Saúde
Doenças cardíacas: conheça as causas e saiba como prevenir
Doença cardíaca é termo amplo e, de acordo com o cardiologista Dr. Luiz Antonio Campos, inclui várias doenças cardíacas e vasculares. Pessoas que possuem fatores de risco estão mais propensas a desenvolver alguma doença do coração e dos vasos. “Existem diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os quais podem ser divididos em imutáveis e mutáveis”, explica o cardiologista.
Fatores imutáveis
São fatores imutáveis aqueles que não podemos mudar e, por isso, não podemos tratá-los. São eles: hereditários, idade e sexo.
Fatores mutáveis
São os fatores sobre os quais podemos influir, mudando, prevenindo ou tratando. São eles: fumo, colesterol elevado , pressão arterial elevada, vida sedentária, obesidade, diabetes e estresse.
Doenças cardíacas em homens e mulheres
Os homens têm mais riscos em ter doenças cardíacas na juventude e na meia idade, enquanto as mulheres correm mais riscos na pós-menopausa e na terceira idade. Segundo o Dr. Luiz Antonio Campos, isso acontece devido a questões hormonais.
A menopausa, por exemplo, deteriora a saúde da parede dos vasos por conta de uma deficiência hormonal. Por esta razão, as mulheres na pós-menopausa sofrem maior incidência de colesterol alto, diabetes, hipertensão arterial (pressão alta) e obesidade visceral.
Tipos de doenças cardíacas
Conforme explica o cardiologista, as doenças cardiovasculares incluem: doença das artérias coronárias, ataque cardíaco, angina, síndrome coronariana aguda, aneurisma da aorta, arritmias, doença cardíaca congênita, insuficiência cardíaca e doença cardíaca reumática. “As mais comuns são a cardiopatia isquêmica e a aterosclerose”, acrescenta.
Cardiopatia isquêmica
A cardiopatia isquêmica inclui as doenças cardíacas desencadeadas pelo acúmulo de gordura nas paredes de vasos e artérias, provocando estreitamento, dificuldade ou obstrução na passagem do sangue. O estreitamento pode originar angina de peito e obstrução total, que é o enfarte agudo do miocárdio.
Aterosclerose
A aterosclerose atinge artérias de grande e médio calibre, é desencadeada pelo acúmulo de gordura , cálcio e outras substâncias nas paredes internas das artérias. A redução do calibre da artéria provoca diminuição da quantidade de sangue que consegue passar e, consequentemente, aumenta o esforço do coração para bombear. Este esforço provoca hipertensão arterial, acidentes vasculares cerebrais e doenças nas artérias coronárias.
Causas das doenças cardíacas
Segundo o Dr. Luiz Antonio Campos, as causas das doenças cardíacas podem ser apontadas pelos fatores de risco, que podem ser divididos em três grupos: condições médicas, fatores de estilo de vida e fatores hereditários.
- Condições médicas: níveis altos de colesterol ruim no sangue, pressão alta e diabetes;
- Fatores de estilo de vida: tabagismo, alimentação inadequada, sedentarismo, obesidade e consumo excessivo de álcool;
- Fatores hereditários: fatores genéticos provavelmente desempenham algum papel na pressão alta, doença cardíaca e outras condições vasculares. Entretanto, é provável que pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares também compartilhem o mesmo ambiente e fatores de risco.
Sintomas de doenças cardíacas
Os sintomas para quem sofre de alguma doença cardíaca, de acordo com o cardiologista Dr. Luiz Antonio Campos, são variados, mas podemos citar a dispneia, dor ou desconforto torácicos, palpitação, síncope, tosse e a hemoptise.
Formas de proteger o coração
Existem diversas formas de prevenir doenças cardiovasculares. De acordo com o Dr. Luiz Antonio Campos, é importante verificar rotineiramente o nível de colesterol e pressão arterial. Além disso, é necessário “cuidar da dieta e do peso para manter sob controle a pressão e o colesterol. Para isso, evite alimentos ricos em gordura, como frituras, e introduza mais grãos e frutas em sua rotina alimentar”, indica o médico.
Para os fumantes, a principal recomendação é: “pare de fumar imediatamente. Fumar, dentre outros males, acelera o desenvolvimento da aterosclerose por danificar as paredes das artérias, o que facilita o depósito de colesterol”, alerta o cardiologista.
Evitar o sedentarismo é outra dica fundamental. Para isso, pratique exercícios físicos regularmente. “Atividades físicas são benéficas à saúde como um todo e reduzem os riscos de desenvolver diversos males”, afirma o cardiologista.
Ainda de acordo com o Dr. Luiz Antonio Campos, reduzir o estresse também é um fator importante para a prevenção de doenças cardiovasculares. “Uma rotina estressante favorece o surgimento de diversos problemas de saúde, que podem ser evitados encarando a vida de forma mais calma”, finaliza.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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