Minas Gerais
Programa da Unimontes estuda tecnologia na interação com o ensino básico
A maior interação entre o ensino básico com o conhecimento produzido e compartilhado pelos acadêmicos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), motivada pela criatividade e pelas novas tecnologias. Este foi um dos diferenciais apresentados no encerramento de mais um ciclo do subprojeto em Geografia-Cartografia, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da instituição do Norte de Minas.
Por causa do período de distanciamento social imposto pela pandemia da covid-19, instrumentos como as mídias sociais foram inseridos às atividades “pibidianas” dos 24 acadêmicos do curso de Licenciatura em Geografia nas escolas parceiras no subprojeto.
O cronograma foi finalizado em 31/3, após 18 meses de vigência das bolsas, financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). O conteúdo foi aplicado junto aos alunos do ensino fundamental e médio de três escolas estaduais de Montes Claros: Eloy Pereira (Vila Guilhermina), Levi Durães Peres (Bairro Santa Lúcia) e Francisco Peres (Bairro São Geraldo II).
“Dentro do cenário nos últimos dois anos e do que propõe o Pibid, foi preciso associar as teorias às práticas dos instrumentos de ensino-aprendizagem on-line. Neste aspecto, importante valorizar a criatividade dos acadêmicos e dos professores e supervisores das escolas parceiras que receberam as nossas atividades”, resume o professor Cássio Alexandre Silva, do Departamento de Geociências e do mestrado em Geografia da Unimontes, que atuou como coordenador do subprojeto.
Temas
Os conteúdos foram publicados em mídias sociais como o Youtube e o Instagram para o acesso dos estudantes do ensino fundamental e médio. Os vídeos e imagens abordaram temas e técnicas como gráficos, colagens, aplicação de cores, demografia, conservação da água, mapeamentos e diversas representações orientações.
Uma das técnicas que se tornou das mais populares junto aos estudantes foi a prática do origami, arte milenar japonesa de dobraduras em papel, que foi aplicada para as videoaulas e oficinas sobre orientação espacial. A postagem que ensina como fazer a Rosa dos Ventos alcançou mais de 47 mil visualizações.
“Ao ser um dos pibidianos no subprojeto, pude desenvolver ainda mais minha criatividade, até porque sempre me senti à vontade em encarar a tecnologia. Entendi, definitivamente, que temos na ciência geográfica o grande poder de representação. Tenho orgulho do meu trabalho, da minha contribuição, da conquista e do conhecimento adquirido, assim como gratidão por estar nessa história”, explica o acadêmico Gustavo Henrique Rodrigues Borges, que integrou o projeto 2 e foi o autor do vídeo “Dobradura da Rosa dos Ventos“.
“Este material foi uma prova de como pude entregar minha visão criativa da cartografia aos alunos, avalizado pelas orientações do coordenador e das supervisoras. No início, me preocupei em saber definir a melhor linguagem para a compreensão e entendimento dos alunos. No resultado final, percebi que toda a composição para o vídeo, entre o uso de legendas, o cenário simplificado, o vocabulário usual e o passo a passo foram importantes diferenciais para este alcance”, completa.
Produção coletiva
Importante destacar que as práticas online foram adaptadas aos conteúdos, metodologias e didáticas no ensino básico, com foco especialmente nas representações espaciais que a Cartografia propõe. Cada escola recebeu um grupo de oito bolsistas, mas o planejamento foi conjunto, com a participação de todos os 24 acadêmicos com as respectivas supervisoras Joyce Nayara Wanderley Correia (Eloy Pereira), Maria Eugênia Félix Rodrigues (Levi Durães Peres) e Karine Siqueira Camilo Silva (Francisco Peres). Assim, o atendimento foi simultâneo nas três escolas.
“Por causa das consequências da pandemia, a adaptação foi gradativa, superando desafios e reinventando os métodos de ensino-aprendizagem para o ensino remoto. Até então, o contato presencial era indispensável, e com a criatividade de todos, cumprimos uma verdadeira missão de levar os conteúdos até o aluno”, acrescenta a professora Maria Eugênia, supervisora das atividades do Pibid na Escola Levi Durães.
Dentre as dificuldades, completa, “foi a superação das dificuldades de vários alunos com o acesso aos recursos tecnológicos”, contando com a parceria, inclusive, dos familiares na cessão de telefones celulares e computadores para o acompanhamento das aulas.
Ela destaca, ainda, a dedicação das supervisoras em preparar os acadêmicos para o cumprimento das práticas propostas no PIBID, aproximando-os à realidade que encontrarão quando profissionais graduados. “Um dos diferenciais foi, justamente, planejar com os universitários cada uma das oficinas que disponibilizadas para os nossos alunos, assim como as aulas e as videochamadas. Tivemos um retorno muito bom, com um alcance dentro do esperado junto aos estudantes do ensino básico”.
ENTRETENIMENTO
Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela
Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.
Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.
— confira o vídeo abaixo para saber mais sobre essa celebração que ressalta o legado de um dos maiores artistas do Brasil.
A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.
“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.
— confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.
Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.
Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.
Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!
Saiba Mais sobre Tiradentes
Conexão de Tiradentes com Ouro Preto
• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.
Pontos Históricos Relacionados
1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.
Legado de Tiradentes
Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.
A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.
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