Minas Gerais
Plano de Ação Climática de Minas Gerais inspira outros países em evento da ONU, em Nova Iorque
O protagonismo de Minas Gerais no enfrentamento às mudanças climáticas chamou a atenção de governos de todo o mundo, que agora veem com esperança o compromisso do Brasil na mitigação dos impactos climáticos. Durante seis dias, o Governo de Minas participou da Climate Week NYC (Semana do Clima de Nova Iorque 2023) e foi o único estado da América do Sul a estar na Cúpula de Ambição Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), também em Nova Iorque. Entre os destaques, o Plano Estadual de Ação Climática (Plac) foi considerado inspirador para outros países.
Nesta sexta-feira (22/9), encerra-se a participação mineira nos eventos realizados em Nova Iorque deste ano com o foco no enfrentamento às mudanças climáticas mundiais. A Cúpula de Ambição Climática da ONU – considerado o maior reconhecimento na agenda climática em escala global – faz parte da programação de alto nível da 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU. Este ano, foi a primeira vez que o encontro contou com a participação de governos regionais. Minas Gerais foi um dos convidados a integrar a discussão, graças ao trabalho que vem sendo realizado no estado para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
O governador Romeu Zema esteve em Nova Iorque e participou presencialmente da Cúpula de Ambição Climática, ao lado do secretário de Estado Adjunto de Leonardo Rodrigues. Durante a missão internacional, o governador também esteve em mesas de discussão sobre a eliminação progressiva de combustíveis fósseis, tema que Minas Gerais já tem se preocupado e trabalhado. O estado alcançou a marca de 99,5% da matriz energética vinda de fontes renováveis, como hidrelétrica, solar, eólica e biomassa.
“A muitas mãos, elaboramos caminhos para conciliarmos sustentabilidade e conservação do meio ambiente com desenvolvimento econômico, para gerar empregos e renda, e garantir liberdade e dignidade aos mineiros. E é por isso que, hoje, estamos aqui como único Estado da América do Sul neste painel”, comemorou o governador, durante a participação na cúpula. Na oportunidade, ele destacou a colaboração de todo o setor produtivo para a consolidação de um plano de governo representativo e alinhado às questões e temáticas tratadas nacional e mundialmente.
De acordo com a avaliação do secretário adjunto Leonardo Rodrigues, da Secretaria de Estado Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a participação mineira no Climate Week NYC 2023 é um exemplo de que a ação climática não é um problema exclusivo de governos nacionais. “Os governos subnacionais desempenham um papel fundamental na implementação de soluções concretas para enfrentar os desafios ambientais globais. Minas Gerais está determinado a liderar pelo exemplo, adotando políticas que promovam a sustentabilidade e protejam seu ambiente natural para as futuras gerações”, disse.
Ele ressalta que é fundamental criar uma conscientização na população em relação à urgência das ações climáticas. “Deve-se investir na educação ambiental, para que as pessoas compreendam que uma diferença de temperatura de 1,5°C ou 2°C não é algo que afeta apenas uma área geográfica específica; mas tem impactos globais significativos que reverberam localmente. Esses impactos são muito mais intensos do que uma simples variação na temperatura. E essa é uma grande dificuldade, já que muitas pessoas ainda não têm a dimensão do que isso significa, da urgência e seriedade desse assunto”.
A chefe de gabinete da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Renata Araújo, que integra a comitiva de Minas, também participou de painéis da programação da Climate Week NYC.
Resultados
Desde que o Acordo de Paris foi assinado em 2015, com o objetivo de frear o aquecimento do planeta além de 1,5°C, cada país signatário estabeleceu metas de redução de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), as chamadas Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês). Em 2023, oito anos depois, a ONU buscou conhecer as ações e os resultados desse compromisso.
“Por isso, foi a primeira vez que os governos locais foram convidados a participar. Ainda que as NDCs sejam assumidas a nível macro, os compromissos são efetivamente cumpridos em escala subnacional. Nesse sentido, Minas Gerais foi destaque porque mostrou que, além de ter sido o primeiro estado da América do Latina e Caribe a assumir, oficialmente, a campanha global Race To Zero, as ações para reduzir os GEE estão sendo articuladas e colocadas em prática. Minas foi uma grande surpresa neste evento”, comenta a chefe de gabinete da Feam, Renata Araújo.
