Brasil e Mundo
Transparência Internacional: Bolsonaro ‘desmontou’ combate à corrupção
Relatório divulgado nesta terça-feira (31) pela Transparência Internacional afirma que ações e omissões da gestão de Jair Bolsonaro (PL) incentivaram um “desmanche acelerado” e um retrocesso no combate à corrupção no Brasil .
O levantamento da Transparência Internacional avalia a percepção sobre a corrupção em 180 países. O Brasil ocupa o 94ª lugar no ranking, o que a organização considera um posicionamento ruim.
A entidade aponta como um dos fatores desse “desmanche” o fato de Bolsonaro ter utilizado o mandato para se blindar e blindar a família de investigações sobre denúncias de corrupção “fartamente comprovadas”.
O relatório, também aponta o “orçamento secreto” (emendas parlamentares cuja distribuição de recursos é definida pelo relator do Orçamento e não têm critérios claros ou transparência) como uma das ferramentas de proteção de Bolsonaro, para esvaziar o apoio à tramitação de processos de impeachment no Congresso Nacional.
Com isso, a entidade diz que a antiga gestão promoveu a “destruição” de mecanismos, aparatos e credibilidade de instituições de controle e fiscalização do país.
Quanto ao retrocesso no combate à corrupção, a entidade avalia que o governo Bolsonaro colaborou para uma “degeneração sem precedentes” do regime democrático brasileiro, ocasionando os ataques golpistas nas sedes dos Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
“Os dois processos, de desmonte do arcabouço anticorrupção e da degradação da governança democrática, estão estreitamente relacionados” , indica o relatório Retrospectiva Brasil 2022.
Para a instituição, o retrocesso dos últimos quatro anos só foi possível graças a interferências do então presidente em instituições independentes e à omissão de agentes públicos nomeados por Bolsonaro.
A indicação de Augusto Aras é apontada como a “peça central” para a blindagem de Bolsonaro e o retrocesso no combate a corrupção, aponta a Transparência. De acordo com a entidade, a atuação de Aras como procurador-geral da República “não apenas desarticulou o enfrentamento à macrocorrupção, mas foi também responsável por uma retração histórica nas funções de controle constitucional dos atos do governo”.
“Muito mais do que frear processos específicos, ele [Bolsonaro] neutralizou o sistema de freios e contrapesos da democracia brasileira, desmontando os três pilares que o sustentam: jurídico, político e social. Com isto, sua blindagem foi muito além da delinquência passada. Ele garantiu impunidade para cometer novos e muito mais graves crimes”, diz o documento.
Causa e recomendações
Os fatores que a Transparência aponta como causas do “desmonte do arcabouço anticorrupção”:
- fragilização das instituições;
- ameaças ao sistema eleitoral;
- esquemas de corrupção revelados;
- ataques ao Supremo Tribunal Federal;
- desmonte das políticas de proteção ambiental.
A entidade menciona, ainda, as recomendações aos Três Poderes e pontos positivos e negativos nos poderes Legislativo e Judiciário..
Interferência nas instituições
A Transparência Internacional também diz em seu relatório que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro teria interferido na atuação de outras instituições, como a Polícia Federal e a Petrobras.
Um dos pontos citados pela entidade é a troca de presidentes da Petrobras por insatisfação do governo anterior com o aumento do preço dos combustíveis.
Ameaça ao sistema eleitoral
A entidade também avaliou a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores em relação ao sistema eleitoral brasileiro. De acordo com o relatório, Bolsonaro e seus apoiadores “levantaram dúvidas em relação à segurança das urnas eletrônicas, tentando reiteradamente minar um sistema que se provou confiável ao longo dos anos”.
Um dos casos citados pela Transparência Brasil é a apresentação feita por Bolsonaro para embaixadores de vários países na qual repetiu suspeitas já desmentidas por órgãos oficiais sobre a segurança das urnas eletrônicas.
O relatório também lembra que o partido do então presidente Bolsonaro entrou no Tribunal Superior Eleitoral com pedido de verificação do resultado das eleições após o segundo turno, mas sem apresentar provas de fraude.
Investigações contra corrupção
A Transparência lista episódios em que o então presidente e aliados foram citados em esquemas com indícios de corrupção. As apurações não caminharam, segundo a entidade, devido à interferências de Bolsonaro.
Para a organização, os casos desmontaram a narrativa criada por Bolsonaro de que não havia mais corrupção no governo.
