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Tribunal de Justiça

Violinista da Orquestra Jovem do TJMG se forma como professora com TCC sobre a iniciativa

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A Orquestra Jovem e Coral Infantojuvenil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foram tema de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) desenvolvido por uma das jovens participantes do projeto. Gislene Paula de Souza entrou aos 16 anos no projeto do TJMG e, em julho, aos 25, formou-se na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) em licenciatura em Educação Musical Escolar. O TCC foi apresentado à banca examinadora e a aluna teve 100% de aprovação.

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Gislene Paula de Souza durante uma de suas apresentações na Orquestra Jovem do TJMG (Crédito: Divulgação/TJMG)

Aos 15 anos, Gislene Paula de Souza ingressou na Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte (Assprom), uma parceira do TJMG, e, por meio da entidade, inscreveu-se como participante do projeto da Orquestra Jovem do TJMG. No ano seguinte, em 2012, na Orquestra, começou a estudar e a tocar violino.

“Minha trajetória e a da Orquestra do TJMG começamos juntas e, graças ao projeto, consegui ingressar na faculdade. Poder contar a minha trajetória e valorizar todo o trabalho desenvolvido pelo tribunal para dar oportunidades aos jovens, como fiz no TCC, é muito importante para mim. O Poder Judiciário realiza um grande esforço para compreender e suprir as lacunas emocionais e socioculturais de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Esse projeto contribui com ações afirmativas em prol da Infância e da Juventude e mostra que, por meio da música, é possível haver transformação, desenvolvimento artístico, foco, dedicação e uma nova possibilidade de exercer cidadania”, diz Gislene Paula.

O superintendente da Orquestra Jovem e do Coral Infantojuvenil do TJMG, desembargador Wagner Wilson Ferreira, é não apenas o responsável, mas um grande incentivador da iniciativa, acompanhando de perto o desenvolvimento dos jovens integrantes. “É de fato fantástico esse projeto. A Gislene é uma vencedora, com uma história de vida muito difícil. Veio para a Orquestra, foi incentivada a continuar os estudos e, agora, finaliza a faculdade, com um Trabalho de Conclusão de Curso sobre o projeto que lhe proporcionou oportunidades e abriu caminhos, o que faz muito sentido”, afirma o desembargador.

Criado em 2011, o projeto da Orquestra Jovem e do Coral Infantojuvenil do TJMG oferece aulas de iniciação musical, canto coral, prática de orquestra, percussão e instrumentos como flauta doce, saxofone, violino, viola, violoncelo e contrabaixo acústico e aulas de inglês para crianças e adolescentes. O objetivo da iniciativa é educar os participantes, por meio de metodologias que promovam o desenvolvimento artístico e humano, oferecendo oportunidades iguais a crianças em situação de vulnerabilidade e a crianças em outros contextos sociais, por meio da construção de um ambiente de trocas, conexões e equidade.

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Orgulho

A maestrina e coordenadora pedagógica da Orquestra Jovem e do Coral Infantojuvenil do TJMG, Luciene Villani, diz ser uma honra poder acompanhar o crescimento e o sucesso de Gislene. “Ela é um dos tantos casos maravilhosos que temos no projeto, ao longo de mais de 10 anos. Desde as primeiras aulas com o violino, vimos seu potencial e a ligação com a música. Nós a conhecemos em uma situação familiar muito difícil, pois seu pai já era falecido e a mãe veio a falecer depois. O acolhimento que o projeto proporciona foi fundamental para ela se estruturar e desenvolver seu potencial”, ressalta a maestrina, que considera Gislene, assim como outros participantes na orquestra, “como uma filha”.

Hoje, Gislene Paula trabalha como instrutora e o foco, segundo a maestrina, é que os jovens oriundos do projeto se tornem monitores e instrutores para, no futuro, assumirem a gestão da iniciativa. “Com certeza, Gislene tem potencial para isso, pois seu coração está ali”, diz.

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O violino foi o instrumento que mais chamou atenção de Gislene e hoje ela ajuda outros jovens a aprender mais sobre música (Crédito: Divulgação/TJMG)

Histórias de vida

O TCC da agora professora Gislene Paula de Souza discorre sobre o ensino da música no Brasil, trata a expressão musical como forma de integração social e apresenta depoimentos de amigos e colegas que, juntamente com a autora, tiveram oportunidade de mudar suas vidas e escolher novos caminhos, a partir da Orquestra Jovem do TJMG.

“Pioneiros na orquestra e no coral, alguns alunos são hoje monitores e multiplicam o que aprenderam, contribuindo para ensinar e motivar os colegas mais novos. Dez dos jovens que passaram pelo projeto já começaram sua formação superior. Eles cursam Música, Musicoterapia, Engenharia Mecânica, Pedagogia, Física, Letras e Ciências da Computação, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)”, afirma a nova professora.

