EMOÇÕES
“Arcabouço Fiscal” Gilberto Almeida
“ Se o governo aprovar esse arcabouço, ele obtém uma licença para aumentar gastos. Se ele não aumentar a carga tributária, o superavit primário não vai ser gerado e assim ou sobe a inflação, que aumenta a receita e faz cair a despesa em termos reais ou vira uma desaceleração adicional do crescimento econômico”.
Affonso Celso Pastore
BELO HORIZONTE –
Por Gilberto Almeida
No final do governo Dilma Rousseff que sofreu impeachment por descontrole fiscal entre diversas outras causas, assume o Vice-Presidente Michel Temer, encontrando um país destroçado, recessão sem precedentes, desemprego e desconfiança suprema do mercado internacional com relação ao país. Michel Temer, cuja breve passagem pelo governo a história haverá de reconhecer seus feitos, aprovou no Congresso Nacional a PEC do teto de gastos que proibia que o crescimento das despesas públicas ultrapassassem a inflação do exercício anterior, em uma rigorosa norma para tentar conter o desequilíbrio encontrado.
Durante o governo Bolsonaro, prevaleceu essa regra, que, por muitos economistas, de tão dura que era, se tornou inalcançável e que foi duramente criticada pelo então candidato Sr Luiz Silva, que mesmo antes de tomar posse, conseguiu aprovar uma PEC retirou as despesas de programas sociais do cálculo dos gastos para efeito controle do teto, o que aumenta o rombo das contas públicas em mais de 150 bilhões de reais. Não obstante a importância de tais programas sociais em especial o Bolsa família, a nova PEC aprovada não só revogava, na prática, o teto de gastos, como também indicava que o Brasil poderia caminhar para um perigoso desequilíbrio com consequências arrasadoras para a economia e consequentemente para os indicadores sociais. Entretanto, quiseram, os congressistas, estabelecer um pequeno freio, obrigando que o Executivo encaminhasse para análise dos parlamentares, uma nova PEC, estabelecendo nova regra para o controle dos gastos públicos, evitando assim que as despesas públicas cresçam mais que o Produto Interno bruto, tranquilizando assim os credores e tentando restabelecer o índice de confiança no país o que significaria diminuir o risco de calote, a escalada dos juros, o colapso do setor produtivo e estagnação da economia nacional.
Foi cumprindo esta obrigação que o atual governo apresentou o chamado Arcabouço Fiscal que nada mais é que um conjunto de regras que têm como objetivo evitar o descontrole das contas públicas, garantindo assim a redução da taxa SELIC e a retomada do desenvolvimento econômico.
E aqui hei de reconhecer pontos interessantes do pacote anunciado pelo governo que estabeleceu teto para crescimento das despesas em 70% do aumento da receita, produzindo uma folga de 30% para a produção do superavit primário. Interessante no arcabouço fiscal também foi estabelecer que o aumento real das despesas (descontada a inflação) ficará dentro de uma banda que vai de 0,6% a 2,5%, ou seja, mesmo que a receita cresça 10%, por exemplo, o aumento de gastos não será de 7%, mas se limitará a 2,5%.
Até aí tudo seria mil maravilhas, não soubéssemos que o atual governo e sua veia perdulária, precisará fazer com que a outra ponta, a da receita, cresça o suficiente para cobrir a gastança. Nenhuma regra para obter equilíbrio fiscal será exequível se o gestor não controlar as despesas de forma rigorosa, o que absolutamente não faz parte do repertório do Sr Luiz Silva e muito menos do PT. As primeiras medidas do governo, que nem 100 dias completou, apontam para exatamente o contrário, multiplicando, sem nenhum pudor, o número de ministérios, “acomodando” dezenas de milhares de “cumpanherus” que sofriam uma severa abstinência de cargos públicos, sem falar da explosão das barganhas políticas para obter sucesso nas votações no Congresso Nacional, oferecendo não apenas cargos, como também bilhões em emendas secretas (hoje levianamente batizadas pela mídia militante de “emendas de relator”) para cooptar parlamentares.
