TECNOLOGIA
Samsung e Motorola teriam mais concorrentes com modelo SKD no Brasil
Um levantamento feita pela empresa de consultoria Newzoo mostra que o Brasil tem mais de 109 milhões de usuários de smartphones. Isso faz do país um mercado muito interessante para as empresas do setor. Mas poderia ser mais se o processo produtivo fosse diferente por aqui.
É o que Gilberto Novaes dá a entender. O executivo é o fundador da Transire, empresa que, hoje, trabalha em conjunto com a TecToy. Para ele, um dos fatores que impedem o Brasil de ter mais competitividade no segmento de celulares é o modelo de logística CKD (Complete Knock-Down).
A sigla descreve uma abordagem na qual um produto não chega completo ao país, mas na forma de kits de componentes para que o item seja montado por aqui. Essa estratégia é padrão no mercado nacional de celulares, embora também exista em outros segmentos da indústria, como o automotivo.
No entendimento de Novaes, o Brasil deveria adotar o SKD (Semi Knock-Down). Na primeira olhada, esse modelo lembra o CKD, mas tem a diferença de permitir que o produto chegue ao país com partes pré-montadas.
Novaes explica que o modelo SKD dispensaria a obrigatoriedade de produção de componentes intermediários para os produtos, a exemplo de módulos de placas.
Para o executivo, essa etapa torna o processo de produção mais complexo e resulta na geração de poucos empregos. Em maio, Novaes chegou a comentar sobre isso na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM):
“Venho há mais de cinco anos dizendo que a indústria tem que sair do sistema CKD, que nos obriga a comprar determinados insumos no Brasil. Enfrentamos valores superfaturados, falta de opções de fornecedores no Brasil e, muitas vezes, incompatibilidade tecnológica, e isso impede que lancemos nossos produtos”.
Vantagens para a TecToy Transire?
Será que Novaes não está simplesmente querendo criar circunstâncias mais favoráveis para a Transire no mercado, ainda mais agora que a empresa está de mãos dadas com a TecToy?
Pode até ser. Hoje, a companhia fabrica principalmente maquininhas de cartão. Como o nome TecToy é mais conhecido, talvez a Transire consiga ganhar força em produtos para o consumidor final. Entre eles estariam celulares.
Mas o fato é que o executivo tem razão ao afirmar que o mercado brasileiro de celulares poderia ser mais competitivo. O Brasil é o quinto maior em produção de smartphones. Apesar disso, temos poucas marcas com presença significativa por aqui, com destaque para Samsung e Motorola.
Gilberto Novaes complementa:
“Ao analisarmos os países com maior produção industrial de celulares, que são China, Índia, Brasil, Vietnam e Indonésia, o Brasil é aquele que apresenta as maiores barreiras a novos entrantes.
O PPB [Processo Produtivo Básico] de celulares no país impõe a verticalização de processos no formato CKD, atribuindo maiores pesos em processos que exigem alto investimento, porém com baixa agregação de mão de obra (geração de emprego).
Isso favorece a formação de oligopólio, já que 94% das vendas no setor de celulares ficam concentradas em apenas cinco fabricantes. Poderíamos ter muito mais emprego e geração de valor com uma mudança neste sistema”.
Em tempo, as primeiras informações sobre a união da TecToy com a Transire surgiram em abril, mas a relação entre ambas existe há anos. Em 2015, quando a Transire foi fundada, a empresa alugou instalações da TecToy para produzir as suas primeiras maquininhas.
Fonte: IG TECNOLOGIA
TECNOLOGIA
Meta, Google e OpenAI firmam compromisso por IA mais responsável
As sete principais empresas de inteligência artificial (AI) dos Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira (21) em adotar uma série de medidas para desenvolver seus sistemas de forma mais responsável. O acordo foi realizado entre as companhias e o governo dos Estados Unidos.
Dentre os compromissos aceitos pela Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e OpenAI, estão investimentos em cibersegurança, realização de testes envolvendo aspectos de discriminação nos sistemas de IA antes de seus lançamentos, e um novo sistema de marca d’água em conteúdos gerados por IA.
Este último compromisso é uma forma das empresas sinalizarem que um texto, áudio, vídeo ou foto foi gerado por uma inteligência artificial, evitando que usuários acreditem, por exemplo, em deepfakes. As empresas ainda trabalham para implementar as novidades.
Por se tratar de um compromisso voluntário, a medida não é considerada uma regulação das empresas de IA, já que não há consequências para o descumprimento das promessas.
Em paralelo à medida do governo, o Congresso dos EUA estuda propor uma lei para regulamentar sistemas de IA.
No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou no início de maio um projeto de lei para regulamentar sistemas de inteligência artificial. Por enquanto, a matéria ainda não tem data para ser votada.
Fonte: Tecnologia