Minas Gerais
Minas oferece canal de ouvidoria para vítimas de violência obstétrica
“Fica calma, porque não está na hora de tomar anestesia, que sei muito bem. E se você acha que sabe mais do que eu, eu faço o toque, mesmo isso sendo um risco de infecção, mas é por sua conta. Se você estiver mesmo com 8 centímetros, eu rasgo meu diploma e te contrato para ficar aqui olhando cada gestante que chegar, porque você sabe mais do que eu!”. A fala – dita aos gritos por uma médica obstétrica – faz parte de um relato feito pela servidora pública Flávia Coimbra, de Divinópolis, Centro-Oeste de Minas, nos momentos que antecederam o nascimento de sua primeira filha, Izabella, em 2010.
O caso é um exemplo de violência obstétrica que, segundo a referência técnica da Rede Cegonha e Centro Estadual de Atenção Especializada Ambulatorial (Ceae) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis, Eduarda Xavier Gonçalves, pode ser caracterizada como um tipo de violência contra a mulher praticada pelos profissionais da saúde. É uma prática marcada por desrespeito, abusos e maus-tratos durante a gestação e/ou no momento do parto, seja de forma psicológica ou física.
“Segundo estudo do artigo ‘Desrespeitos e abusos, maus tratos e violência obstétrica: um desafio para a epidemiologia e a saúde pública no Brasil’, publicado recentemente, a prevalência de violência obstétrica tem variado entre 18,3% e 44,3%. Estima-se que uma em cada quatro mulheres reconhece a ocorrência de violência durante o parto”, pontua Eduarda.
Apoio e direitos
Mulheres como Flávia, vítimas deste tipo de violência, contam em Minas Gerais com canais da Ouvidoria Geral do Sistema Único de Saúde (SUS) como forma de garantir o acesso e os direitos das mães a uma assistência de qualidade e humanizada. A referência da Ouvidoria do SUS da SRS Divinópolis, Suzana Batista, conta que estas mães podem acessar os canais da ouvidoria por meio dos canais digitais e mesmo de forma presencial para registrar uma denúncia ou reclamação. “No caso específico de violência obstétrica da gestante, ela pode procurar a ouvidoria sempre que perceber que os seus direitos e de seu bebê foram violados”, explica Suzana.
Além de reconhecer que se está diante de uma violência, há o sentimento de culpa e impotência. Foi assim que Flávia se sentiu, como se tivesse que aceitar sobreviver ao trauma. Ela, porém, nunca se conformou. “Eu não conseguia lembrar, falar do nascimento da minha filha sem ter lágrimas nos olhos. Demorou muito para que alguém entendesse que eu queria mais que sobreviver. Nunca deixei de me sentir inconformada e buscar ainda mais informações, pessoas que partilhassem do mesmo sentimento e, aos poucos, fui encontrando”, relata.
Direitos violados causam consequências graves tanto para as mães quanto para os bebês. A referência técnica Eduarda Xavier Gonçalves destaca que a violência obstétrica contribui para a manutenção dos altos índices de mortalidade materna e neonatal e que a ouvidoria irá colaborar para mudar esta realidade. “A partir das denúncias torna-se possível a investigação dos casos e o levantamento estatístico, subsidiando a elaboração de políticas públicas e estratégias para deter a realização destas práticas”, ressaltou Eduarda.
Além do canal da ouvidoria, as mulheres estão amparadas por duas legislações estaduais de combate à violência obstétrica. A Lei Estadual 23.175, publicada em dezembro de 2018, que dispõe sobre a garantia de atendimento humanizado às gestantes, às parturientes e às mulheres em situação de abortamento, e a Lei Estadual 23.243 que dispõe da Semana Estadual de Combate à Violência Obstétrica.
Antes das legislações estaduais, porém, veio Antonella, em 2017, a segunda filha de Flávia. E a experiência, segundo ela conta, foi totalmente diferente. Um parto mais humanizado e acolhedor. O tratamento e a recepção deram tranquilidade para o momento. Ela recorda que no quarto já foi direto para debaixo do chuveiro, local em que se sentiu melhor, sentada na banqueta de parto com marido fazendo massagens. “Conosco ficou a certeza de que vivemos um momento especial desta vez, libertador, de muito amor. Um parto do jeito que eu precisava viver para me curar, para renascer, um momento que só terei lágrimas de felicidade ao me lembrar”, recorda a servidora Pública.
