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Gripe aviária: o que você precisa saber sobre o vírus H5N1

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Gripe aviária doença não é transmitida pelo consumo de frango ou ovos, segundo o Ministério da Agricultura e Organização Mundial de Saúde (OMS)
Tânia Rêgo/Agência Brasil – 11/07/2019

Gripe aviária doença não é transmitida pelo consumo de frango ou ovos, segundo o Ministério da Agricultura e Organização Mundial de Saúde (OMS)

Embora o Ministério da Saúde tenha informado que a gripe aviária não infecta seres humanos com facilidade, a doença tem preocupado autoridades de saúde pelo Brasil. O país, até o momento, registrou 13 casos confirmados de influenza aviária em aves silvestres, mas nenhum em humanos.

O vírus H5N1 é um subtipo da influenza , que atinge, principalmente, as aves. A preocupação de médicos e profissionais da área saúde é que ele sofra mutações e consiga infectar seres humanos com facilidade.

Neste momento, muitas dúvidas em relação à forma de contágio, prevenção, vacinas e tratamento podem surgir. Confira, abaixo, alguns desses questionamentos respondidos pela infectologista do Hospital Sírio-Libanês Mirian Dal Ben.

1. O Ministério da Saúde informou que “o vírus não infecta humanos com facilidade e, quando isso ocorre, geralmente a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada”. Por quê?

“O vírus da gripe aviária — que tem vários tipos, esse que está no Brasil é o H5N1, que é o mais comum — habitualmente não infecta seres humanos. Ao longo do tempo, a gente teve surtos que acometeram seres humanos por vírus que sofreram pequenas mutações e adquiriram essa capacidade de causar infecção no ser humano.

“No entanto, temos poucos registros na literatura de surtos que tenham atingido poucas pessoas, nos quais os vírus, além disso, conseguiram acumular mutações que também possibilitaram a transmissão de um ser humano para outro.

Então tem essas duas coisas: a primeira, que é o vírus da gripe aviária conseguir causar a doença em seres humanos, que já é raro; e a segunda, que é o vírus conseguir transmitir de um ser humano para outro. Embora não seja raro, pode acontecer, como aconteceu com a Covid, que era um vírus essencialmente de morcego, que conseguiu infectar o ser humano e, eventualmente, mutou-se e conseguiu passar de um ser humano para o outro.”

2. Como ocorre a transmissão desse vírus?

“No histórico atual, dos casos que já tivemos, ocorreu a transmissão do vírus dos animais para os seres humanos em pessoas que tiveram contato com aves vivas, seja cuidando, manipulando, envolvidas na criação ou participando do abate e entrando em contato com excreções e secreções das aves.” Então foram contatos assim: ou com a ave viva, mas um contato bem próximo, alimentando ou cuidando da ave, ou contato com a ave morta, ou doente, cuidando e limpando as secreções da ave.

É importante ressaltar que não se trata de um contato breve, como quando uma pessoa está passando na praça e uma ave se aproxima, ou quando está passeando no parque e uma ave voa próxima. Até o momento, os casos ocorreram após um contato mais próximo com as aves e em locais com uma grande quantidade desses animais.

Nossa preocupação é que esses casos tenham sido detectados no Brasil em aves silvestres. Sabemos que a transmissão de ave para ave é fácil de ocorrer, porém, a transmissão de ave para ser humano e, eventualmente, de ser humano para ser humano, não é tão comum. No entanto, se tivermos um grande número de aves e o vírus tiver alta capacidade de replicação, a probabilidade aumenta.”

Além disso, a doença não é transmitida pelo consumo de frango ou ovos, segundo o Ministério da Agricultura e Organização Mundial de Saúde (OMS).

3. Como saber se a ave está infectada?

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“A ave, habitualmente, fica doente, mas não são todas que apresentam sintomas. Ela pode estar sem sintomas ou sem sintomas perceptíveis ao ser humano. Existe uma porcentagem de aves que não tem nenhuma mudança no comportamento e pode estar infectada. Quando se tem esses pequenos surtos, é feita a testagem amostral do grupo, para ver qual é a extensão do surto, e também se faz a testagem dos seres humanos que tiveram contato próximo com essas aves.”

4. Quais são os sintomas?

“O paciente começa a ter sintomas gripais como nariz escorrendo, congestão nasal e tosse. Varia um pouco de acordo com os surtos que tivemos na história, mas alguns dos que tivemos de H5N1 foram igual à Covid-19: metade dos pacientes precisaram ser internados por uma pneumonia muito grave e com uma taxa de 3 a cada 10 pessoas evoluindo a óbito por pneumonia grave.”

5. O que fazer em caso de suspeita da gripe aviária?

“Se a pessoa está com sintomas de gripe e tem suspeita de gripe aviária porque teve contato próximo com aves, ela deve procurar o serviço médico e notificar essa epidemiologia, para que sejam feitos testes específicos que não são disponíveis em laboratórios e hospitais normais.”

6. A gripe aviária é motivo de preocupação?

“É motivo de preocupação porque, caso, eventualmente, esse vírus consiga adquirir mutações que fazem com que ele tenha a capacidade de infectar facilmente os seres humanos e de passar de um ser humano para outro — que foi o que aconteceu com o vírus da Covid —, como a população humana nunca teve contato com esse vírus e nunca recebeu vacina contra ele, isso pode desencadear uma pandemia igual à da Covid, nos mesmos moldes.”

7. A vacina da influenza, que está sendo aplicada na população, tem algum efeito sobre a gripe aviária?

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“Não. Muito provavelmente não. Não temos nenhum trabalho que mostre algum tipo de proteção cruzada, porque são vírus diferentes.”

8. Como é feito o tratamento? É igual ao de uma gripe comum?

“O tratamento é igual ao de uma gripe comum. Consiste em suporte clínico, tratamento dos sintomas, e, no caso dos surtos de gripe aviária que tivemos até então, foram com vírus que eram sensíveis ao Tamiflu (fosfato de oseltamivir), que é aquele antiviral que usamos para a gripe comum.”

9. A preocupação em relação a essa gripe é que a pessoa pode pensar que está com uma gripe comum e, com o passar do tempo, a condição evoluir para algo mais grave, como uma pneumonia, por exemplo. É isso?

“Exatamente. Ir para uma UTI, precisar respirar com ajuda de aparelhos…”

10. Como evitar o contágio?

“Uma das principais estratégias de prevenção é o que está sendo feito: realizar sempre a vigilância, investigar o que está acontecendo com as aves, quando se detecta que tem aves adoecendo (sejam as silvestres ou de criação), que se trata do vírus H5N1, que ele está circulando, manter estratégias para impedir a disseminação desse pequeno surto, como fez o Ministério da Agricultura, fazendo bloqueios, impedindo a realização de feiras com reunião de muitas aves… E fazendo a vigilância bem rigorosa das pessoas que tiveram contato com esse tipo de ave, realizando testes, independente se tiveram sintomas ou não.

No geral, quando você já tem um caso em ser humano, a gente parte para outras medidas. Se for em um hospital, por exemplo, vão ser tomadas as medidas que já fazíamos para a Covid, como usar avental e máscara, mas não é a situação que estamos agora.”

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) alerta que a população não recolha aves doentes ou mortas, mas acione o serviço veterinário mais próximo ou realize a notificação por meio do e-Sisbravet, para evitar que a doença se espalhe

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Fonte: Saúde

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Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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