A perfuração de poços tubulares profundos na comunidade rural do Charquinho, município de Espinosa, no Norte de Minas, teve início na terça-feira (18/10).

As obras fazem parte das ações e programas de saneamento desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), por meio da Subsecretaria de Gestão Ambiental e Saneamento (Suges), e pretendem ampliar a oferta de água potável para os moradores de cinco comunidades rurais. Nesta etapa do trabalho, serão beneficiadas cerca de 250 famílias das comunidades de Charquinho, Sito do Limoeira, Serrinha, Campinhos e Raizama.

A medida reforçará o acesso de comunidades rurais à água potável de qualidade, fortalecendo a política de abastecimento de água no estado. “Essa fonte de água alternativa se torna de suma importância para a população residente em comunidades rurais e tem garantido às pessoas, especialmente de regiões de clima mais seco, onde há menos água para consumo, o acesso a esse bem tão precioso. A água terá mais qualidade, garantindo mais qualidade de vida à população local”, destaca o subsecretário de Gestão Ambiental e Saneamento da Semad, Rodrigo Franco.

Segundo o prefeito de Espinosa, Milton Barbosa Lima, a região possui várias áreas que sofrem com a falta de água para consumo humano. “O serviço de poços artesianos é importante para abastecer as pessoas da região rural e chega para aplacar necessidades”, afirmou. Ele lembrou, também, que 47% dos 31 mil habitantes do município vivem na área rural.

Água de qualidade

O Programa de Implantação dos Sistemas de Abastecimento de Água é realizado em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), por meio de Termo de Cooperação Técnica que prevê a perfuração de cem Poços Tubulares em 44 municípios de todo o estado.

O convênio entre a Semad e a Copasa teve início em 2020. A partir da parceria foi desenvolvido o Edital Semad 001/2020, que selecionou 44 municípios contemplados para a Perfuração de Poços Tubulares Profundos, ação que visa reforçar o abastecimento de água em comunidades carentes dos municípios mineiros.

O acompanhamento do início das atividades em Espinosa teve ainda a participação do diretor de Abastecimento de Água e Esgoto da Semad, Kleynner Lopes.

Programa Água Doce

A equipe da Semad visitou também as ações desenvolvidas pelo Programa Água Doce (PAD) em Espinosa. Coordenado em Minas pela Semad, por meio da Suges, e pela Defesa Civil, o Programa Água Doce é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), do Governo Federal, e visa a implementação de tecnologias alternativas para atender, prioritariamente, as populações de baixa renda do semiárido brasileiro, tendo em vista que cerca de 70% dos poços da região semiárida do Brasil apresentam águas salobras ou salinas, e a água subterrânea, muitas vezes, é a única fonte disponível para as comunidades.

Já estão com o sistema funcionando os municípios de Mato Verde (distritos do Cristino e Ingazeira), Pai Pedro (distrito de Pedra Branca) e Mamonas (Riacho das Pedras). As obras já estão prontas nos distritos de São Domingos, Mirante, Lagoa dos Crentes e Vila Sumidouro. Também nos municípios de Monte Azul (distritos de Lajedo do Gato, Bom Jesus, Pacui e São Sebastião), Catuti e Verdelândia.

Em execução destacam-se, ainda, os municípios de Espinosa (Barro Vermelho, Roça Velha/Sanharol, Barriguda, Juremal, Capivara de Baixo/Caititu). Outros municípios com obras em execução são Riacho dos Machados, no distrito de Paiol e Verdelândia, no distrito de Caitité.

Sistema

O sistema de dessalinização implantado pelo PAD é um dos mais eficazes para a remoção de sal da água. O método envolve a utilização do processo de osmose inversa, em que membranas semipermeáveis, que funcionam como um filtro, retiram da água salobra ou salina a quantidade de sais imprópria para consumo humano, produzindo dois efluentes: o permeado (água dessalinizada) e o concentrado. Cada sistema pode produzir até 14,4 mil litros de água dessalinizada por dia.

Por meio desta tecnologia, as estações implantadas nas comunidades permitem o tratamento da água nas regiões, tornando-as de qualidade e aptas para o consumo humano, considerando os aspectos sociais, ambientais e técnicos.

Fonte: Agência Minas