Tribunal de Contas
Tribunais mineiros discutem Proteção de Dados Pessoais e Inteligência Artificial
“Trabalhar em colaboração e intercâmbio é o caminho para soluções inovadoras na administração do Estado para garantir a boa prestação de serviços ofertada ao cidadão”. Foram as palavras do presidente do Tribunal de Contas de Minas Gerais, conselheiro Gilberto Diniz, ao dar as boas-vindas aos participantes do seminário, que tem como objetivo fomentar a conscientização e troca de conhecimento acerca da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e inteligência Artificial nas instituições públicas.
O evento, que teve início nesta manhã, no Auditório Vivaldi Moreira, da Corte de Contas, é uma parceria entres os Tribunais de Contas, de Justiça e de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais.
Diniz ressalta que, diante do avanço tecnológico, é urgente a discussão do tema e que a iniciativa é de extrema importância, em especial para a Administração Pública, que tem o dever de prezar pela segurança e transparência ao utilizar dados pessoais ou não pessoais.
O desembargador Geraldo Augusto de Almeida, presidente da Comissão de Proteção de Dados e superintendente adjunto do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, representando o presidente desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, enfatizou a importância do compartilhamento de estudos necessários à compreensão e à efetiva aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados.
Para o presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais, desembargador Rúbio Paulino Coelho, nossa vida está sendo mapeada em todos os sentidos pela Inteligência Artificial, que hoje é a protagonista de novos tempos, de novos desafios. “Os escritórios de inovações de cada órgão têm que acompanhar esses avanços e, da mesma forma, garantir a segurança e a privacidade dos dados sob todos os aspectos.
Também cumprimentou os presentes o diretor-presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, Waldemar Gonçalves Ortunho Júnior, que ressaltou a importância de se ampliar cada vez mais o tema. Para Waldemar, o que se discute hoje não é a regulamentação da Inteligência Artificial. “Isso já é passado”, afirma. Para o presidente, o importante hoje é buscar a maneira de regulamentar essa tecnologia, ressaltando a necessidade de se garantir a segurança jurídica para evitar conflitos. O presidente defendeu que a tecnologia veio para melhorar a vida do cidadão, mas é preciso que dados pessoais sejam protegidos, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados.
Ainda compuseram a mesa de honra, o tenente-coronel Frederico Cieira Cabral Mendes, representando o comandante da Quarta Região Militar General de Divisão do Exército Paulo Alípio Branco Valença; a promotora de justiça Vanessa Fusco, coordenadora do gabinete de Segurança e Inteligência, representando o Ministério Público de Minas Gerais; o desembargador Emerson José Alves Lage, coordenador do Comitê de Tecnologia da Informação e Comunicação do Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, representando o presidente, desembargador Ricardo Mohallem; a encarregada de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, Rafaela Alvarenga Figueiredo, representando a defensora pública geral Raquel Gomes, bem como o superintendente da Agência Brasileira de Inteligência em Minas Gerais, Moisés de Oliveira Airosa.
Presentes no evento o Conselheiro José Alves Viana bem como os conselheiros substitutos Adonias Monteiro e Telmo Passareli, além de autoridades, representantes e servidores do TCEMG e de outros órgãos.
O seminário, que terá continuidade à tarde, poderá ser acompanhado pela TV TCE, no canal You Tube.
Denise de Paula / Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.