Saúde
Veja como conviver bem com o diabetes
Após receber o diagnóstico de diabetes, pode ser muito difícil enfrentar as mudanças que ocorrerão, uma vez que essa é uma doença crônica e que deverá ser monitorada para o resto da vida. Mas as modificações nos hábitos não precisam ser traumáticas, pois o diabético não necessita cortar drasticamente nenhum alimento da dieta.
Porém, é essencial que o paciente entenda a importância de seguir rigorosamente o tratamento para evitar complicações futuras. “Para a alimentação do diabéti c o não há necessidade de grandes mudanças. Doces, pães e massas não precisam ser abolidos completamente da dieta do diabético. Mas, é preciso estar atento à quantidade”, tranquiliza a nutricionista Bruna Pinheiro.
Dieta recomendada para todos
Segundo Bruna Pinheiro, é importante que a dieta do diabético “seja rica em carboidratos complexos, carboidratos que são mais lentamente digeridos, evitando, assim, as grandes elevações e quedas dos níveis de glicemia no sangue”.
Além disso, a profissional explica que a dieta seguida por um diabético pode e deve ser seguida por qualquer pessoa, pois é uma alimentação variada , com conteúdo balanceado de nutrientes, rica em grãos integrais, frutas, vegetais, carnes e laticínios magros.
Importância da aceitação e do tratamento
Além da mudança nos hábitos alimentares, o paciente diagnosticado com diabetes passa por um processo psicológico difícil, pois precisa aceitar e perceber a importância do tratamento da doença. Quanto melhor for a aceitação e, consequentemente, mais rigoroso for o tratamento, melhor será o resultado.
De acordo com a endocrinologista Dra. Claudia Liboni, quando o paciente tem o diagnóstico de diabetes, ele fará algumas alterações em sua rotina. “Todas elas são necessárias para o melhor controle da doença a longo prazo, a fim de minimizar as complicações que ocorrem após um tempo variável de diabetes . Quando o paciente entende o motivo da dieta e a importância das outras orientações, ele se sente menos incomodado com as restrições impostas”, afirma.
A médica ressalta que, quando o médico previne que o paciente perca a visão ou tenha que fazer hemodiálise três vezes por semana – exemplos de complicações comuns da doença –, ele está oferecendo qualidade de vida a longo prazo.
Cuidado com o estresse
O estresse que vivenciamos no dia a dia pode agravar diversas doenças, entre elas, o diabetes. “O estresse psicológico de qualquer causa pode fazer com que as glicemias subam temporariamente. Isso ocorre pois produzimos no corpo hormônios do estresse, sendo o cortisol o mais importante”, explica a Dra. Claudia Liboni.
Segundo ela, o cortisol tem como “função deixar o corpo em alerta, e a elevação da glicemia faz parte desse processo. Como se trata de uma reação em cadeia, não temos como evitar, a menos que a pessoa não passe por nenhum estresse durante toda a sua vida, o que é quase impossível”.
Minimizando o impacto do estresse
A recomendação da especialista é minimizar o impacto do estresse no organismo do paciente, levando uma vida saudável, tomando as medicações e praticando atividade física, aumentando a produção de substâncias relaxantes no organismo.
“Mas é importante frisar que não existe diabetes desencadeado somente por estresse, o tal do ‘diabetes emocional’. O paciente iria desenvolver diabetes de qualquer maneira e o estresse pode ter dado o pontapé final”, garante a endocrinologista.
Siga o tratamento à risca
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos diabéticos é saber que as recomendações deverão ser seguidas para o resto da vida. Por ser uma doença crônica, não existe cura, apenas o monitoramento da doença para deixá-la estável e evitar maiores complicações.
“A maioria dos pacientes, quando tem o diagnóstico e é bem orientada dos riscos de não tratar corretamente a doença, segue as recomendações. No entanto, após tempo variável, começa a ‘relaxar’ e a não seguir como fazia no início. Cabe ao médico, neste momento, reforçar a importância de manter o tratamento adequado”, aconselha a Dra. Claudia Liboni.
Fonte: Saúde
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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