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Aprosoja realiza simpósio técnico sobre a anomalia da soja. As inscrições estão abertas

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A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) promoverá nestas quinta e sexta-feiras (dias 10 e 11) o 3° Simpósio Técnico, com o objetivo de discutir a sustentabilidade e rentabilidade na produção de soja e milho no estado.

Com o tema “Anomalia da soja e Infraestrutura”, o evento terá lugar na Fatec Senai, em Cuiabá, e contará com 11 palestras sobre assuntos diversos, divididos em três painéis.

A anomalia da soja é uma doença ainda misteriosa que afeta o desenvolvimento das plantas e resulta em baixos rendimentos. Para solucionar o problema uma rede colaborativa formada por empresas, universidades, laboratórios e instituições.

A anomalia da soja pode ser atribuída a três fatores principais: deficiências nutricionais no solo, interações complexas entre microrganismos presentes na rizosfera e fatores ambientais adversos. Essa combinação de elementos tem impactado negativamente a produtividade das lavouras, gerando prejuízos econômicos para os agricultores.

Com o objetivo de enfrentar esse desafio, pesquisadores renomados e empresas do setor agrícola têm se dedicado a estudar a anomalia da soja em profundidade. Através de pesquisas de campo, análises laboratoriais avançadas e parcerias estratégicas, eles buscam compreender as causas subjacentes do problema e desenvolver soluções eficazes.

Uma das frentes de trabalho dessa rede colaborativa é o estudo das deficiências nutricionais no solo. Pesquisadores têm investigado minuciosamente a composição química do solo nas áreas afetadas, identificando possíveis desequilíbrios nutricionais que podem estar contribuindo para a anomalia da soja. Com base nesses resultados, são propostas recomendações de adubação e manejo do solo, visando restabelecer as condições ideais para o cultivo.

Outro aspecto importante é a compreensão das interações entre os microrganismos presentes na rizosfera das plantas. Estudos têm mostrado que certas bactérias e fungos benéficos podem promover o crescimento saudável da soja, enquanto outros microrganismos podem desencadear respostas negativas. Com base nesse conhecimento, cientistas estão explorando estratégias de manejo microbiológico para controlar a anomalia da soja.

Além disso, os fatores ambientais adversos também estão sendo levados em consideração. Mudanças climáticas, variações de temperatura e estresse hídrico são aspectos que podem influenciar o desenvolvimento das plantas e a manifestação da anomalia da soja. Nesse sentido, a pesquisa busca identificar práticas de manejo sustentáveis e adaptativas que possam minimizar os efeitos dessas condições desfavoráveis.

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A colaboração entre diferentes setores tem se mostrado fundamental nessa busca por soluções. Empresas do ramo agrícola têm investido em pesquisas e disponibilizado recursos para financiar os estudos.

Ao todo, são 12 ensaios que avaliam 42 cultivares geneticamente modificadas, outras 12 análises com materiais convencionais (não transgênicos) e mais 12 testes com nove cultivares e três épocas de plantio. Há ainda seis ensaios com uso de diferentes estratégias de fungicidas. As áreas de pesquisa estão localizadas em Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, em Mato Grosso, e em São Miguel Ariquemes e Guaporé, em Rondônia.

Veja a programação:

O primeiro painel com a temática “Mercado e sustentabilidade”, no dia 10 de agosto, terá a abertura com o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, a partir das 8h30. Em seguida, às 9h30, será tratado o tema “Cenário do mercado agrícola de soja e milho”, com Paulo Molinari, economista e consultor sênior da Safras e Mercado.

A segunda palestra do painel, às 10h30, será com o professor e doutor Marcos Fava Neves, um dos brasileiros mais conhecidos e respeitados internacionalmente na área de agronegócios e planejamento e estratégia. O especialista falará sobre o “Futuro do Agronegócio”.

