Saúde
9 maneiras de prevenir acidentes com crianças no verão
Durante as férias de verão, as crianças utilizam o tempo livre para brincar e se divertir com familiares e amigos. Nesse período, muitas costumam viajar ou ficar em casa, o que aumenta a necessidade de supervisão e cuidado visando evitar acidentes. Seja na própria residência ou em pousadas e casas alugadas, verificar as condições para receber os pequenos é fundamental.
“É nessa época, tão aguardada pelas crianças, que pais, familiares e cuidadores precisam ficar ainda mais atentos. É mais comum que os riscos aumentem, já que crianças e adolescentes estarão com mais tempo livre para explorar os ambientes. Vale fazer uma ‘operação pente fino’ na casa e demais espaços nos quais aproveitarão as férias”, destaca Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS. A seguir, confira algumas dicas a fim de evitar acidentes e aproveitar esse período.
1. Preste atenção às escadas e aos pisos
Crianças não devem brincar próximas a janelas ou sacadas sem proteção, que devem ter grades ou redes de segurança. A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras em parquinhos e brinquedões também devem ser supervisionadas para evitar acidentes.
2. Tampe as tomadas
Visando evitar descargas elétricas, todas as tomadas devem estar tampadas e protegidas para obstruir o contato das crianças. Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2022, divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), 342 crianças de 0 a 10 anos foram vítimas fatais de choque elétrico na última década.
3. Utilize travas de gavetas
É indispensável adicionar travas em gavetas com objetos cortantes e que ofereçam risco. Além disso, não é somente a faca que apresenta perigo: itens de cozinha em geral, além de objetos como clipes metálicos, tampa de caneta e tesoura, por exemplo, também podem causar acidentes.
4. Inspecione os brinquedos
Os brinquedos devem passar por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema que possa causar acidente ou lesão, conserte imediatamente ou descarte.
5. Mantenha produtos tóxicos distantes
É essencial manter remédios, produtos de limpeza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças.
6. Adapte a casa
Não importa onde seja a hospedagem, na casa de familiares ou no quarto de hotel, as condições de segurança devem ser avaliadas e adaptadas para as crianças.
7. Use equipamentos de segurança ao ar livre
Ao andar de skate, bicicleta ou patins, por exemplo, é necessário usar equipamentos de segurança, como capacete, cotoveleiras e joelheiras, para evitar o risco de lesões graves. Nos parquinhos, sempre verifique a condição dos brinquedos e não os utilize caso estejam quebrados, enferrujados ou com superfícies perigosas.
8. Fique atento às piscinas, aos lagos e aos rios
De acordo com dados da Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), o afogamento é uma das principais causas de internação de crianças e adolescentes. Por isso, não deixe as crianças sozinhas à beira de piscinas, rios ou lagos e, ao entrar na água, faça o uso de coletes salva-vidas, uma vez que boias de braço não são aconselhadas. Fique atento ainda aos baldes, às bacias, às piscinas plásticas, que, mesmo rasos, podem ser perigosos.
9. Atente-se à segurança de atividades em grupos
Em hotéis e colônias, procure saber se existe uma equipe de monitores especializados para cuidar de crianças, com profissionais formados em primeiros socorros. No caso de atividades que necessitem de equipamentos de segurança, exija que sejam utilizados e se atente às condições dos instrumentos.
Por Lais Sansoni
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.