Minas Gerais
Servidor do Estado participa de lançamento de 100 milhões de sementes na Amazônia
Foi de uma altura de 14 mil pés, o equivalente a cerca de 4.267 metros, que o experiente paraquedista Luigi Cani lançou 100 milhões de sementes em uma área remota e, em parte, desmatada, no coração da Amazônia. Ao todo, 27 espécies nativas do bioma local foram semeadas. A ação, que teve destaque a nível nacional, contou com a participação de Fernando Eduardo Lopes, engenheiro ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que coordenou de forma técnica o processo de escolha das sementes.
A ação na Amazônia aconteceu dois anos depois do lançamento de um milhão de sementes no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. No fim de 2018, o IEF abraçou a ideia de Luigi Cani, que, assim como fez na Região Norte do país, utilizou uma caixa acoplada a um paraquedas para espalhar as sementes, que ajudam na recuperação de áreas atingidas por incêndios florestais.
Naquela época, Fernando Eduardo Lopes estava na coordenação técnica pelo IEF. No entanto, o sucesso foi tanto que o engenheiro ambiental, que possui quase 30 anos de experiência em sementes florestais, manteve a parceria com Luigi Cani e, como voluntário, foi para a Amazônia ajudar no lançamento das 100 milhões de sementes que vão ajudar a recuperar áreas degradadas pelo desmatamento.
“Nesse projeto, as sementes foram doadas pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio do departamento florestal, e nessa parte eu fiscalizei essas sementes, que eram novas e propícias para semeadura direta”, explica Fernando.
As 27 espécies escolhidas entre as 100 milhões de sementes possuem índice germinativo superior a 95%. Outra vantagem é que elas não precisam da intervenção humana para se desenvolver, uma vez que, lançadas ao solo, necessitam apenas de chuva e sol.
Dinâmica
Inicialmente, o lançamento das sementes seria feito em outubro de 2021. No entanto, trâmites burocráticos acabaram adiando a ação para janeiro deste ano. Mesmo de férias, Fernando passou duas semanas na Amazônia ajudando na realização do plantio. No entanto, os trabalhos começaram bem antes, uma vez que o engenheiro ambiental passou noites estudando o ecossistema amazônico.
A equipe que Fernando compunha tinha 13 pessoas. Para que tudo saísse conforme o planejado, entre a coleta e o lançamento das sementes, foram, em média, 17 horas de trabalho, entre chuva e calor intenso. “O fato é que depois de muito trabalho tudo deu certo”, celebra o engenheiro ambiental.
No Amazonas, Fernando passou por um treinamento no Museu da Amazônia (Musa) e no Parque Municipal do Mindu. Nos dois locais, a equipe fez simulados de coleta de sementes, até que as 100 milhões que seriam lançadas foram captadas por Fernando e Luigi no Centro de Sementes Nativas do Amazonas, da UFAM.
Com as 100 milhões de sementes, a equipe de Fernando e Luigi se dirigiu de Manaus até Novo Aripuanã, em uma viagem feita de barca que durou 28 horas. Já na área que foi alvo do plantio, houve um sobrevoo de helicóptero por parte de Luigi.
Saltos
Fernando lembra que os dois primeiros saltos de Luigi Cani não obtiveram sucesso. No entanto, foram apenas testes, uma vez que as caixas biodegradáveis que foram jogadas do avião, a 14 mil pés, continham palha de arroz.
Na primeira tentativa, a caixa estava lenta, enquanto na segunda o compartimento foi aberto numa altura maior que o previsto, fazendo com que o conteúdo caísse em uma área que não era a desejada.
“Os primeiros experimentos não deram certo. Mas conseguimos sucesso na última caixa”, celebrou o engenheiro ambiental.
A terceira e última caixa levava 300 kg de sementes. Luigi Cani, então, era obrigado a acertar o salto, chegando a tempo para destravar o compartimento na altura certa, a 6.500 pés (1.981 metros). A tentativa foi certeira. As 100 milhões de sementes foram despejadas no ar numa velocidade de 170 km/h.
Além das 100 milhões de sementes despejadas, também foram doadas outras seis milhões de sementes para uma comunidade indígena da região.
Minas Gerais
Terror em obras que vão atender a Heineken: Vigilante é executado no trabalho!
Na noite da última sexta-feira (15), um crime bárbaro marcou a região próxima ao km 348 da MG-050, em Passos, Minas Gerais. O vigilante Róbson Daniel Ferreira Silvério, de 49 anos, estava trabalhando e foi morto com vários tiros, o delito aconteceu por volta das 23 horas, na base temporária da Renea Engenharia, empresa que executa obras de asfaltamento na rodovia que liga a MG-050 à estrada Passos/São João Batista do Glória. A estrada dará acesso ao futuro complexo industrial da cervejaria Heineken.
O corpo de Róbson foi encontrado na manhã seguinte (16) por um colega de trabalho que chegava para o turno. A vítima apresentava quatro ferimentos causados por disparos de arma de fogo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou o óbito no local. Em seguida, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exames.
Além do homicídio, foi constatado o roubo do veículo da vítima, uma FIAT/Strada Working, de placa PVQ-4707. A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta para um caso de latrocínio — roubo seguido de morte.
As obras realizadas pela Renea Engenharia fazem parte da infraestrutura planejada para receber a nova unidade da cervejaria, um projeto que promete impulsionar a economia da região, mas que também alerta sobre a exposta vulnerabilidade dos trabalhadores.
A empresa responsável pelas obras ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. A Polícia Civil informou que instaurou um Inquérito Policial e trabalha para identificar os responsáveis pelo crime, solicitando que informações relevantes sejam repassadas anonimamente pelos canais oficiais de denúncia.
O caso segue em investigação.