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‘Gripe aviária pode desencadear pandemia igual à da Covid’, diz médica

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Instituto Butantan disse ter começado a desenvolver vacina contra o vírus
Reprodução / TV Brasil – 23.05.2023

Instituto Butantan disse ter começado a desenvolver vacina contra o vírus

Os casos registrados de gripe aviária têm colocado o mundo em alerta em relação à doença. O vírus, de acordo com a infectologista do Hospital Sírio-Libanês Mirian Dal Ben, é motivo de preocupação, já que, caso ele consiga adquirir mutações e passar a infectar seres humanos com facilidade, “pode desencadear uma pandemia igual à da Covid”.

“Sabemos que essa transmissão de ave para ave é fácil de acontecer, mas de ave para ser humano e, eventualmente, de ser humano para ser humano, não é tão comum. Porém, se a gente tem um número de aves muito grande e o vírus tem muita replicação, a probabilidade vai aumentando”, explica a infectologista.

Hoje, o Brasil tem 13 casos confirmados de influenza aviária em seis espécies de aves silvestres, mas nenhum constatado em humanos. Foram identificadas aves contaminadas em três estados:

  • Espírito Santo (9): nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares, Itapemirim, Serra e Piúma;
  • Rio de Janeiro (3): São João da Barra, Cabo Frio e Ilha do Governador;
  • Rio Grande do Sul (1).
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No continente americano, até o momento, só há registros de três pessoas infectadas, conforme dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS): sendo uma nos Estados Unidos (em abril de 2022); uma no Equador (em janeiro de 2023); e outra no Chile (em março de 2023).

Os dois primeiros se recuperaram, mas não há dados sobre o caso do Chile.

Casos de gripe aviária não foram identificados em seres humanos no Brasil
Reprodução / TV Brasil – 23.05.2023

Casos de gripe aviária não foram identificados em seres humanos no Brasil


Ministério da Saúde acompanha casos

Em nota, o Ministério da Saúde disse monitorar os casos da doença em aves silvestres no Brasil, registrados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e as notificações de contato de seres humanos com aves contaminadas, além dos casos já em investigação.

No comunicado, a Saúde reforçou que, segundo o que foi observado no mundo, o vírus “não infecta humanos com facilidade e, quando isso ocorre, geralmente a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada.”

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Na última semana, o Mapa declarou estado de emergência zoossanitária em todo o país devido aos casos detectados em aves em território nacional. A medida foi tomada para evitar o alastramento da doença. Ainda conforme a pasta, a decisão possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais nas três instâncias e não governamentais.

Vai ter vacina contra a H5N1?

Ao iG , o Instituto Butantan informou já ter iniciado o processo de desenvolvimento da vacina contra a gripe aviária devido ao “potencial de causar uma nova pandemia”. No momento, os testes estão sendo realizados com cepas vacinais cedidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o primeiro lote piloto já está pronto para testes pré-clínicos.

O órgão afirmou que pretende usar a fábrica da Influenza para desenvolver o novo imunizante.

“O Butantan atua para preparar o país no enfrentamento de potenciais pandemias, como atuou no desenvolvimento e disponibilização de vacinas para Covid-19 nos últimos anos. A gripe aviária tem o potencial de causar nova pandemia, daí a mobilização da instituição, que se iniciou em janeiro deste ano”, disse o instituto.

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Fonte: Saúde

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Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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