Saúde
Como adaptar a alimentação e os treino durante a menstruação
De acordo com o Ministério da Saúde, 80% das mulheres sofrem com sintomas da TPM e da menstruação mensalmente, que incluem dores, estresse e tristeza. Isso, por sua vez, pode fazer com que várias pessoas do sexo feminino deixem de realizar atividades cotidianas simples, como sair, ir à academia e trabalhar.
Além disso, o apetite das mulheres costuma mudar durante essa fase do ciclo menstrual, com muitas delas cedendo a desejos por doces e comendo mais do que o normal. A seguir, veja como é possível manter a rotina de treinos e a dieta durante esse período inevitável.
Mantendo a saúde
A nutricionista Carol de Souza comenta que, primeiramente, é importante respeitar o ciclo natural do corpo da mulher. “Já falamos diversas vezes que as exceções não vão comprometer os resultados, e é por isso que é necessário ter uma base alimentar saudável. Se você come bem na grande maioria das vezes, o chocolate de vez em quando não vai te afetar”, explica.
O mesmo vale para os treinos: segundo José Corbini, educador físico, “é claro que tem mulheres que ficam menos dispostas mais dias do que outras, mas, se você já sabe que, naqueles 3 ou 4 dias, não vai conseguir treinar, isso não vai afetar os outros dias de treino”.
Faça treinos mais leves
Você pode repousar durante alguns dias caso sinta muito desconforto durante a menstruação ou a TPM. Porém, outra alternativa é adaptar o treino durante esse período. “Se você treina durante 1 hora, procure exercitar-se por meia hora; se você costuma fazer séries de agachamento com 30 quilos, faça com 15”, comenta o personal. “É sempre bom lembrar que pouco é mais do que nada e que, até mesmo nos dias fora desses períodos, o corpo pode pedir um treino mais leve. Perceba os sinais”, completa ele.
Adapte a rotina
Tanto a alimentação quanto a rotina de treinos podem ser adaptadas durante o período menstrual caso seja necessário. De acordo com a nutricionista, você pode aproveitar o dia que estiver com mais vontade de comer para fazer a refeição livre da semana. “Se seu apetite muda muito na menstruação, você pode conversar com sua nutricionista para algumas estratégias especiais, como opções mais doces para os lanches, por exemplo”, explica.
Nos treinos, a rotina também pode mudar. Além dos treinos mais leves, você pode usar os dias em que estiver menos disposta pelos sintomas da menstruação para alterar os dias de descanso. “Isso também pode ser conversado com o profissional que monta seus treinos”, afirma José.
Receitas fitness
Para aquelas que imploram por um doce na TPM, o que é extremamente comum, uma opção é apostar em receitas doces fitness que contenham chocolate amargo, pasta de amendoim, aveia, entre outros. “É possível fazer panquecas, bolos, mousse com esse tipo de ingrediente, matando a vontade de comer um doce sem sair da dieta”, comenta a profissional.
Não se culpe
Comeu mais do que deveria? Faltou a muitos treinos? Mudou demais sua rotina? Não se culpe, afinal os desconfortos, as dores e até mesmo o estresse que o período menstrual causa são compreensíveis. “O importante é o que fazer depois, se saiu da dieta, volte, se parou os treinos, retome. Nosso corpo tem memória e, em poucos dias, volta ao normal”, pontua José.
Por Beatriz Bradley Moreira
Fonte: Saúde
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.
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