Saúde
Saiba como o jejum intermitente contribui para o emagrecimento
Apesar de o jejum intermitente ter se tornado popular nos últimos anos como um método para emagrecimento, ele é utilizado há milênios pela humanidade, por motivos religiosos ou, até mesmo, políticos. Essa é uma dieta restritiva em que se alterna intervalos sem comer nada, com períodos de alimentação. Contudo, é permitido consumir água e outras bebidas não calóricas, como chás e café.
Conforme explica a nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, o objetivo dessa estratégia alimentar é fazer com que o corpo utilize os estoques de gordura. “Geralmente, são indicadas entre 10 e 24 horas de jejum, diariamente ou em alguns dias periodicamente”, acrescenta.
Benefícios do jejum intermitente
Além da perda de peso, o jejum também tem se mostrado favorável para a saúde. “Em estado de jejum, você consegue diminuir a sua resistência insulínica, vista principalmente nos pré-diabéticos ou diabéticos tipo II. Condição essa vista em toda pessoa com níveis de gorduras acima do ideal”, diz o Dr. Victor Lamônica, otorrinolaringologista e pós-graduado em Medicina Integrativa, Ortomolecular e Medicina Esporte.
Ainda de acordo com o médico, essa prática contribui para reduzir os níveis de colesterol e de triglicérides. Além disso, ajuda a otimizar cognição e raciocínio. Em todos os casos, é importante lembrar que o jejum intermitente deve ser realizado após liberação médica e com acompanhamento de um especialista da saúde. “Os benefícios são individuais, pessoas com o mesmo perfil podem apresentar resultados diferentes”, ressalta a Dra. Marcella Garcez.
Dieta positiva para o emagrecimento
O jejum intermitente contribui para a perda de peso quando é bem orientado e acompanhado por médico e/ou nutricionista. Conforme explica a Dra. Marcella Garcez, esse é um método de emagrecimento, na maioria das vezes, rápido e seguro para as pessoas que têm perfil metabólico adaptável ao jejum.
“Muitos estudos foram feitos comparando o jejum intermitente e o emagrecimento. E, sim, o jejum pode favorecer o emagrecimento , pois, além de causar uma restrição ou déficit nas calorias diárias, contribuirá para diminuir a resistência insulínica”, esclarece o Dr. Victor Lamônica.
Segundo ele, quando a insulina está baixa, o organismo utiliza a gordura como fonte de energia. Com isso, ocorre uma redução da porcentagem de gordura total no corpo. “Porém, nem tudo são flores, pois quando comparado o jejum intermitente no processo de emagrecimento versus dietas de baixa caloria com atividade física, os resultados foram bem semelhantes, não havendo superioridade de um método em relação a outro”, esclarece o médico.
Tipos de jejum intermitente
Há diferentes formas de realizar esse tipo de dieta. Conforme explica o Dr. Victor Lamônica, o jejum intermitente fisiológico ou calórico é aquele em que não se consome nada que contenha calorias; pode-se ingerir apenas água, café, chás e chimarrão. É um método indicado para os indivíduos que, além dos benefícios do jejum, desejam perder peso.
O jejum intermitente metabólico, por outro lado, é indicado para quem busca os benefícios do jejum, mas não deseja emagrecer. Nele não é consumido alimentos que subam a insulina. Dessa forma, pode-se ingerir apenas gordura, como óleo de coco ou TCM, couve, limão e maracujá.
“O TCM ou MCT, que nada mais é do que um triglicerídeo ou ácido graxo de cadeia média, leva o nome de ‘bulletproof’ quando consumido junto ao café, configurando assim uma bebida que pode ser utilizada no jejum intermitente metabólico”, explica o médico.
Alimentação antes do jejum
Ter atenção com os alimentos que são ingeridos antes do jejum intermitente é fundamental para a saúde. “Devido ao fato de o sistema digestivo ficar em repouso por um longo período, deve-se evitar alimentos que irão dificultar a digestão. Sendo assim, evite os gordurosos, frituras, laticínios, glúten. Os vegetais ou frutas com cascas, por conterem muita fibra, devem ser evitados em abundância”, recomenda o Dr. Victor Lamônica.
Alimentação após o jejum
O cuidado com alimentação após o jejum é muito importante tanto para repor os nutrientes essenciais para o corpo quanto para garantir que o método irá ajudar no emagrecimento. “O indicado após o jejum são alimentos que vão realmente nutrir seu organismo. E, nesse caso, os alimentos mais saudáveis e nutritivos devem ser priorizados. Entre eles, estão frutas, vegetais, legumes, sementes , carnes de preferência magras e ovos”, indica o Dr. Victor Lamônica.
A Dra. Marcella Garcez alerta que, “se não houver um planejamento e o consumo de calorias for excessivo nos períodos de ingestão alimentar, pode haver ganho de peso e piora de perfil metabólico”. Por isso, a orientação e o acompanhamento de um especialista são fundamentais.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.