Saúde
Volta às aulas: 5 dicas para preparar as crianças
Com a chegada do mês de fevereiro, as férias escolares se encerram e, aos poucos, a rotina dos pais e a das crianças vão voltando ao normal. No entanto, mesmo que este momento pareça um processo natural, preparar os pequenos para o retorno escolar é essencial a fim de que eles se adaptem aos horários, à convivência com novas pessoas e às regras.
“Os pais mal conseguem conter o ‘frio na barriga’ de imaginar o filho tendo novas experiências. No entanto, agora chegou a hora pra valer, hora de você encorajar seu filho a ir para a escola. Se interesse pelas atividades, conquistas e dificuldades do seu filho e esteja disposto a ajudá-lo nessa jornada. Não deixe de proporcionar momentos de clareza e leveza”, observa Miriam Sales, coordenadora pedagógica da Mind Lab.
Para te ajudar, Miriam Sales elenca 5 dicas de como preparar as crianças para esse momento. Veja!
1. Faça um cronograma com as atividades escolares
Converse com o seu pequeno sobre a nova rotina e os horários das atividades. Assim, com calma, ele entenderá a nova dinâmica e se adaptará. E não se esqueça, antes do retorno às aulas, proporcione um momento de descanso para que ele tenha bastante energia e disposição.
Aposte no reforço positivo ao falar sobre o retorno das aulas. “Faça um cronograma com as atividades escolares e pessoais com, pelo menos, 15 dias de antecedência e convide eles [os pequenos] para participar desse momento, assim eles vão entrando no clima de volta às aulas”, explica Miriam.
2. Converse com a criança sobre a nova rotina
Um novo ano vem com novos objetivos e responsabilidades. Aproveite o momento e converse com seu filho sobre sua evolução, conquistas e dificuldades e o ajude a voltar às aulas com mais confiança e compreensão. Escute-o com atenção e tente entender a relação com amigos e professores, assim como realizar uma retrospectiva dos melhores momentos na escola.
Faça uma contagem regressiva de volta às aulas, disponha um calendário e, juntos, vão anotando a data que se aproxima, sempre lembrando o quanto será bom o retorno escolar. “Isso facilitará para que o retorno seja mais prazeroso, trazendo expectativas mais positivas”, afirma a coordenadora.
3. Organize os horários
Com o clima de férias, é natural que as crianças passem a dormir e acordar mais tarde, porém, mesmo durante o período de descanso, é importante manter uma rotina matinal. A grande missão dos pais é colocar os filhos mais cedo para dormir. Por isso, antes mesmo de as aulas começarem, os responsáveis já devem ir acostumando as crianças à nova rotina.
A fim de que essa transição ocorra de forma natural, organize os novos horários uma semana antes do retorno e defina as atividades no planejamento. No período, inclua a prática de exercícios físicos , passatempos ou mesmo passeios no tempo livre.
4. Crie momentos em família
Inclua uma nova prática familiar, como um dia da família, por exemplo, e esteja presente para propor brincadeiras e descontração com a criança. Práticas como essas criam memórias afetivas, além de oportunizarem novas histórias para compartilhar com seus colegas de classe. Com isso, você estimula e valoriza os momentos em família.
5. Esteja por dentro da vida escolar da criança
Os pais, com o retorno das aulas, devem mostrar-se disponíveis para acompanhar o dia a dia escolar de seus filhos . “Quando os pais não mostram interesse na vida escolar do filho, as crianças sentem e acabam desestimuladas. Por isso, estar ‘por dentro’ da vida das crianças não só na escola, como em todas as suas atividades, as motiva a gostar mais de tudo que fazem”, finaliza Miriam Sales, coordenadora pedagógica da Mind Lab.
Por Grazieli Binkowski
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.