Tribunal de Contas
Capacitação para servidores e homenagens à conselheira Adriene Andrade marcam 1º dia do Encontro Técnico no Sul de Minas
Boa Esperança, terra do escritor Rubem Alves, do pianista Nelson Freire e mundialmente conhecida pelos versos da canção “Serra da Boa Esperança”, do aclamado compositor popular brasileiro Lamartine Babo, foi palco da segunda edição do “Encontro Técnico TCEMG e os Municípios 2024”. A abertura do encontro, nesta quinta-feira (21/03), contou com mais de 250 agentes públicos de 30 cidades do Sul de Minas, lotando o espaço “Oficina da Arte”.
Indo além da beleza da serra, do lago e dos filhos ilustres, Boa Esperança desperta um sentimento especial no Tribunal de Contas mineiro. “A bela cidade de Boa Esperança, protegida por sua serra esplendorosa, desperta em nós, do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, muita saudade. Portanto, nesta oportunidade, aqui em sua terra natal, quero reverenciar a memória de nossa querida conselheira Adriene Barbosa de Faria Andrade, com pesar, é verdade, mas também com a alegria que nos imprime a promoção de uma homenagem justa e sincera”, destacou o presidente do TCEMG, conselheiro Gilberto Diniz, em sua mensagem por vídeo. Adriane, primeira mulher conselheira e presidente do TCEMG, faleceu em 2018, aos 53 anos.
Na solenidade, o presidente foi representado por outra filha ilustre de Boa Esperança. Maria Celeste Morais Guimarães foi servidora de carreira do TCEMG, auditora-geral do estado, diretora jurídica da Cemig e, atualmente, é provedora da Santa Casa de Misericórdia da cidade. “Evento de suma importância, principalmente neste período, em que todos sabem das responsabilidades deste ano de transição eleitoral”, disse, reforçando que “o Tribunal de Contas está firme no seu propósito de interagir com os municípios, sempre na busca pela transparência e pelo controle das contas públicas”.
O prefeito de Boa Esperança e primeiro vice-presidente da Associação Mineira de Municípios, Hideraldo Silva, afirmou que “sabemos que o Tribunal de Contas é um órgão fiscalizador das contas públicas. Destaco a importância dessas ações de interiorização do TCEMG, mais presente no interior, principalmente em cidades menores, levando capacitação para gestores e agentes públicos e proporcionando mais segurança e confiabilidade na atuação do poder público”.
A mesa de abertura do evento contou também com as presenças de Juliano Oliveira, prefeito de Alagoa, Silvana Rodrigues, vice-prefeita de Boa Esperança, e João Batista Ramos, vereador da cidade que sediou o evento.
Palestras técnicas
O tema do “Encontro Técnico TCEMG e os Municípios 2024” é “Transição Municipal Responsável: Desafios e Estratégias para as Prefeituras em Ano Eleitoral”. A palestra de abertura, ministrada pelo assessor do gabinete do conselheiro Mauri Torres, Marconi Braga, versou sobre “Regras Fiscais em Final de Mandato”.
Marconi Braga fez uma contextualização do tema, falou sobre limites com gastos de pessoal, destacou aspectos relevantes dos restos a pagar e explicou sobre limites com dívidas e endividamentos na administração pública. “Nós vamos tratar da Lei de Responsabilidade Fiscal e no controle prévio, nas ações preventivas. O Tribunal de Contas defende a antiga lógica do prevenir é melhor que remediar”, pontuou Marconi.
Ainda pela manhã, os analistas de Controle Externo Karen Nadolny e Fábio Costa palestraram sobre “Admissão de Pessoal Sob a Ótica Constitucional” e “Suricato: Tecnologia e Controle Externo Concomitante”, respectivamente. Enquanto Fábio explicou sobre as funções e atuações do Suricato, além de destacar inovações na legislação, Karen falou sobre as ações de fiscalização do TCEMG em atos de admissão e de aposentadoria, destacando as formas de se ingressar no cargo público. Ela mostrou, ainda, as condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais e apresentou o ciclo de fiscalização em atos de pessoal em 2024.
Pela tarde, o analista Igor Simões apresentou o tema: “Principais pontos de atenção da PCA (Prestação de contas)”. Em seguida, a supervisora de Governança e Proteção de Dados do Núcleo do TCEMG, Luiza Amâncio, palestrou sobre a aplicação e principais conceitos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Adalgoberto Santos, diretor do Conselho Estadual de Controle Interno de Minas Gerais (Coneci-MG), entidade que reúne controles internos de órgãos públicos estaduais e municipais, apresentou o conselho e mostrou sua atuação.
Coube ao coordenador de Auditoria de Obras e Serviços de Engenharia, Douglas de Oliveira, falar sobre o planejamento para contratação de obras. Encerrando o primeiro dia de atividades, a diretora de Planejamento e Gestão Estratégica, Milena Alves, debateu pontos críticos no início da vigência da Lei nº 41.133/2021, a Nova Lei de Licitações, tema que ainda gera muitas dúvidas e inseguranças entre os gestores e servidores públicos municipais.
Na sexta-feira, das 9h às 12h, os participantes que quiseram se aprofundar em temas como “Aditivos em contratos de obras públicas”, “Pesquisa de preços na Nova Lei de Licitações” e “LGPD na prática” participarão das oficinas ofertadas pelo TCEMG.
E, assim, com saudades e reverenciando a eterna conselheira Adriene Andrade, a caravana do TCEMG deixa o Sul de Minas, já se preparando para sua próxima jornada: São João del-Rei, nos dias 25 e 26 de abril.
Lucas Borges / Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Veja fotos do Encontro Técnico em Boa Esperança:
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.