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Doutora diz que Bolsonaro não comprou vacina contra nova variante

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Doutora Margareth Dalcolmo
Reprodução/Twitter

Doutora Margareth Dalcolmo

A pesquisadora da Fiocruz e pneumologista Margareth Pretti Dalcolmo detalhou os motivos das vacinas que foram disponibilizadas aos brasileiros não estão protegendo contra a nova cepa da Covid-19 , a BQ1. Ela revelou que as doses de imunizante de segunda geração não tiveram suas compras aprovadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

“O Norte do Brasil mostrou de maneira tristemente pedagógica que aquela conversa de imunidade de rebanho, como nós contestamos tantas vezes, estava errado, porque não é doença que confere imunidade de rebanho. O que confere imunidade de rebanho é vacina, esse termo se aplica à vacina, e não à doença”, falou.

“Então, o Norte do Brasil provou isso de uma maneira muito triste. Fora isso, haver novas variantes não surpreende. O que nos preocupa e tem sido monitorado pela vigilância epidemiológica pela vigilância genômica, inclusive no Brasil, é que podem surgir, sim, variantes e subvariantes, como é a cepa BQ1, que é essa que hoje já circula entre nós, que tem uma alta taxa de transmissão e que tenham um escape vacinal”, acrescentou.

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Margareth relatou que os brasileiros precisam urgentemente de “vacinas de segunda geração”. Ela explicou que o imunizante reforçará a proteção da população que mora no Brasil

“Então, nesse momento, a vacina que nós tomamos, mesmos nós todos, que tomamos quatro doses, duas doses e dois reforços, na verdade, a cepa bq1 tem escape. Nós precisaríamos, nesse momento, estar sendo vacinados com as vacinas de segunda geração, as chamadas vacinas ambivalentes ou bivalentes, que são aquelas feitas, construídas com a proteína spike da cepa Ômicron, que é essa que dá margem a todas essas variantes”, comentou.

Pesquisadora lamenta negligência do governo Bolsonaro

A pesquisadora demonstrou descontentamento com a demora por parte do governo Bolsonaro para a distribuição dos imunizantes.  “Essa vacina, lamentavelmente, ela tá submetida, tem um pedido que nós sabemos, de aprovação, na Anvisa, desde setembro, e não sabemos porque isso não foi aprovado e nem sabemos quanto foi pedido pra ser comprado, acho eu que não foi pedido nada até agora”.

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“Mas nós precisaríamos estar sendo vacinados com esta vacina, vacina de segunda geração ambivalente, que já está sendo aplicada nos países europeus, que já está sendo aplicada nos Estados Unidos… Então, essa é que nós merecíamos estar tomando agora”, concluiu.

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Fonte: IG SAÚDE

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Saúde

Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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