Saúde
9 dicas para pedalar à noite com segurança
Muitas pessoas só podem pedalar à noite, outras preferem a noite para ter percursos mais calmos ou temperaturas mais baixas. Seja qual for o motivo, reunimos algumas dicas para você ter um pedal noturno mais seguro, e por consequência, mais tranquilo.
1. Seja um ser iluminado
Ter a iluminação apropriada pode parecer uma dica óbvia, mas há detalhes que muitos deixam passar. Um deles é a potência da lanterna que você tem em sua bike : lanternas feitas para ambientes urbanos provavelmente não terão potência suficiente para iluminar lugares sem iluminação pública ou ambientes off-road – especialmente trilhas.
Então, uma só luz muito forte com facho amplo resolve? Não exatamente… Se você pedala nos dois ambientes, o ideal é ter dois conjuntos de lanternas para bicicleta. Em uma trilha, você pode e provavelmente também precisa usar uma lanterna bem forte, enquanto em ambiente urbano, não só deve baixar a potência, mas cuidar para não jogar luz nos lugares errados – como casas, outros ciclistas e veículos.
Utilize dois conjuntos de lanterna
Uma ideia melhor ainda é usar os dois conjuntos de lanternas instalados na bicicleta ao mesmo tempo. Isso mesmo! Você pode usar, por exemplo, uma luz frontal piscando, para tornar sua presença mais clara, enquanto outra lanterna ilumina o caminho à sua frente. O mesmo vale para a traseira da bicicleta. Ter uma luz constante junto de uma luz piscando torna mais fácil para veículos que se aproximam determinarem a distância até você.
Opte por capacetes com lanterna
Outra adição útil é uma lanterna montada no capacete. Ela não só permite que você ilumine a direção em que está olhando, o que é muito útil em curvas, mas também é inestimavelmente útil se você precisar fazer alguma manutenção na bicicleta. Lembre-se, porém, que uma lanterna pesada montada no capacete será desconfortável e pode fazer o capacete se mover na sua cabeça.
2. Deixe que os outros vejam você claramente
Esta não é simplesmente uma questão de ter dezenas de luzes piscantes na sua bicicleta e no seu capacete: também se trata de onde você pedala. Pense bem: em um ambiente urbano, as luzes da sua bicicleta não serão as únicas no ambiente. Um motorista pode facilmente não perceber sua presença camuflada pelas muitas luzes urbanas.
Portanto, procure pedalar em um lugar onde você pode ser facilmente visto. Motoristas olham principalmente para frente, então, em uma rodovia ou estrada, pedale dentro do campo de visão deles. Isso se traduz em ficar mais perto da rodovia, na beirada do acostamento.
3. Esteja iluminado de perfil
Para isso, você pode contar com a ajuda de duas coisas: luzes que ofereçam visibilidade lateral e refletores. Isso mesmo, refletores! Estudos mostram que eles são muito eficientes na segurança do ciclista. Refletores enviam luz de volta diretamente para o veículo que se aproxima. Alguns refletores específicos, como os de pedal, geram reflexos em movimentos característicos, que fazem os outros perceberem rapidamente que se trata de uma bicicleta.
Roupas também podem ter refletores. E roupas com refletores são mais eficientes do que roupas claras ou de alta visibilidade. Outro lugar prático para um refletor é nas luvas: permite que motoristas vejam quando você sinaliza com as mãos.
4. Cuidado para onde você aponta a luz
Com o advento dos LEDs, lanternas pequenas e surpreendentemente potentes se tornaram comuns. Algumas lanternas podem ser bem mais potentes que os faróis de um carro. Por isso, cuidado. Luz demais e luz no lugar errado pode ser a mesma coisa que andar no escuro. Verifique se sua lanterna não prejudica a visão de outros usuários da via, ou acidentes sérios podem acontecer.
5. Carregue as baterias
Antes de tudo, sempre saia de casa com as baterias totalmente carregadas. Alguns modelos de lanternas para bicicletas permitem trocar a bateria. Nesses casos, baterias extra são muito bem-vindas. Ter mais de um conjunto de luzes na bicicleta também é útil por outro motivo: prolonga a autonomia.
Duas luzes em baixa potência geram uma luz de intensidade média, mas duram muito mais do que apenas uma luz em potência média. Além disso, se uma delas falhar, você não fica na mão. Caso o trajeto seja muito longo ou muito escuro, duas coisas serão úteis: ter baterias reserva ou um dínamo na roda frontal para gerar energia.
6. Gerencie a energia das lanternas
Gerencie a energia das baterias das suas lanternas. Use o que precisar, nada mais. Isso é mais importante do que parece. Se a bateria da sua lanterna acaba em meio a uma trilha, você não só vai ter uma experiência incômoda voltando para casa, mas ainda pode sofrer um acidente quando ficar sem iluminação.
7. Preste atenção ao redor
Isso vale especialmente para quem não tem experiência em pedalar à noite. Fique de olho em potenciais perigos, eles serão mais difíceis de enxergar à noite. Mesmo que sua rota de pedal seja um lugar conhecido, tome cuidado. Tudo vai parecer muito diferente à noite.
Se seu ambiente de pedal for uma trilha , mais cuidado ainda! A possibilidade de obstáculos e perigos é muito maior. Outro ponto: se sua trilha inclui saltos, é melhor evitá-los à noite. Mesmo que sejam conhecidos, é muito difícil calcular quanto falta para chegar no chão com pouca luz.
Se você está pedalando em grupo, deixe espaço suficiente entre você e o piloto da frente para que a luz da sua bicicleta não gere sombras no caminho das bicicletas da frente, o que atrapalha a visão dos ciclistas à frente. Também tome cuidado com luzes traseiras muito fortes.
8. Invista em agasalho
Se você pedala à noite no inverno, já sabe bem da importância de estar corretamente agasalhado. Mas é importante salientar que o clima não é totalmente previsível, assim como a sensação térmica gerada em cada lugar e situação. Por isso, é útil sempre ter roupas a mais com você, como luvas mais grossas, jaquetas, pernitos e manguitos.
Pedalar molhado deixará tudo pior no frio. Portanto, mesmo que a previsão não seja de chuva, ter roupas resistentes à água é prudente. Se a chuva é garantida, roupas à prova de água são a melhor pedida. E lembre-se que em alguns lugares, mesmo nas estações amenas ou quentes, pode ficar frio à noite.
9. Informe amigos e familiares sobre o trajeto
Alguém deve saber para onde você vai e quanto tempo levará para ir e voltar. Se você estiver pedalando em ambiente off-road, pode não ser possível conseguir uma ligação pelo celular caso algo dê errado. É aí que entra um amigo informado que notou que você não voltou para casa no tempo devido.
Não conte com a ajuda de estranhos para esses casos. Primeiro, haverá poucas pessoas vagando por aí à noite, especialmente em lugares isolados. Além disso, é maior a possibilidade de pedir ajuda para a pessoa errada. Você também vai esfriar bem rápido à noite se não estiver se movendo. Por isso, reforçamos a dica dos agasalhos extras: você vai precisar deles se tiver uma parada inesperada em um pedal noturno.
Texto originalmente publicado na revista Bicicleta (Edição 120).
Por Redação Bicicleta
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.