Ouvidoria SUS
A referência de Ouvidoria SUS da SRS Divinópolis, Suzana Batista, explica que a ouvidoria é responsável por acolher as manifestações dos usuários que desejam denunciar, indicando irregularidade ou indício de irregularidade na administração pública, relatar alguma insatisfação em relação às ações e aos serviços de saúde, solicitar atendimento ou informações, elogiar para demonstrar satisfação ou agradecimento por um serviço prestado pelo SUS e também sugerir ações consideradas úteis à melhoria do Sistema de Saúde.
“As Ouvidorias do SUS são uma forma de intermediação entre usuárias e usuários, as trabalhadoras e os trabalhadores dos serviços públicos de saúde e o governo do Estado, melhorando a qualidade dos serviços ofertados, os processos de trabalho e a gestão pública”, destacou.
GERAL
José Santana, presidente de honra do PL, alerta: “A violência no Rio é um retrato do Brasil”
O presidente de honra do Partido Liberal (PL), José Santana de Vasconcelos, um dos nomes mais experientes da política mineira e com dez mandatos em sua trajetória, se manifestou sobre a crise de violência que o Rio de Janeiro enfrenta. Em conversa recente com um amigo jornalista, Santana revelou profunda preocupação com a escalada da criminalidade e afirmou que o problema ultrapassa as fronteiras do estado.
“A violência no Rio é uma violência nacional. Não dá para separar o Rio do restante do Brasil”, declarou o deputado, ressaltando que a insegurança é hoje um dos maiores desafios do país.
Para José Santana, a discussão sobre segurança pública deve estar acima de ideologias políticas.
“Independentemente de votar à direita ou à esquerda, todo cidadão de bem quer viver em paz. A segurança é uma convergência nacional”, afirmou.
Modelos de referência: Goiás e Santa Catarina
O parlamentar destacou que alguns estados brasileiros têm mostrado caminhos possíveis, citando como exemplo Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, e Santa Catarina, ambos reconhecidos por resultados expressivos na redução da criminalidade e gestões eficientes nas forças de segurança.
Segundo Santana, as experiências desses estados mostram que é possível enfrentar o crime com planejamento, investimento em inteligência e valorização dos profissionais da segurança pública.
Crítica ao governo federal e à inversão de valores
José Santana também fez um duro questionamento às recentes declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que traficantes seriam “vítimas de usuários”.
“É um absurdo. Nós precisamos de bom senso e equilíbrio. O Brasil não pode continuar sendo enganado com narrativas que invertem valores. Cidadãos de bem estão morrendo, enquanto o Estado é manipulado por discursos que protegem criminosos”, criticou o presidente de honra do PL.
Santana reforçou que a grande maioria dos policiais é formada por homens e mulheres honestos, que colocam a vida em risco todos os dias, e que não se pode permitir que “minorias criminosas” dentro das corporações manchem a imagem da categoria.
Confiança no PL e esperança de mudança
O líder mineiro disse estar confiante na força do PL para 2026, elogiando a condução do partido em âmbito nacional e estadual.
“O PL hoje tem um dos homens mais sérios e que cumpre 100% da sua palavra, que é o Valdemar da Costa Neto. Ele vem conduzindo o partido com firmeza e responsabilidade em todo o país”, afirmou.
José Santana também reconheceu o trabalho do deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL em Minas Gerais, pela forma como vem conduzindo o partido e defendendo valores de ordem, respeito e justiça social.
Encerrando sua fala, o experiente parlamentar deixou uma mensagem de esperança:
“O Brasil precisa reencontrar o caminho da paz e da autoridade. Segurança pública é dever do Estado e direito do cidadão. Que em 2026 possamos mudar essa história, com coragem, equilíbrio e amor ao nosso país.”
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