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Câncer de bexiga: entenda a doença que Roberto Justus está tratando

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Roberto Justus é diagnosticado com câncer na bexiga
Foto: Reprodução/Instagram

Roberto Justus é diagnosticado com câncer na bexiga

O mês de novembro é marcado pela campanha de prevenção contra o câncer de próstata . Esse é o tipo mais comum em homens, e possui uma ampla divulgação de como ficar atento aos sintomas e fazer exames periódicos. Entretanto, outro câncer de bastante abrangência em homens é o de bexiga. 

A condição vem sendo largamente divulgada após o apresentador e empresário  Roberto Justus anunciar que foi diagnosticado e está em tratamento. Mas, afinal, do que se trata este câncer? No que devemos ficar atentos quanto aos sintomas desta doença? Quais os tratamentos que o paciente poderá seguir a partir do diagnóstico? 

Para entendermos melhor este tipo de câncer, o  iG conversou com a oncologista clínica do CEON + (Centro de Oncologia), Drª Suelen Martins, e com o urologista e cirurgião robótico do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e Goiânia, Dr. Fernando Leão, que explicam como esta doença pode ser diagnosticada e tratada.


Sintomas

Primeiramente é necessário saber quais os principais públicos ao qual o câncer de bexiga pode atingir. Em geral, qualquer pessoa pode desenvolvê-lo. Entretanto, são comumente achados em pessoas a partir dos 60 anos, e está muito ligado ao tabagismo, sendo pessoas que fumaram durante um período da vida ou foram fumantes passivos. Além disso, é mais comum a manifestação da doença em homens, representando cerca de três quartos dos acometidos pelo câncer, além de ser mais fatal em homens.

Para um diagnóstico preventivo, o paciente deve ficar atento a alguns fatores. Primeiro na presença de sangramento indolor na urina. O Dr. Fernando Leão explica que tais sangramentos se chamam “macro hematúria, porque é um sangramento macroscópio, ou seja,  visível a olho nu, e não apresenta dor”. A partir deste sintoma, o paciente procura um urologista para entender qual o motivo daquele sangramento, e é onde são feitos exames de imagem e biópsia para saber se um é câncer ou não. 

O Dr. Leão ainda reitera que “nem todo sangramento é um câncer de bexiga”. Há casos que o sangramento trata-se de uma “infecção urinária que fica na bexiga, […] pode ser um câncer renal que também sangra, pode ser pedra nos rins ou pedra na bexiga”, pois todas essas condições causam sangramentos.

Um ponto que a Drª Suelen Martins levanta para ficar atento é a diminuição da vontade ir ao banheiro, “porque a bexiga acaba ficando menor por causa do tumor, então dá mais vontade de fazer o xixi”. Além disso, é necessário ficar atento a dor pélvica e abdominal recorrentes, que podem ser sinais do câncer.

Câncer de Bexiga
Reprodução/Fernando Leão: Minimally Invasive & Robotic Surgery

Câncer de Bexiga

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Porém, há vezes em que o paciente dá entrada em um exame de imagem — tal qual tomografia, ressonância do abdômen ou ultrassom — e acaba visualizando a lesão que não rompeu e não houve sangramento na urina. Isso é o que o Dr. Fernando Leão chama de “exame achado”.

Diagnóstico

Uma vez tendo a suspeita da doença, iniciam os exames para confirmar o prognóstico. Segundo a Drª Suelen Martins, o primeiro passo é fazer o exame de urina para ver quais os motivos da presença de sangue nela. Ele é seguido pelos exames de imagem, que aumentam ou diminuem as suspeitas de câncer na bexiga, uma vez que irá ver “[se] tem uma vegetação tumoral [no órgão]”.

