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Histórico familiar impacta risco de câncer de pulmão em não fumantes

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Reprodução: pixabay

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Durante a ACLC22 (Conferência da Ásia sobre Câncer de Pulmão), promovida pela IASLC (Associação Internacional para o Estudo de Câncer de Pulmão), que ocorreu entre 27 e 29 de outubro em Nara, Japão, o médico Gee-Chen Chang, que trabalha na divisão de medicina pulmonar no departamento de medicina interna e no Chung Shan Medical University Hospital em Taichung, Taiwan, defendeu que é necessário ir além do histórico de fumo para identificar pacientes de risco e compartilhou um modelo alternativo para rastreio.

Atualmente, a detecção do câncer de pulmão é realizada por meio de tomografias computadorizadas de baixa dose em pessoas de alto risco: fumantes ou pessoas que pararam de fumar há menos de 15 anos, que tenham fumado pelo menos um maço de cigarros por dia por 20 anos. A orientação é que o exame seja feito a cada um ou dois anos, a partir dos 50 a 55 anos de idade. 

“O rastreio não é recomendado para a população em geral porque os custos são considerados maiores do que os benefícios, mas talvez seja hora de pensar em uma nova estratégia para o rastreamento do câncer de pulmão. O número de pessoas não fumantes diagnosticadas com câncer de pulmão vem crescendo, assim como entre quem nunca teve contato direto com fumantes”, diz o oncologista Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas. 

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O câncer de pulmão em pacientes que nunca fumaram é uma ameaça crescente global, especialmente no leste da Ásia. Em Taiwan, o câncer de pulmão é a principal causa de mortalidade por câncer, sendo que 53% nunca fumaram. Com objetivo de desenvolver uma estratégia eficaz para identificar indivíduos de alto risco para rastrear entre aqueles que nunca fumaram, foi realizada uma campanha nacional de rastreamento com tomografia computadorizada de baixa dose para essa população chamada TALENT (em português, Programa Nacional de Rastreamento de Câncer de Pulmão em Taiwan). 

O resultado do estudo, apresentado em 2020, mostra que embora os participantes não sejam fumantes tiveram um ou mais dos seguintes riscos:

  • História familiar de câncer de pulmão em terceiro grau
  • Exposição passiva ao fumo
  • Tuberculose ou doença pulmonar obstrutiva crônica
  • Pontuação do índice de cozimento ≥ 110 (medido pelo número de vezes por semana cozinhando, incluindo fritar, refogar ou fritar multiplicado pelo número de anos gastos cozinhando)
  • Cozinhar sem ventilação
  • Um total de 12.011 indivíduos foram inscritos. Metade dos participantes tinha histórico familiar de câncer de pulmão. 

“É importante estabelecer uma estratégia para reduzir a mortalidade por câncer de pulmão. As diretrizes de triagem atuais e os critérios de elegibilidade podem perder mais de 30% a 50%, mesmo em fumantes. Precisamos identificar também os não fumantes de alto risco e oferecer a triagem para essa população”, afirma Carlos Gil.


Quanto mais cedo o câncer de pulmão for detectado, mais tratável ele é. A alta taxa de mortalidade da doença se deve em parte ao fato de geralmente ser detectada tardiamente, o que significa que as opções de tratamento são mínimas. Dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), mostram que a taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%. 

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Fonte: IG SAÚDE

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Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil

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A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.

Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.

O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.

“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.

Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.

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O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente.  “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.

Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’

Exemplo mineiro

Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.

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Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.

“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.

Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.

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