O segundo painel, com a temática “Desafios da Armazenagem em Mato Grosso”, começará às 13h30, com a palestra “Déficit de armazenagem, projeção da produção e capacidade necessária”. O expositor será Cleiton Guaer, Superintendente no Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O superintendente de armazenagem da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), Stelito Reis, falará sobre “Armazenagem – importância na logística de escoamento de grãos”, na palestra às 14h30.

Já a “Armazenagem de grãos, viabilidade econômica” será debatida por Thiago Rocha Consultor de Relações Governamentais; e Presidente da Câmara de Modernização do Crédito e Instrumentos de Gestão de Risco do Agronegócio, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Na sexta-feira (11), será a vez do painel III, “Da semente ao armazém: estudos e impactos da prodridão de vagens e grãos de soja em Mato Grosso”. A abertura dos trabalhos nesse dia, às 8h, será com o professor da Universidade Federal de Mato Grosso e engenheiro agrônomo Doutor Rogério Coimbra, que abordará a “Avaliação da qualidade de sementes em Mato Grosso – desafios com a podridão das vagens e grãos”.

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Depois, às 8h40, será a vez de Gustavo Adolfo Pazzetti, engenheiro agrônomo e doutor em fisiologia e nutrição de plantas. O professor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Rio Verde (Fesurv Rio Verde – GO) falará sobre “Manejo fisiológico /nutricional como ferramentas para mitigar impacto do estresse ‘anomalia’”.

A partir das 9h20, o engenheiro agrônomo, também da Fersuv, doutor Fabio Pittelkow, palestrará sobre os “Avanços na detecção dos agentes causais da infecção – Rede de estudos”. Em seguida, a partir das 10h40 o engenheiro agrônomo e doutor Austeclínio Lopes de Farias Neto, da Embrapa Cerrados, falará sobre a “Reação de cultivares de soja ao apodrecimento de vagens e grãos ‘anomalias’”.

A 10ª palestra do evento, às 11h20, será sobre a “Anomalia da soja desvendada – Implicações no manejo de doenças na cultura da soja”. O tema será abordado pelo engenheiro agrônomo doutor Fernando Cezar Juliatti, consultor técnico na Juliagro Crop View – consultoria nas áreas de milho e soja e problemas fitopatológicos do Cerrado Brasileiro

A última palestra, a partir das 11h50, abordará o “Impacto da podridão de grãos/quebramento da haste em soja na rentabilidade da fazenda e estratégias de convivência com o problema, visão de 4 safras”. O tema será discutido pelo engenheiro agrônomo e Consultor Agronômico na JMD Agro Sementes, Juliano Martins Diniz.

Após as exposições, haverá os momentos de perguntas e respostas pela audiência para os palestrantes.

Durante todo o evento estarão disponíveis estações de empresas que atuam na viabilidade e orientações de projetos de armazenagem de grãos. As inscrições para participação são gratuitas e estão abertas.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Aprosoja

Fonte: Pensar Agro

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A Explosão nos Preços do Café: Como os Desafios Climáticos e o Mercado Global Impactaram a Safra de 2024

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Minas Gerais, que representa aproximadamente 30% da produção nacional de café, teve sua safra de 2024 seriamente comprometida pelas condições climáticas adversas. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção do grão no estado caiu 3,3% em relação ao ano anterior, totalizando 28,05 milhões de sacas de 60 quilos. Esse número ficou abaixo das expectativas iniciais, que previam uma safra de 30,1 milhões de sacas, 4,1% maior que a de 2023.

As mudanças climáticas, exacerbadas por fenômenos como o El Niño, trouxeram temperaturas mais altas do que o normal, estresse hídrico severo e uma seca prolongada, fatores que dificultaram o desenvolvimento saudável dos cafezais. Além disso, eventos pontuais de granizo também contribuíram para a perda de produção em algumas regiões cafeeiras de Minas Gerais. O café, como planta de clima tropical, é especialmente sensível a variações extremas de temperatura e precipitação, e esses eventos adversos afetaram tanto a qualidade quanto a quantidade da safra.   A valorização da saca de café, que já era um reflexo das flutuações do mercado global, alcançou níveis impressionantes em 2024, com uma alta média de 115% de janeiro a dezembro.

