Saúde
Depressão: recuperação exige cuidados com a saúde mental e bucal
Um novo artigo publicado no site do Dr. Drauzio Varella aponta que casos de depressão costumam ter um forte impacto na saúde bucal de uma pessoa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 332 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença, das quais 11 milhões estão no Brasil. O país tem o maior número de ocorrências na América Latina.
Por demandarem muita energia das pessoas, as tarefas que envolvem autocuidado são as primeiras a serem deixadas de lado em episódios depressivos. E a consequência disso são problemas de saúde bucal, como mau hálito, cáries, tártaro e gengivite.
Porém, é preciso ficar atento, já que esses problemas podem evoluir para doenças mais graves, como pneumonias resultantes de infecções bucais e doenças cardiovasculares causadas por bactérias presentes na boca.
Para garantir que o paciente recupere sua saúde bucal, é fundamental utilizar o plano dental ou consultas particulares e levá-lo a uma avaliação no dentista. Esse profissional fará uma avaliação detalhada do quadro do paciente e recomendará o tratamento adequado tendo como base a terapia individual progressiva de suporte bucal (TIPSB).
Essa terapia é usada para diagnosticar o nível de higiene oral e o de cooperação de cada paciente para promover o tratamento. É de extrema importância que o paciente colabore, mantendo as escovações, o uso de fio dental, enxaguante bucal e até mesmo de medicações para que o tratamento faça efeito.
Por isso, é necessário que o tratamento odontológico do paciente esteja também relacionado ao tratamento psiquiátrico e clínico: sem um esforço conjunto, é impossível que o paciente trate do quadro depressivo e, consequentemente, dos outros problemas de saúde que o acompanham.
Depressão no Brasil
A depressão atinge pessoas de todas as idades, gêneros e classes sociais, e se caracteriza por ser um transtorno mental que interfere na vida diária do paciente ao causar sentimentos negativos, como o de incapacidade, irritabilidade, perda de prazer, baixa auto estima e tristeza. Pessoas que possuem o quadro depressivo também sofrem com pessimismo, isolamento social e déficit cognitivo, tendo sua memória e raciocínio prejudicados.
A situação no Brasil piorou com a pandemia. O número de casos de depressão no país subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. Junto ao aumento de casos, veio também a explosão de casos de suicídios relacionados à doença — segundo o Datasus, o número de suicídios é maior do que o de mortes por acidentes de moto, por exemplo.
Os sintomas mais frequentes de que há o início de um quadro depressivo são tristeza, falta de vontade e interesse e pensamentos negativos.
O abandono de práticas de autocuidado, como tomar banhos, escovar os dentes e pentear o cabelo e o abandono do cuidado com o ambiente onde a pessoa vivem também são sinais da doença considerada pela OMS como o “Mal do Século”.
Impacto na saúde bucal
A depressão não é a única doença psicológica que tem impacto na saúde bucal. Ansiedade, estresse e transtornos alimentares também causam problemas nos dentes e devem ser acompanhados de perto não apenas pelo dentista, mas também por outros especialistas responsáveis pelo tratamento.
A ansiedade e o estresse, por exemplo, são responsáveis diretos pelo aparecimento de um problema de saúde bucal muito comum entre os brasileiros: o bruxismo. A doença, que é caracterizada pelo ranger de dentes durante o sono, causa sobrecarga muscular e dores intensas, além de dentes desgastados que podem quebrar.
Já transtornos alimentares — que tem origem em problemas psicológicos — são prejudiciais à saúde bucal pela falta de consumo de vitaminas e pela alteração do nível de acidez da saliva dos pacientes. Essa alteração ocorre devido aos vômitos que geralmente acompanham essas condições e podem causar a erosão dentária, ou seja, a perda de esmalte e outros tecidos do dente, o que pode causar outros problemas, como lesões bucais.
Para garantir o bem estar do paciente, todo tratamento de doenças psicológicas deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar que inclui um dentista. Assim, é possível ter um plano dental para tratamento e prevenir e tratar doenças bucais que podem surgir como consequência.
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Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.