A partir deste ponto, é necessário a realização de uma cistoscopia — segue o mesmo esquema de uma endoscopia, porém o médico urologista insere uma câmera tubular através da uretra até a bexiga, ao qual ele analisará a imagem e removerá uma parte da massa para fazer uma análise histopatológica.  “Com essa análise, a gente consegue saber o tipo da célula que está crescendo, se é maligno, se é benigno. [Além disso, podemos saber] o principal subtipo do câncer que é esse urotelial”, disse a Drª Suelen, acrescentando que os cânceres localizados na bexiga costumam ter “uma tendência de comportamento um pouco mais agressivo”.

Dentre os subtipos de cânceres presentes na bexiga estão os carcinoma urotelial — acomete cerca de 90% dos pacientes e representa uma alteração na camada mais interna dos revestimentos da bexiga—, carcinoma epidermóide — está presente após infecções e inflamações crônicas na bexiga, representando 9% dos casos— e o adenocarcinoma — mais raro de acontecer e aparece devido a alterações nas células secretoras do órgão.

Tratamento

Uma vez diagnosticada e entendida gravidade da lesão, é dado o início do tratamento para a retirada da parte cancerígena. O Dr. Fernando Leão detalha o procedimento, que começa com um estudo da camada muscular da bexiga. 

Caso a lesão se encontre em uma camada superficial do órgão, ela é uma doença inicial, localizada. Neste caso, é feita uma ressecção da lesão, somado a imunoterapia com a BCG (Bacilo de Calmette-Guérin). Este tratamento com a BCG consiste na aplicação de um líquido periodicamente, seguindo um protocolo  de tratamento construído pelo médico responsável. 

Já nos casos em que a doença está avançada, e a bexiga foi tomada quase que totalmente afetada, um procedimento mais invasivo é necessário. Neste caso, é feita a retirada parcial ou total do órgão, sendo preciso a criação de um novo reservatório. Segundo Dr. Fernando, é utilizado “um segmento de alça de intestino para se fazer esse novo reservatório [que será ligado] a uretra remanescente, e o paciente poderia urinar normalmente”. 

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Entretanto, em alguns casos, tal abordagem não é possível, com o paciente tendo que passar por um procedimento de urostomia — segue o mesmo conceito da colostomia, ao qual o paciente fica com uma bolsa acoplada a parede abdominal, trocada periodicamente. Os procedimentos podem ser realizados de três formas possíveis. A primeira é em uma intervenção cirúrgica aberta, ao qual é feita a abertura do paciente e retirada de forma parcial ou total da bexiga. A segunda é através de uma laparoscopia, ao qual é a cirurgia é feita de forma menos invasiva com uma câmera. Ou ela poder ser feita de forma robótica, sendo a maneira menos agressiva entre as três.

No caso da retirada parcial, primeiro é necessário entender em que local o câncer está localizado. “[Imagine a bexiga como] uma caixa d’água. Se ela estiver localizada na tampa da caixa d’água — que seria a Cúpula da bexiga ou nas paredes superiores — você consegue fazer uma retirada parcial. O que temos que imaginar é que depois eu tenho que reconstruir aquela parte retirada. Agora se essa lesão estiver o chão da caixa d’água — que nós chamamos de assoalho da bexiga — aí é muito difícil você fazer a retirada parcial. É onde ela entra na retirada total”, explica Dr. Fernando Leão, que acrescenta que é necessário entender a posição, o tamanho da lesão e a qualidade de vida do paciente após a operação. É preciso lembrar que depois o órgão será reconstruído, e precisará de material para que ela se feche e não diminua muito a capacidade de armazenamento.

Vale ressaltar que nessa retirada, é necessário ter uma margem para diminuírem os riscos  da doença entrar em recessão. Além disso, após a intervenção cirúrgica, o paciente deve realizar a cistoscopia a cada três meses, diminuindo a necessidade progressivamente até ficar de forma anual.

O Dr. Fernando Leão ainda acrescenta que, diferente do câncer de próstata, não há um protocolo de prevenção para o câncer de bexiga. Este tipo de doença não apresenta marcadores fiéis que indiquem um diagnóstico rápido, sendo aconselhável que pessoas acima de 50 anos faça anualmente um exame de urina e uma ultrassom para tentar diagnosticar o câncer no estágio inicial.

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Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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