O caminho mineiro que chamou a atenção de outros governos foi a elaboração do Plano Estadual de Ação Climática (Plac), que conta com 199 metas para a redução de GEE e captura de carbono. “O mundo busca o que de fato vem sendo implementado para mitigar os efeitos das mudanças climáticas de forma pragmática. Em todas as mesas de discussões, o Plac foi uma grande surpresa porque mostrou que o estado busca implementar, paulatinamente, as chamadas metas intermediárias, por meio da união de esforços entre os setores públicos e produtivos. O nosso trabalho mostrou quais metas serão atingidas, sem ficar na ilusão”, explica Renata Araújo.
No Plac foram estabelecidas metas intermediárias para a redução do GEE a cada cinco anos, cujos marcos para reduções são de 2% até 2025; 20% até 2030 e 27% até 2035, em comparação com as emissões de 2020. “Com base nos resultados mineiros já implementados e nos que estão em execução, Minas Gerais pretende convergir esforços em prol do alcance das NDCs brasileiras”, diz Renata.
Outro destaque mineiro é a formalização de cerca de 80 projetos relacionados à economia verde. Um dos mais conhecidos é o projeto Vale do Lítio, que transformou uma das regiões mais carentes de Minas, o Vale do Jequitinhonha, em Vale da Esperança, com a atuação de empresas que extraem o lítio de forma sustentável. Esse mineral é essencial para a fabricação de baterias para carros elétricos, por exemplo.
Mais sobre o Plac
O Plano Estadual de Ação Climática (Plac) foi desenvolvido ao longo de 11 meses com apoio internacional e participação efetiva da sociedade civil, setor produtivo e universidades. Seu objetivo principal é orientar o Estado em direção a uma economia verde de baixo carbono, proporcionando resiliência diante das mudanças climáticas e promovendo uma sociedade mais inclusiva e sustentável do ponto de vista socioambiental.
O plano recebeu assistência do fundo internacional UK Partnering for Accelerated Climate Transitions (UK PACT), em colaboração com o CDP – Disclosure Insight Action e o ICLEI – Local Governments for Sustainability, organizações globalmente reconhecidas por promoverem o desenvolvimento sustentável. A Feam também contou com o suporte de instituições de pesquisa, como o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia e universidades federais do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), São Paulo (USP) e de Minas Gerais (UFMG), bem como estabeleceu parcerias com entidades do setor produtivo, incluindo a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg).
O Plac vai além de diretrizes para o poder executivo estadual, buscando representar a realidade de Minas Gerais, abrangendo todos os segmentos da economia. Sua elaboração envolveu diagnósticos territoriais, análise das políticas governamentais, programas e ações, bem como uma avaliação dos setores produtivos, incluindo um inventário das emissões por atividades. Além disso, foram realizados estudos e levantamentos para identificar a vulnerabilidade de cada região mineira aos possíveis impactos das mudanças climáticas.
Fonte: Agência Minas
Brasil e Mundo
Descobrindo Ouro Preto: História, Cultura, Gastronomia e Cautela
Visitar Ouro Preto, no coração da mineiridade, é viajar no tempo. Fundada em 1711, essa joia do barroco brasileiro preserva a rica história da mineração (o ciclo do ouro no país), o encanto da literatura, foi nestas terras que Tomás Antônio Gonzaga viveu seu grande amor com Marília de Dirceu, inspirando uma das obras mais marcantes da literatura mundial, a genialidade de mestres como, Antônio Francisco Lisboa; o Aleijadinho, um dos maiores mestres da arte barroca no Brasil e claro, Tiradentes, uma figura central na história do Brasil, que tem uma forte conexão com Ouro Preto, antiga Vila Rica, que foi o cenário principal da Inconfidência Mineira, movimento de resistência à exploração colonial portuguesa.
Além disso Ouro Preto respira arte e festas. A cidade comemorou no último dia 18 de novemebro o aniversário de 210 anos de Aleijadinho, um evento que celebrou a arte, a cultura e a história da cidade. Durante uma visita na cidade, a nossa equipe conversou com o Ouro-pretano, Mauro Francisco de Souza Silva, conhecido por Mauro Amorim que é o organizador da 45ª Semana do Aleijadinho 2024 e Coordenador do CPP da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto.
