Minas Gerais

Aumento no número de casos de sífilis preocupa profissionais da saúde 

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A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, com um crescente número de notificações. A infecção atinge principalmente adultos, mas também recém-nascidos e idosos. Em plena pandemia da covid-19 em 2021 – enquanto a procura por internações hospitalares relacionada a outros motivos caiu consideravelmente – somente no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foram notificados 183 novos casos de sífilis. A unidade faz parte do projeto estratégico de enfrentamento à doença e apoia as regionais do Barreiro e Venda Nova, em Belo Horizonte, para discussão de casos e alinhamentos técnicos com profissionais de saúde da atenção primária. 

Fhemig / Arquivo

“É uma epidemia silenciosa, com um imenso número de portadores, a maioria sem sintomas e com possibilidades de transmitir a doença, o que nos mostra a importância do uso de preservativos durante as relações sexuais – já que esta é a principal forma de evitar a infecção pela sífilis e outras patologias”, afirma o infectologista do HEM João Gentilini Fasciani de Castro. 

A gerente assistencial da unidade, Tatiani Fereguetti, faz um alerta e reforça a importância da popularmente conhecida “camisinha”. “Tivemos um aumento exponencial no número de casos e nas taxas de reinfecção na última década, o que, provavelmente, aponta para a baixíssima adesão ao uso de preservativos, especialmente em práticas sexuais orais. É importante lembrar que a sífilis, nas fases iniciais, é muito contagiosa e pode ser facilmente transmitida pelo contato sexual ou até mesmo por beijo na boca”, explica. 

De acordo com o infectologista João Gentilini, os exames sorológicos são fundamentais para o diagnóstico e o tratamento precoces, quebrando a cadeia de transmissão tanto da sífilis adquirida (por contato sexual ou transfusão de sangue) quanto da sífilis vertical, quando é passada da gestante para a criança. 

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Sintomas 

Ainda segundo o infectologista, os sintomas variam de acordo com os diferentes tipos da infecção. No caso da sífilis primária, as primeiras manifestações podem ocorrer, em média, três semanas após o contato sexual infectante, com uma úlcera ou erosão no local de entrada da bactéria. “Chamamos de cancro duro e é geralmente única e indolor, podendo vir acompanhada de uma íngua inguinal. Este estágio pode durar de duas a seis semanas e desaparecer de forma espontânea, ou seja, independentemente do tratamento”, explica o infectologista. 

Na sífilis secundária, os sinais surgem, em média, entre seis semanas e seis meses após a infecção e duram de quatro a 12 semanas. Neste caso, o médico afirma que os sintomas podem desaparecer também de forma espontânea em poucas semanas. “Podem ocorrer erupções cutâneas em forma de máculas ou pápulas, acometendo o corpo, podendo atingir os pés e as mãos. E, também, febre, mal-estar, dor de cabeça, desânimo e aumento de ínguas”, relata Gentilini. 

Já a fase terciária pode apresentar seus primeiros sintomas de 2 até 40 anos depois do contágio. A manifestação ocorre por meio de inflamação e destruição dos tecidos, podendo acometer a pele, os ossos, o cérebro e o coração. É o caso também da neurosífilis, que compromete o sistema nervoso central, podendo ser observado já nas fases iniciais da infecção. 

De mãe para filho 

A neonatologista e gerente assistencial da Maternidade Odete Valadares (MOV), Luciana Grizze, explica que a sífilis congênita é transmitida por meio da corrente sanguínea da gestante infectada para o feto, pela placenta ou, em alguns casos, por contato direto com a lesão genital no momento do parto. “Geralmente, a infecção se dá quando a mãe não é testada para sífilis durante a gestação ou quando não foi tratada adequadamente antes ou durante a gravidez”, ressalta. 

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A chamada transmissão vertical vem crescendo de forma preocupante e pode ser precoce, surgindo até o segundo ano de vida, ou tardia, apresentando os primeiros sintomas após essa idade, podendo atingir diversos órgãos e sistemas. “Apenas os casos mais graves, que são minoria, de recém-nascidos vivos com sífilis apresentam sintomas ao nascer. Porém, quando tardia, e não diagnosticada ou adequadamente tratada, pode causar perda auditiva, alterações na pele, ossos, dentes e olhos (coriorretinite, glaucoma secundário, atrofia do nervo óptico), atraso no desenvolvimento, crises convulsivas, entre outros problemas. Por isso, é fundamental o diagnóstico e tratamento clínico prolongado e mais detalhado dessa criança, com acompanhamentos frequentes do pediatra, avaliação oftalmológica, audiológica e neurológica”, afirma a gerente. 