A Escassez Global e o Impacto no Mercado

Colheita de Café na Colômbia

No cenário internacional, a produção de café também enfrentou dificuldades. O Vietnã, maior produtor de café robusta do mundo, foi afetado por uma forte seca, o que reduziu significativamente sua produção. Já a Colômbia, tradicionalmente conhecida pela produção de café arábica de alta qualidade, também sofreu com chuvas irregulares e problemas fitossanitários, o que resultou em uma redução expressiva no volume exportado.

Esses problemas climáticos não são fenômenos isolados, mas fazem parte de uma tendência crescente de instabilidade climática nos principais países produtores de café. O impacto global dessa queda na produção gerou um descompasso entre oferta e demanda, o que resultou em um aumento acentuado nos preços do café no mercado internacional. Com a escassez de grãos de qualidade, os preços dispararam, e o café, que já é um dos produtos mais negociados no mundo, se tornou ainda mais valorizado.

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A Valorização da Saca de Café

O reflexo dessa escassez foi sentido diretamente no preço do café, que viu uma valorização de quase 115% do início de janeiro até meados de dezembro de 2024. Essa alta é uma das mais expressivas da história recente, e os impactos podem ser sentidos tanto no campo quanto nas prateleiras de supermercados. Produtores e cooperativas, que viram suas margens de lucro crescerem, enfrentam, no entanto, o dilema de como equilibrar os custos de produção, que também aumentaram, especialmente devido ao uso de tecnologias e insumos para mitigar os efeitos da seca.

A Cooxupé, uma das maiores cooperativas de café do mundo, com sede em Minas Gerais, tem monitorado de perto essas flutuações e auxiliado os produtores a gerenciar as consequências das condições climáticas extremas. A cooperativa, que tem grande participação na comercialização do café brasileiro, também se preocupa com o impacto da alta de preços sobre os consumidores, que podem ver o aumento refletido no preço do café torrado e moído.

O Futuro da Produção de Café no Brasil

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A situação de 2024 levanta questões importantes sobre o futuro da produção de café no Brasil e no mundo. O aumento nas temperaturas médias, a maior frequência de secas e a irregularidade das chuvas estão criando um cenário de incerteza para os produtores. Cientistas e agrônomos têm se dedicado a estudar novas variedades de café mais resistentes ao estresse hídrico e a mudanças climáticas. Além disso, práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de tecnologias para otimização do uso da água e o controle de pragas, ganham cada vez mais importância.

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O Brasil, que já ocupa a posição de maior produtor de café do mundo, precisa investir em inovação tecnológica e em práticas de cultivo adaptativas para manter sua competitividade no mercado global. A boa notícia é que, apesar das adversidades enfrentadas em 2024, o país ainda tem um enorme potencial de produção, e muitos agricultores têm se mostrado resilientes, ajustando suas práticas para lidar com as mudanças climáticas e minimizar seus impactos.

Conclusão: Desafios e Oportunidades

A safra de café de 2024 foi marcada por desafios climáticos significativos, mas também por uma alta expressiva nos preços, consequência da escassez de grãos no mercado internacional. A combinação entre clima adverso no Brasil e em outros países produtores, juntamente com uma oferta limitada de café, levou a uma valorização histórica da saca de café, com impacto direto tanto para produtores quanto para consumidores.

O futuro da cafeicultura no Brasil depende de uma abordagem estratégica que combine inovações tecnológicas, práticas sustentáveis e uma gestão mais eficaz dos recursos hídricos. Com o mercado global cada vez mais volátil, o Brasil, e especialmente Minas Gerais, têm a oportunidade de continuar sendo líderes na produção mundial de café, mas a adaptação às mudanças climáticas será fundamental para garantir a sustentabilidade a longo prazo do setor.

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Reportagem e pesquisa feitas por Alex Cavalcante – Jornalista e Técnico em Agropecuária – Ex-chefe de AGricultura e Meio Ambiente de Alpinópolis https://www.instagram.com/gmaisbrazil/

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