— confira a entrevista abaixo com o coordenador da Semana da Aleijadinho, Mauro Amorim.
A riqueza cultural de Ouro Preto também pode ser vista nas galerias e exposições. Visitamos uma mostra de desenhos de um renomado artista local, falecido aos 94 anos; José Pio Monte.
“A Arte de JPio” é uma exposição, retrospectiva dos trabalhos artísticos e dos desenhos técnicos de Zé Pio e promove o resgate de peças industriais e a planificação de estruturas não mais existentes em Ouro Preto: o artista apresenta obras produzidas desde a década de 1970 nas técnicas óleo sobre tela, bico de pena, nanquim aguada, lápis e giz pastel. Na exposição que aconteceu na última semana desenhos em bico de pena despertaram ainda mais a paixão do público pelo artista. Durante a exposição, conversamos com o filho do artista, que compartilhou histórias emocionantes sobre o trabalho de seu pai e sua ligação com a cidade.
— confira o vídeo abaixo do engenheiro José Carvalho Monte, filho do artista Pio Monte, que ressalta o legado de seu pai, um dos maiores artistas do Brasil.
Outra experiência marcante foi a visita a uma mina histórica de extração de pedras preciosas e ouro. Apesar de sua beleza e riquezas naturais, Ouro Preto carrega em suas raízes uma história de exploração. Durante o auge do ciclo do ouro, milhares de pessoas ( inclusie crianças) foram escravizadas para trabalhar em condições insalubres, extraindo riquezas destinadas à Coroa Portuguesa. Essa herança de sofrimento contrasta com o esplendor de magia da cidade, que hoje se destaca como um dos maiores patrimônios históricos do Brasil. Para se ter uma ideia da crueldade, a expectativa de vida dentro das minas era inferior há 5 anos.
Com tanta história provavelmente deu água na boca e vontade de saborear essa cidade, e claro, Ouro Preto encanta também pelo paladar. A cidade oferece uma gastronomia rica e diversificada, com restaurantes que agradam a todos os gostos. Seja para um jantar romântico, um momento em família ou uma reunião entre amigos, os ambientes são aconchegantes e acolhedores. Além da tradicional e deliciosa comida mineira, há opções de culinária internacional que tornam a experiência ainda mais especial.
Com cerca de 74 mil habitantes, Ouro Preto une história, cultura e sabores únicos, sendo um destino que marca para sempre quem passa por lá. Fique atento para aproveitar sua viagem com responsabilidade e desfrute de tudo o que essa cidade extraordinária tem a oferecer e antes de pegar a estrada escoha sua pousada preferida e seja cauteloso na contratação de guias, nem tudo que se vê e ouve pode ser verdade, na dúvida: pesquise. Boa viagem!
Agradecimentos
Pousada Vila Rica e DukaAmorim
Saiba Mais sobre Tiradentes
Conexão de Tiradentes com Ouro Preto
• Inconfidência Mineira: Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, era um dos líderes do movimento que buscava a independência de Minas Gerais e a autonomia do Brasil em relação a Portugal. Ouro Preto, como capital da capitania, era o centro das discussões e conspirações da Inconfidência.
• Prisão de Tiradentes: Embora tenha sido capturado no Rio de Janeiro, muitas das articulações da Inconfidência aconteceram em Ouro Preto, onde residiam vários inconfidentes.
Pontos Históricos Relacionados
1. Casa dos Contos: Era usada como casa de fundição e prisão temporária de alguns inconfidentes. Hoje é um museu que retrata a história da economia brasileira no período colonial.
2. Museu da Inconfidência: Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, guarda documentos, objetos e memórias dos inconfidentes, incluindo homenagens a Tiradentes.
3. Igreja de São Francisco de Assis: Essa igreja barroca é uma das obras-primas de Aleijadinho e representa a riqueza e a religiosidade da época, contextos que influenciaram os movimentos sociais.
Legado de Tiradentes
Tiradentes é considerado um mártir da independência brasileira. Sua memória é honrada em Ouro Preto por meio de eventos culturais, como a Semana da Inconfidência, realizada em abril, e pelo reconhecimento do seu papel como símbolo de liberdade.
A cidade, com sua arquitetura colonial preservada, oferece uma viagem no tempo, permitindo compreender melhor os ideais e o sacrifício de Tiradentes em um momento crucial da história do Brasil.
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