Para cobrir este rombo o ministro Haddad aponta algumas medidas como a taxação dos fundos exclusivos e das apostas eletrônicas, e também algumas de suas “jabuticabas”, o que de uma forma unânime entre os analistas econômicos, seria insuficiente, pois, a receita deveria, para que o Arcabouço Fiscal apresente resultados, ter um crescimento real de 5% em cada ano vindouro. Assim como Mané Garrincha fez a célebre pergunta se seu técnico já tinha “combinado com os russos”, fica a pergunta se Haddad já combinou com a súcia petista e com o centrão, para ou diminuir a gula ou restará, mais uma vez, colocar nas costas dos sofridos contribuintes, novos aumentos nos já escorchantes impostos vigentes.
Finalizando, o arcabouço fiscal pode ser uma ferramenta de sucesso, se bem usada. A maior premissa para seu êxito é a de, com urgência, afastar do governo concussionários personagens, já conhecidos pela esbórnia que praticam.
EMOÇÕES
“Vida e morte em diálogo — Ciência e Fé conversam sobre as dimensões da existência” é tema de debate em Fórum mundial
Nos próximos dias 19 e 20 de outubro de 2021, o Fórum Mundial Espírito e Ciência, promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV), reunirá, às 19h30, em formato on-line, representantes da Religião e da Ciência para debater o tema “Vida e morte em diálogo — Ciência e Fé conversam sobre as dimensões da existência”.
Com tradução simultânea para o inglês, o espanhol e a Libras, este importante espaço tem como um de seus objetivos “promover o intercâmbio entre o conhecimento científico e as várias tradições religiosas sobre o Espírito do ser humano” e, nesta edição, contará com a participação dos seguintes palestrantes:
Dia 19 de outubro (terça-feira)
Dr. Raymond Moody — Médico psiquiatra norte-americano e Ph.D. em Filosofia. Pioneiro na pesquisa de experiências de quase-morte (EQMs); Dra. Helané Wahbeh — Diretora de pesquisa do Instituto de Ciências Noéticas e professora assistente adjunta do Departamento de Neurologia da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos. Atual presidente da Parapsychological Association; Andréa de Jesus — Pregadora Ecumênica da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo e Missionária de Desenvolvimento Apostolar; Prof. Dr. Ramon Moraes Penha — Professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, mestre em Enfermagem e doutor em Ciências pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP); e Rodrigo Alvarez — Jornalista e escritor.
Dia 20 de outubro (quarta-feira)
Dr. Jim Tucker — Professor de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais na Universidade da Virgínia (EUA), onde deu continuidade ao trabalho de investigação do Dr. Ian Stevenson com crianças que relatam memórias de vidas anteriores e as lembranças pré-natais e do nascimento; Sandra Maciel — Psicóloga e doutoranda pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É integrante do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes), na UFJF; Maria das Graças Nascimento — Coordenadora do Movimento Inter-religioso do Rio de Janeiro/RJ e integrante da Sociedade Teosófica; e Renato Prieto — Ator e diretor teatral. Um dos expoentes na dramaturgia brasileira, atuou em Nosso Lar, onde interpretou o protagonista da história, André Luiz. O filme é uma adaptação cinematográfica do livro homônimo psicografado pelo médium brasileiro Chico Xavier (1910-2002).
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas acessando o link: https://www.forumespiritoeciencia.org/inscricao/. Há a opção de certificado por um valor acessível, com o total de horas para contabilizar em atividades curriculares e universitárias.
O Fórum
Criado por Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, o Fórum Mundial Espírito e Ciência teve sua primeira edição realizada entre os dias 18 e 21 de outubro de 2000, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, debatendo o tema “Ciência e Fé na trilha do equilíbrio”. Reuniu inúmeros cientistas, religiosos, pesquisadores e estudiosos, do Brasil e do exterior, para apresentarem suas visões acerca do possível e necessário intercâmbio entre os campos do saber. Diante do sucesso e da grande repercussão alcançada por essa iniciativa, o Fórum tornou-se uma atividade permanente.