TECNOLOGIA
Spotify quer vender audiolivros, mas diz que Apple atrapalha
Nesta semana, o Spotify decidiu subir o tom com a Apple, empresa com quem tem entraves há alguns anos. O assunto do mais novo imbróglio diz respeito ao setor que a gigante do streaming entrou no final do mês passado, o de audiolivros. “Já passou da hora de jogar justo”, afirma a companhia para a dona dos iPhones.
De acordo com o Spotify, desde quando lançou o recurso de audiolivros, a Apple o proíbe de explicar aos usuários onde e como comprar os títulos. Além disso, no app, a companhia sequer deixa listar quanto eles custam e nem permite que o serviço envie emails para os usuários com orientações sobre como adquiri-los.
Em um comunicado, Daniel Ek, CEO do Spotify, expressou sua insatisfação: “Com o lançamento dos nossos Audiolivros, a Apple provou mais uma vez o quão descarada está disposta a ser com as regras da App Store, mudando constantemente as traves para prejudicar seus concorrentes”.
Os audiolivros estão disponíveis no app, mas quando um usuário tenta comprar um título, é surpreendido pelo aviso: “Quer ouvir? Você não pode comprar audiolivros no aplicativo. Sabemos que não é o ideal”. Por outro lado, no Android, é possível clicar em um botão e receber um email com orientações.
Fato é: caso o Spotify desse o braço a torcer e permitisse a compra de audiolivros pelo app, teria que fatiar 30% do valor para a Apple. Sabiamente, a gigante do streaming desenvolveu uma loja própria onde toda compra deve ser feita, mas não pode redirecionar os usuários — isso, claro, vai de encontro com as diretrizes da App Store.
O Spotify disse que estava frustrado com as imposições e que contratou advogados para ter certeza de que seguia as regras da loja de aplicativos. Segundo Daniel Ek, desde que o recurso de audiolivros foi lançado, a Apple teria rejeitado a atualização do aplicativo por “três ou quatro vezes”.
O que diz a Apple?
Procurada pelo The New York Times, em nota, um porta-voz da Apple informou:
“Não temos problemas com aplicativos de leitura que adicionam conteúdos de audiolivros, vinculando usuários a sites para se inscrever em serviços ou comunicando-se com clientes externamente sobre opções alternativas de compra.
O Spotify foi rejeitado por não seguir as diretrizes sobre a inclusão de comunicações explícitas no aplicativo para direcionar usuários para fazer compras digitais fora do app.
Fornecemos orientações claras sobre como resolver o problema e aprovamos o aplicativo depois que eles fizeram alterações que o colocaram em conformidade”.
Apple e Spotify não se entendem há mais de cinco anos
A briga entre o Spotify e a Apple já dura quase oito anos e não diz respeito apenas aos mesmos mercados que ambas as empresas abraçam, como o de streaming de músicas e de audiolivros.
O dissabor entre as concorrentes, na verdade, diz respeito às restrições impostas pela gigante de Cupertino, incluindo a exigência de que os aplicativos usem seu sistema de pagamento, dando-lhe uma porcentagem de 30% do valor da transação.
O diretor executivo do Spotify fez questão de relembrar um dos episódios mais recentes do imbróglio no comunicado: “Quase quatro anos. É quanto tempo faz desde que o Spotify apresentou uma queixa contra a Apple na Comissão Europeia, e ainda estamos aguardando uma decisão”.
“Enquanto esperamos, a Apple continua a ditar como é a inovação online, causando sérios danos à economia da internet, sufocando a concorrência e a imaginação dos desenvolvedores de aplicativos”, concluiu.
Enquanto apresentava o relatório financeiro mais recente da empresa, Ek foi indagado sobre sua postura aberta em relação à empresa de Tim Cook. Ele, então, disse achar um “absurdo” que sua reclamação de vários anos atrás não tenha sido resolvida.
“Queremos nos comunicar com nossos clientes da maneira que escolhemos e da forma como nossos clientes estão aceitando ter essa linha de comunicação. Não queremos um gatekeeper ou monopólio para ditar como falamos com nossos clientes”, disse.
Em 2019, vale lembrar, o Spotify criou um site para explicar como a concorrência na App Store estaria sendo prejudicada. O Time To Play Fair (em tradução livre: “Hora de Jogar Justo”) apresenta aos usuários alguns argumentos com base em medidas adotadas pela Apple.
Fonte: IG TECNOLOGIA
TECNOLOGIA
Meta, Google e OpenAI firmam compromisso por IA mais responsável
As sete principais empresas de inteligência artificial (AI) dos Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira (21) em adotar uma série de medidas para desenvolver seus sistemas de forma mais responsável. O acordo foi realizado entre as companhias e o governo dos Estados Unidos.
Dentre os compromissos aceitos pela Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e OpenAI, estão investimentos em cibersegurança, realização de testes envolvendo aspectos de discriminação nos sistemas de IA antes de seus lançamentos, e um novo sistema de marca d’água em conteúdos gerados por IA.
Este último compromisso é uma forma das empresas sinalizarem que um texto, áudio, vídeo ou foto foi gerado por uma inteligência artificial, evitando que usuários acreditem, por exemplo, em deepfakes. As empresas ainda trabalham para implementar as novidades.
Por se tratar de um compromisso voluntário, a medida não é considerada uma regulação das empresas de IA, já que não há consequências para o descumprimento das promessas.
Em paralelo à medida do governo, o Congresso dos EUA estuda propor uma lei para regulamentar sistemas de IA.
No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou no início de maio um projeto de lei para regulamentar sistemas de inteligência artificial. Por enquanto, a matéria ainda não tem data para ser votada.
Fonte: Tecnologia