O relatório também elenca como causas para o desempenho ruim do país no ranking mundial de corrupção:
- o arquivamento da denúncia que apura a participação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em um esquema de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio;
- a utilização de servidores da Receita Federal para ajudar na defesa de Flávio Bolsonaro na denúncia de participação do esquema de “rachadinhas”;
- o levantamento que aponta que ao menos 51 imóveis foram comprados pela família Bolsonaro com dinheiro vivo;
- o suposto esquema para liberação de verbas pelo Ministério da Educação, no qual foram citados o então presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Milton Ribeiro, e os indícios de irregularidades na compra de kits de robótica com verbas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;
- a utilização da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para obras com verbas do chamado “orçamento secreto” e de uso eleitoral;
- e uma recomendação aprovada pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso para que o Tribunal de Contas da União (TCU) deixasse de suspender obras e serviços públicos sem antes consultar o Congresso.
Ataques contra o STF
O perdão da pena concedido por Bolsonaro ao deputado aliado Daniel Silveira (PTB-RJ), que tinha sido condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, também foi citado no relatóro da Transparência Internacional. “O ato do presidente foi interpretado como um gesto de confronto contra o tribunal”, diz.
“Desde que assumiu, suas investidas autoritárias se depararam com a resistência institucional do STF, o que o levou a atacar marcadamente a Corte e seus ministros que passaram, inclusive, a serem hostilizados nas ruas e nas redes por apoiadores do ex-presidente”, conclui a entidade.
Desmonte da proteção ambiental
A Transparência aponta ainda que o governo Jair Bolsonaro manteve a “desarticulação” de políticas, mecanismos e órgãos de proteção ambiental no país. A instituição menciona como consequências desse movimento o aumento no desmatamento em terras indígenas e de áreas de mineração ilegal.
O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips também demonstrou, segundo a instituição, falhas na proteção de defensores ambientais.
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Fonte: IG Política
Brasil e Mundo
Fim da Carteira Nacional de Habilitação
A partir de 1º de janeiro de 2025, motoristas brasileiros terão que se adaptar a novas regulamentações na (CNH) Carteira Nacional de Habilitação de acordo com o projeto de Lei 7.746/17. Esta reforma traz atualizações significativas, principalmente a criação de uma categoria específica para veículos automáticos, refletindo as mudanças no mercado automotivo. Além disso, adaptações foram feitas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) em alinhamento com a Lei 14.071/2021.
Entre as mudanças, a categoria B da CNH vai ser dividida em subcategorias: A B1 será destinada exclusivamente a motorista de veículos com câmbio automático, enquanto a B2 permitirá que motoristas dirijam tanto veículos automáticos quanto manuais. Essa segmentação visa assegurar que os condutores sejam devidamente treinados para operar o tipo de veículo mais adequado às suas habilidades.
Quais são os Impactos para os Condutores Atuais?
A reforma visa melhorar a competência dos motoristas sem causar transtornos desnecessários àqueles que já possuem a habilitação categoria B. Estes motoristas não precisarão passar por reciclagem imediata, mantendo a permissão para conduzir veículos de passeio, picapes e utilitários até o limite de oito passageiros e peso bruto de 3.500 kg.
Além da reorganização das categorias, a nova lei também exige cursos especializados para motoristas interessados em dirigir veículos que pertencem a categorias específicas, como os de transporte de carga ou de passageiros. Esses cursos englobam ensinamentos teóricos e práticos, com foco na segurança e técnicas de direção.
Como a Validade da CNH Será Afetada?
O prazo de validade da CNH também sofreu significativas alterações. Para condutores com menos de 50 anos, a CNH será válida por 10 anos, enquanto para aqueles entre 50 e 70 anos, a validade será de cinco anos. Motoristas com mais de 70 anos terão uma validade de três anos para suas habilitações. Essa mudança visa considerar as condições físicas e a frequência de exames médicos em diferentes faixas etárias.
Para atender às exigências da nova lei, motoristas deverão participar de cursos especializados caso queiram se habilitar para novas categorias de veículos. Após um período de cinco anos, será necessário passar por um curso de atualização, popularmente conhecido como reciclagem. Este curso tem como objetivo fornecer conteúdo atualizado sobre segurança no trânsito e as melhores práticas de direção, garantindo que os condutores estejam sempre preparados e em conformidade com as normas de trânsito.
Quais São as Perspectivas para o Futuro das Habilitações no Brasil?
As mudanças na CNH refletem uma tendência global de adaptação às novas tecnologias e práticas seguras no trânsito. Ao introduzir uma categoria específica para veículos automáticos, o Brasil acompanha o avanço do setor automobilístico, que tende cada vez mais para o automático. A implementação dessas reformas aponta para um futuro em que a direção será mais segura e adaptada às necessidades contemporâneas.
Fonte/ TerraBrasilNoticias
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