Luciana ressalta ainda que a doença pode também ser causa de aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer (menor que 2,5 kg), hepatomegalia (fígado aumentado de tamanho), esplenomegalia (baço aumentado de tamanho), atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, manchas na pele, icterícia, anemia, anormalidades ósseas, meningite e pneumonia. 

Esses problemas podem ser prevenidos com o adequado pré-natal realizado pela mãe, seguido de tratamento durante a gestação, quando diagnosticada a infecção, além do tratamento dos seus parceiros sexuais. 

Diagnóstico 

A sífilis tem cura e as unidades básicas de saúde possuem o chamado teste rápido, com resultado apresentado em minutos, que detecta também hepatite C, B e HIV. Quando diagnosticados, os pacientes são tratados com uso de antibióticos. 

No caso da sífilis congênita, quando os sintomas ainda não surgiram, o diagnóstico exige a combinação da suspeita epidemiológica (histórico materno de sífilis, seu tratamento e seguimento na gravidez), avaliação clínica do recém-nascido ou da criança e testagem sanguínea. 

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GERAL

José Santana, presidente de honra do PL, alerta: “A violência no Rio é um retrato do Brasil”

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O presidente de honra do Partido Liberal (PL), José Santana de Vasconcelos, um dos nomes mais experientes da política mineira e com dez mandatos em sua trajetória, se manifestou sobre a crise de violência que o Rio de Janeiro enfrenta. Em conversa recente com um amigo jornalista, Santana revelou profunda preocupação com a escalada da criminalidade e afirmou que o problema ultrapassa as fronteiras do estado.

“A violência no Rio é uma violência nacional. Não dá para separar o Rio do restante do Brasil”, declarou o deputado, ressaltando que a insegurança é hoje um dos maiores desafios do país.

Para José Santana, a discussão sobre segurança pública deve estar acima de ideologias políticas.

“Independentemente de votar à direita ou à esquerda, todo cidadão de bem quer viver em paz. A segurança é uma convergência nacional”, afirmou.

Modelos de referência: Goiás e Santa Catarina

O parlamentar destacou que alguns estados brasileiros têm mostrado caminhos possíveis, citando como exemplo Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, e Santa Catarina, ambos reconhecidos por resultados expressivos na redução da criminalidade e gestões eficientes nas forças de segurança.

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Segundo Santana, as experiências desses estados mostram que é possível enfrentar o crime com planejamento, investimento em inteligência e valorização dos profissionais da segurança pública.

Crítica ao governo federal e à inversão de valores

José Santana também fez um duro questionamento às recentes declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas de usuários”.

“É um absurdo. Nós precisamos de bom senso e equilíbrio. O Brasil não pode continuar sendo enganado com narrativas que invertem valores. Cidadãos de bem estão morrendo, enquanto o Estado é manipulado por discursos que protegem criminosos”, criticou o presidente de honra do PL.

Santana reforçou que a grande maioria dos policiais é formada por homens e mulheres honestos, que colocam a vida em risco todos os dias, e que não se pode permitir que “minorias criminosas” dentro das corporações manchem a imagem da categoria.

Confiança no PL e esperança de mudança

O líder mineiro disse estar confiante na força do PL para 2026, elogiando a condução do partido em âmbito nacional e estadual.

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“O PL hoje tem um dos homens mais sérios e que cumpre 100% da sua palavra, que é o Valdemar da Costa Neto. Ele vem conduzindo o partido com firmeza e responsabilidade em todo o país”, afirmou.

José Santana também reconheceu o trabalho do deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL em Minas Gerais, pela forma como vem conduzindo o partido e defendendo valores de ordem, respeito e justiça social.

Encerrando sua fala, o experiente parlamentar deixou uma mensagem de esperança:

“O Brasil precisa reencontrar o caminho da paz e da autoridade. Segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão. Que em 2026 possamos mudar essa história, com coragem, equilíbrio e amor ao nosso país.”

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