Saúde
Covid-19: o que se sabe sobre a BQ.1, variante da Ômicron?
A OMS (Organização Mundial da Saúde) informa que a variante BQ.1 da Covid-19 já foi detectada em ao menos 65 países. De acordo com o Ministério da Saúde, já foram registrados cinco casos no Brasil.
Os estados que já confirmaram casos são Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1), Amazonas (1), e São Paulo (2). Na capital paulista, inclusive, foi registrado o único óbito no país causado pela nova variante. A vítima foi uma mulher de 72 anos.
Diante dos novos casos que estão surgindo e que têm relação com a nova mutação do vírus, o que se sabe, até agora, sobre a variante BQ.1?
Origem da variante
A BQ.1 originou-se de uma mutação da variante BA.5 da Ômicron . A nova sublinhagem vem crescendo cada vez mais em relação às outras variações do vírus que já estão em circulação no mundo.
A principal diferença em relação à BA.5 são mutações que ocorreram na proteína conhecida como Spike, que encontra-se na superfície do Sars-CoV-2 e permite que ele se ligue e infecte nossas células.
Essas mutações estão fazendo com que a BQ.1 desenvolva um escape imune relacionado às vacinas ou anticorpos gerados por uma infecção anterior de Covid-19 . Com isso, essa subvariante está mais resistente à imunização natural ou gerada pela vacinação .
Sintomas e gravidade dos casos
Os principais sintomas das pessoas que são infectadas pela BQ.1 continuam sendo os mesmos que ficaram conhecidos desde o início da pandemia, em 2020: dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse, febre, perda de olfato e de paladar.
Ao contrário do que pode acontecer com idosos ou pessoas com comorbidades, a maioria dos casos não apresentram gravidade. Muito por conta de 79,9% da população já ter tomado a segunda dose da vacina.
A maior diferença que já pode ser observada é mesmo a maior facilidade de contágio, mesmo por parte daqueles que estão com o esquema vacinal completo. Diante disso, distância de pessoas infectadas, lavagem das mão e uso do álcool em gel e, em determinados locais, uso de máscara, devem ser seguidos pela população.
Número de casos e óbitos registrados
O Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) informou que, nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 9.406 casos de Covid-19 . O número de óbitos contabilizados no último período foi de 80.
No total, foram registrados 34.877.559 casos desde o início da pandemia, em 2020. Em relação às mortes, foram 688.567 no país.
A taxa de positivos para a doença também alcançou o patamar mais alto dos últimos três meses nas farmácias e laboratórios do país, segundo levantamentos realizados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
O índice de testes rápidos do tipo antígeno positivos em drogarias vinha em queda, porém disparou para 20,75% na última semana de outubro. A taxa do fim deste mês é a mais elevada desde a primeira semana de agosto (21,05%).
Já entre os testes do tipo RT-PCR realizados nos laboratórios, a taxa chegou a 23,1% na primeira semana de novembro. Este é o patamar mais alto desde os sete último dias de julho (22%). A positividade na primeira semana de outubro era de 3,7%, ou seja, houve um aumento de 524% em aproximadamente 30 dias.
Dados da Abrafarma mostram que em julho a positividade chegou a 30,9% nas farmácias. A taxa caiu para 16,73% em agosto e para 7,56% em setembro, até chegar ao patamar mais baixo na primeira semana de outubro, 6,07%.
No entanto, o número de diagnósticos com resultado positivo começou a crescer de maneira acelerada já na segunda semana do mês e chegou à 20,75% nos últimos sete dias de outubro. A média mensal foi de 13.26%.
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Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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