Saúde
Dores nas costas: entenda as causas e saiba como prevenir
A dor nas costas não é apenas um incômodo rotineiro, é um problema que merece atenção e deve ser tratado corretamente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população já teve ou terá esse tipo de problema de saúde, que compromete a qualidade de vida sob diversos aspectos, entre eles físicos, emocionais e até sociais.
Causas das dores nas costas
De acordo com o neurocirurgião Marco de Agassiz Almeida Vasques, estamos vivendo um período de transformações tecnológicas que têm levado a mudanças nos hábitos de vida. “Deixamos de nos movimentar no dia a dia. O carro, o controle remoto, o videogame, o computador, todas essas novidades levaram o ser humano a reduzir o hábito de se movimentar. Uma das consequências disto é a maior observação das dores na coluna ”, afirma.
O ortopedista Rodrigo Junqueira Nicolau explica que a coluna vertebral necessita de um bom funcionamento da musculatura que a estabiliza, para que a sobrecarga e os movimentos que realizamos sejam menos desgastantes para as estruturas que nos suporta e que protegem nosso sistema nervoso.
Origens das dores
Além do estilo de vida mais sedentário, uma simples dor nas costas pode ter diversas origens, desde hábitos incorretos de postura até doenças mais graves. “A dor nas costas é um sintoma, podendo ter causas diversas. Algumas destas causas seriam problemas musculares , articulares ou mesmo viscerais. As doenças degenerativas como a artrose e a hérnia discal são causas comuns, mas também há outros tipos de doenças como tumores que podem se manifestar como uma dor nas costas”, alerta o neurocirurgião.
Pessoas mais atingidas
Marco de Agassiz Almeida Vasques afirma que as faixas etárias mais frequentes com problemas na coluna são entre 30 e 60 anos. “Mostra o impacto que isto traz para a sociedade, pois é justamente a idade mais produtiva do indivíduo. No entanto, qualquer idade pode ser acometida, dada a multiplicidade das causas”, garante.
Dores nas costas em crianças
O peso excessivo das mochilas durante a fase de crescimento, de acordo com Marco de Agassiz Almeida Vasques, pode trazer problemas posturais e dores futuras. “O peso máximo não deve ultrapassar 10 a 15% do peso da criança. Caso não seja possível evitar carregar o peso, uma alternativa é procurar distribuir a carga de forma simétrica, evitando apoiar em um só lado do corpo. Mas é melhor utilizar a mochila com rodas, que evita a necessidade de carga sobre a coluna”, adverte o especialista.
Prevenindo dores nas costas
As dores decorrentes de postura inadequada são as mais fáceis de prevenir. Começar a prestar mais atenção na posição de suas costas enquanto está no trabalho, por exemplo, já é um bom começo. Entretanto, Marco de Agassiz Almeida Vasques observa que existem diversos movimentos que realizamos no dia a dia e que, quando feitos com consciência, diminuem a probabilidade de desenvolver dores nas costas.
“Ao longo do dia realizamos muitos movimentos, como levantar, sentar, entrar e sair do carro, carregar objetos pesados ou pegar algum objeto que caiu no chão. Estes movimentos feitos ao longo de anos de forma incorreta podem causar dores . Se criarmos o hábito de nos movimentar, praticar atividade física, sentar e dormir corretamente, provavelmente vamos reduzir nossa chance de apresentar dores”, afirma o neurocirurgião.
Tratamentos para dor nas costas
De acordo com Juliano Wada, fisioterapeuta especializado em osteopatia, existem diversas formas de tratamentos para dores na coluna , entre elas estão os exercícios físicos, os medicamentos, as cirurgias, a reabilitação fisioterapêutica e os tratamentos alternativos. “Todas as intervenções são eficazes, depende de cada caso. O mais importante é realizar um trabalho multiprofissional”, explica.
Existem diversas estruturas na coluna que podem ser responsáveis em causar as dores. Por isso, segundo o ortopedista Rodrigo Junqueira Nicolau, o importante é tentar reconhecê-las para estabelecer o tratamento mais individualizado possível para cada caso.
“A grande maioria dos problemas de dores nas costas podem ser tratados sem cirurgias, e existem diversas opções de acordo com o caso”, complementa. “Mas, é importante também avaliar o estilo de vida das pessoas para tentar mudar atitudes que estejam levando e agravando os problemas da coluna”, conclui o profissional.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.