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Chamada para propostas na área de divulgação científica vai investir R$ 6 milhões

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A fim de estimular ações de divulgação científica – aquelas que têm como alvo o público não especializado –, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) acaba de lançar a chamada 05/2022, do Programa Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia comunicação pública da ciência e tecnologia “Apoio a Ações de Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Inovação”.

É previsto o investimento de R$ 6 milhões em projetos que podem ser apresentados por instituições científicas, tecnológicas e de inovação  (ICTs) de Minas, órgãos e entidades da administração pública estadual e entidades privadas sem fins lucrativos.

As propostas devem ser relacionadas a uma das quatro linhas temáticas definidas, que abrangem a realização de exposições, cursos e atividades afins, produção de materiais e produtos, pesquisas sobre a temática e apoio às estruturas de comunicação das ICTs e dos espaços de ciência sediados em Minas Gerais.

O prazo para envio de propostas segue até 30/5/2022, por meio do sistema Everest. A chamada pode ser acessada aqui.

Mais recursos

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A última chamada da Fapemig para apoio a projetos de divulgação científica foi lançada em 2015. Após esse hiato de sete anos, ela volta mais completa e com maior previsão de recursos. Uma novidade é que propostas que envolvam mais de uma instituição ou sejam de grupos transdisciplinares terão um acréscimo de 10% em sua pontuação para efeitos de ranqueamento.

A chamada também prevê a entrega de um produto ou material de divulgação científica, além do pitch (vídeo de curta duração). A ideia é que esse material, a ser definido pela equipe de pesquisa, venha a integrar um repositório de ações de comunicação da ciência e seja utilizado para promoção e fortalecimento da área no estado.

Outras informações podem ser obtidas por meio do Fale Conosco.

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A Crise das Emendas Parlamentares: Mentiras, Bloqueios e o Debate sobre Transparência

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ARTIGO/ Sob o pretexto de garantir maior transparência, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, bloqueou em agosto deste ano a liberação de aproximadamente R$ 25 bilhões em emendas, um gesto que escancarou as fragilidades e controvérsias desse mecanismo tão utilizado no Congresso. No entanto, um fenômeno curioso e preocupante ganhou destaque: a discrepância entre os valores anunciados por deputados em suas bases.

Conforme dados orçamentários, cada deputado possui acesso a cerca de R$ 37 milhões em emendas parlamentares, valor destinado a projetos que supostamente beneficiam suas regiões. Entretanto, não são raros os casos em que deputados inflacionam esses números, anunciando repasses de R$ 100 milhões, R$ 150 milhões ou mais. Essa prática, além de ser enganosa, mostra como a ausência de fiscalização detalhada abre espaço para a manipulação de informações.

Segundo um estudo do Instituto Transparência Brasil, apenas 30% dos eleitores têm acesso real às informações sobre o destino das emendas em suas regiões, e a maioria aceita os números divulgados sem questionamentos.

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O ditado “a mentira tem perna curta” parece não se aplicar ao universo político. Na verdade, nessa esfera, a mentira parece correr com facilidade: deputados utilizam a falta de conhecimento técnico da população para perpetuar suas narrativas, enquanto poucos se preocupam em verificar a realidade dos dados.

Esse cenário torna ainda mais urgente a implementação de mecanismos efetivos de rastreamento das emendas parlamentares.

Com a reestruturação, o TCU atuará diretamente para garantir que os recursos sejam destinados às áreas previamente definidas e que os parlamentares não utilizem as emendas de forma clientelista ou irregular. Resta saber se essa transparência será duradoura ou apenas uma resposta momentânea às crises entre os poderes.

Enquanto a nova estrutura avança, fica a reflexão: o caos no uso das emendas foi tolerado por anos. Por que a mudança aconteceu somente agora? A moralidade do processo só é lembrada em momentos de interesse político?

Embora a decisão tenha sido criticada por parte do Congresso, ela expôs uma verdade incômoda: muitos parlamentares dependem exclusivamente das emendas para justificar sua atuação política. O bloqueio gerou tensões entre os Três Poderes e colocou em xeque o equilíbrio institucional, especialmente porque apenas obras emergenciais e projetos em andamento foram liberados.

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A decisão de Dino veio acompanhada de uma provocação: por que a transparência não foi exigida antes?

A crise das emendas parlamentares vai além do bloqueio de recursos: ela revela como a opacidade e a manipulação de informações prejudicam o desenvolvimento do país. É essencial que o Congresso, a sociedade e o Judiciário avancem na construção de um sistema orçamentário transparente e rastreável, que impeça o uso indevido de recursos públicos e que garanta a aplicação real em benefícios para a população.

Enquanto isso não acontece, ficamos com uma lição clara: no Brasil, a mentira na política não tem perna curta — ela tem pernas longas, calçadas com sapatos de luxo, e corre bem longe da verdade.

Escrito por Alex Cavalcante Gonçalves – repórter e assessor parlamentar

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