Saúde
Conheça as causas e as consequências do ronco
O ronco é um distúrbio que pode ter diversas causas e, algumas vezes, estar relacionado com doenças mais graves, como a apneia. Por isso, é fundamental consultar um médico para investigar as causas. Inicialmente, é importante entender o que é o ronco e como ele acontece.
O otorrinolaringologista Eric Thuler explica que o ronco é o som causado pela vibração dos tecidos da faringe e ocorre quando há estreitamento na passagem do ar. “Os locais mais frequentes desse estreitamento ocorrem no nariz, como o desvio de septo nasal e hipertrofia das conchas nasais; na parede lateral da faringe, como a hipertrofia das amígdalas palatinas e na base da língua”, enumera.
Causas do problema
Uma das causas do ronco é a posição em que a pessoa dorme e está relacionada com a barriga para cima, pois, o indivíduo tende a abrir a boca e a língua se desloca para trás, pressionando a garganta e dificultando a respiração.
O ronco rítmico, por outro lado, não apresenta relação com a posição durante o sono. Alguns fatores que influenciam, são: adenoides e amígdalas muito grandes, tumores, rinites e desvio de septo. Grande parte dessas complicações provoca obstrução crônica do nariz, fazendo com que a pessoa respire pela boca.
O álcool e medicamentos calmantes (à base de diazepínicos), também influenciam no ronco. “As bebidas alcoólicas aumentam o relaxamento muscular da faringe, aumentando a vibração desses tecidos e causando consequentemente o ronco”, explica o otorrinolaringologista. Além disso, a obesidade também pode influenciar no aparecimento do problema.
Consequências do ronco
Um dos principais riscos do ronco, de acordo com o médico Eric Thuler, é a possibilidade de desenvolver a apneia obstrutiva do sono , caracterizada por “pausas na respiração que podem levar a queda na oxigenação, comprometendo a qualidade do sono e, em casos mais graves, levando a um risco aumentado de hipertensão, arritmia, infarto e até AVC (acidente vascular cerebral)”.
Nesses casos, a apneia obstrutiva do sono pode provocar casos mais graves de sobrecarga cardiocirculatória, sonolência durante o dia, baixo rendimento intelectual e no trabalho, cansaço e irritabilidade persistente.
Fique atento aos sinais
De uma forma geral, roncar não é normal. Por isso, de acordo com Fausto Ito, especialista em distúrbios do sono, nós devemos nos preocupar com qualquer sinal de ronco emitido durante o sono. “Mas, principalmente, com aquele barulho que logo em seguida pode estar acompanhado de engasgos e uma pausa na respiração. As características mais fáceis de identificar são ronco alto e frequente, que geralmente estão associados às pessoas que estão acima do peso, mulheres após a menopausa, pessoas com queixo pequeno ou retraído, respiradores bucais ou aqueles que consomem bebidas alcoólicas próximo ao horário de dormir”, conclui.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.