Ela acrescenta que, “quando os adolescentes são inseridos no mundo musical desta iniciativa, ainda tímidos e arredios, são acolhidos e respeitados como qualquer outra criança, bastando apenas que usufruam das oportunidades oferecidas gratuitamente a eles”.

No trabalho, um dos entrevistados por Gislene identificado como “M” – todos tiveram os nomes omitidos para preservar suas identidade – diz que, na época em que entrou no projeto, era jovem aprendiz na Vila Olímpica do Galo e, a princípio, não teria perspectivas tão logo seu contrato se encerrasse. “Com todo mundo na minha casa trabalhando, como é que eu ia ficar sem ajudar com as contas? Continuei estudando, a Assprom ajudava com o vale transporte pra gente ir às aulas de música da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj) do TJMG e aí a Luciene me perguntou se eu teria interesse em ser monitor (a) lá na Orquestra. Aquele momento mudou tudo pra mim. Eu voltei pra casa, contei pra minha mãe e vibramos muito juntas. Na época ela já estava com câncer e eu não tinha opção de não ajudar em casa, se não fosse por essa oportunidade eu nem estaria escrevendo essa pesquisa com você”, relata.

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Já para a entrevistada “R”, a iniciativa foi “realmente uma forma de salvação”. Ela vivia em um abrigo no qual muitas meninas haviam sido mães ainda adolescentes. “Enquanto isso, eu estava no projeto, estudando. Há meninas que saíram do abrigo e foram usar drogas e outras que morreram, pois jogaram ácido na cabeça delas. E aí você se pergunta: eu andava muito com essas meninas e onde eu estava enquanto essas meninas usavam drogas? Estava estudando música, passava o dia inteiro tocando. Então foi um projeto que me libertou e me deu uma chance de viver”, afirma.

Novos horizontes

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A nova professora agora vai ensinar crianças e jovens sobre o valor e o poder transformador da música (Crédito: Arquivo pessoal)

Após o término da graduação, Gislene Paula de Souza pretende continuar estudando e cursar mestrado e doutorado, além de dar aulas de música, sua verdadeira paixão. “Pode-se dizer que a música é um elemento imprescindível na construção do ser humano e em toda a sua história de vida. Toda criança canta antes de falar, há uma harmonia e um entrelaçamento entre o canto, o toque fraterno e a fala. É uma expressão inerente à condição humana. Nascemos com um metrônomo dentro do peito, pulsando em um ritmo marcante que nos ensina a regularidade rítmica, mas também mostra o quanto as emoções podem influenciar essa regularidade, acelerando, retardando, tranquilizando, batendo forte até dar a sensação de querer sair pela boca. A música faz parte de todos nós”, salienta.

Atualmente, Gislene atua como instrutora do projeto, por meio do qual dá aulas de musicalização e inglês para crianças da Escola Municipal Ulysses Guimarães (Emug) e do Grupo Amigos da Criança (GAC), localizados no Morro do Papagaio.

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Fonte: Tribunal de Justiça de MG

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Justiça isenta autoescola por reprovação de aluna em prova de direção

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Aluna afirmou que autoescola falhou na preparação para o exame de direção (Crédito: Gabriel Jabur/Agência Brasília)

A 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve sentença da Comarca de Ipatinga, no Vale do Aço, que isentou uma autoescola da responsabilidade de indenizar por danos morais uma mulher que não passou no exame de rua.

A mulher, que já era habilitada, queria adicionar uma nova categoria à CNH e firmou contrato com a autoescola para a prestação de 15 aulas de direção. Segundo ela, a empresa mudava horários de aula e instrutores sem aviso prévio. Além disso, pagou por duas aulas extras, que não foram dadas, e não recebeu esse dinheiro de volta.

Em setembro de 2022, a mulher se apresentou para o exame e não obteve êxito. Ela argumentou que a autoescola não a preparou de maneira adequada, impactando negativamente seu psicológico.

A empresa se defendeu sob o argumento de que remarcou as duas aulas extras, mas a aluna não teria comparecido. Ainda conforme a autoescola, as aulas não foram canceladas sem justo motivo nem teve atitudes que configurassem má prestação do serviço.

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A juíza da 3ª Vara Cível da Comarca de Ipatinga concedeu o ressarcimento de R$ 140, referente às duas aulas extras avulsas, mas negou o pedido de danos morais, o que gerou o recurso por parte da autora da ação.

O relator, desembargador Marcelo de Oliveira Milagres, manteve a sentença. O magistrado destacou que a autoescola não tem compromisso de assegurar o êxito no exame de direção. “A mera reprovação em prova prática de direção não enseja falha na prestação de serviços, visto que a requerida não possui obrigação de resultado”, afirmou.

A desembargadora Eveline Felix e o desembargador João Cancio votaram de acordo com o relator.

Fonte: Tribunal de Justiça de MG

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