobiano muito eficaz, com efeito bactericida, antifúngico e antiviral. Além disso, possuem clorexidina, um agente antisséptico de amplo espectro de ação contra microrganismos patogênicos, sendo assim considerado o enxaguatório oral ‘padrão-ouro’ na Odontologia”, completa o Dr. Hugo.
6. Evite estresse
Além da higienização da boca, é fundamental também que você cuide da saúde de seu organismo como um todo, pois alguns fatores, como o estresse, podem afetar diretamente a saúde bucal. “Em momentos de estresse produzimos altas quantidades de hormônios como hidrocortisona, cortisol e adrenalina, substâncias que desencadeiam um efeito pró-inflamatório no organismo, o que favorece o surgimento de inflamações e infecções, incluindo doenças periodontais”, afirma o Dr. Hugo.
O cirurgião-dentista ainda ressalta que os maus hábitos causados pelo estresse também podem afetar a saúde bucal. “Além disso, quando estamos estressados aumentamos a prática de hábitos negativos, como a má higiene oral, o que somado a vulnerabilidade do organismo pode favorecer o surgimento de doenças como cáries, gengivite e halitose”, alerta. Por isso, invista em cuidados que visem a redução do estresse, como meditar, praticar exercícios físicos diariamente, dormir bem e manter contato com família e amigos.
7. Alimente-se corretamente
Outro cuidado importante para conquistar um sorriso bonito é a adoção de uma alimentação balanceada e livre principalmente de açúcar, que é um dos principais vilões da saúde bucal, favorecendo o aparecimento de cáries, gengivite, halitose e outras doenças periodontais. “O recomendado, então, é limitar o consumo de açúcar, ingerindo, no máximo, uma colher de sopa do ingrediente por dia”, aconselha o especialista.
Ele também recomenda observar os rótulos dos alimentos. “Além disso, verifique nos rótulos dos produtos se existe algum tipo de açúcar escondido, limite a frequência dos lanches entre as refeições, substitua os refrigerantes por água e evite alimentos açucarados pegajosos, como chicletes e balas, que podem deixar resíduos nos dentes e favorecer o aparecimento das doenças orais”, completa o Dr. Hugo.
8. Consulte o dentista regularmente
Por fim, é fundamental que você consulte um dentista com regularidade, já que ele é o profissional indicado para realizar uma avaliação do estado da sua saúde oral e da qualidade dos seus dentes, indicando assim os cuidados mais adequados para que você consiga conquistar um sorriso mais bonito e saudável.
Por Paula Amoroso
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.