Saúde
Instituto Perdizes é inaugurado na Zona Oeste da cidade
O prefeito Ricardo Nunes participou na manhã desta terça-feira (08) da inauguração do novo Instituto Perdizes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), na zona oeste da capital. O investimento do Governo de São Paulo para as obras foi de R$ 79,3 milhões. Outros R$ 12 milhões foram revertidos para a aquisição de equipamentos e mobiliários.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes, a Prefeitura de São Paulo também vem trabalhando com uma atenção especial nessa questão. “Nós inauguramos nos últimos meses cinco CAPS [Centros de Atenção Psicossocial] na cidade, entre eles alguns álcool e drogas, e dois SIATs [Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica]”, disse.
A nova unidade estadual conta com 200 leitos para pacientes em tratamento contra álcool e drogas e, também, será retaguarda do complexo HCFMUSP, colaborando no combate à Cracolândia ao ampliar o atendimento de saúde para pessoas portadoras de dependência química na cidade de São Paulo.
“Esses novos 200 leitos vão ajudar a desafogar o Hospital das Clínicas. É um hospital de retaguarda, melhorando ainda mais o atendimento do nosso HC”, destacou o governador, Rodrigo Garcia. “Fico muito feliz em entregar um novo hospital para cidade de São Paulo”, completou.
O edifício da nova unidade de Saúde tem uma área de 23 mil m² e abriga um centro de tratamento de doenças relacionadas ao uso de álcool e drogas, unidade de hospital-dia, 80 leitos de internação, ambulatórios médicos e multiprofissionais, ginásio de fisioterapia e atividades físicas e espaços de convivência e reuniões terapêuticas, ou seja, total estrutura para que o paciente referenciado tenha assistência integral no tratamento à dependência química, com base nos protocolos adotados pelo Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP, que é referência na especialidade.
O local contempla também uma unidade de internação de transição de cuidados de pacientes em diversas especialidades, com 120 leitos para a assistência integral a casos agudos não-críticos, possibilitando melhor rotatividade dos leitos de internação dos demais institutos do complexo HCFMUSP. Esse bloco será equipado com tomógrafo computadorizado, raio-x digital e ultrassonógrafo, além de posto de coleta para exames de análises clínicas que atenderá todo o complexo.
“Com este novo Instituto vamos aprimorar o fluxo de atendimento aos pacientes de todo o nosso complexo, em um novo espaço com estrutura assistencial de internação e consultas ambulatoriais. Além disso, estamos oferecendo um serviço especializado e centralizado em dependência química, beneficiando o paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessita deste tipo de assistência e tendo como missão criar um modelo de tratamento e prevenção que poderá servir de referência para um programa de maior abrangência, em parceria com Estado e Município”, afirmou a presidente do Conselho Deliberativo do HCFMUSP, Eloísa Bonfá.
O Instituto Perdizes entra em funcionamento de modo gradual e, quando estiver em plena capacidade, poderá realizar mais de 2,2 mil internações anuais, mais de 5 mil atendimentos em regime de hospital-dia, mais de 16 mil consultas médicas ambulatoriais, além dos demais atendimentos multiprofissionais, como psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e assistência social, entre outros.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, os pacientes atendidos na rede de psicoatenção poderão ser atendidos no novo hospital estadual. “Os pacientes serão encaminhados pelos CAPS nesse serviço de internação e, depois de recuperados, voltam para fazer o acompanhamento nos CAPS”, explicou. “Aqui vão acontecer internações voluntárias e involuntárias, vai depender da condição” do paciente”, finalizou.
Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Especialistas se reúnem em workshop para discutir estratégias e inovações para impulsionar a economia de baixo carbono e a redução de emissões de gases de efeito estufa no Brasil
A redução da emissão de gases poluentes é uma demanda mundial urgente para desacelerar o processo de aquecimento global. O impacto das mudanças climáticas, com a recorrência de eventos extremos como verões mais quentes, períodos de secas e chuvas mais concentradas e intensas, impulsiona a transição para uma economia de baixo carbono.
Para estimular a troca de experiências e conhecimentos sobre o assunto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) promove, no dia 22 de outubro de 2024, o workshop “O papel das engenharias na transição para uma economia de baixo carbono”. O evento, gratuito e aberto ao público, reúne especialistas para debater soluções integradas para a redução de emissões de carbono e da sustentabilidade em diversos setores como indústria, transporte, construção civil, energia e agronegócio.
O papel da engenharia
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) “Economia de Baixo Carbono”, o workshop apresentou novas perspectivas para o mercado de carbono brasileiro e abordou a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) por meio do Projeto de Lei 182 de 2024, em análise no Senado.
“Precisamos ampliar a discussão sobre esse mercado e o papel das engenharias na desaceleração das mudanças climáticas”, pontuou a coordenadora do GT, engenheira mecânica Sírcia de Sousa.
Segundo ela, que também é conselheira da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, a engenharia é essencial para o planejamento e implementação de estratégias de descarbonização para setores industriais, monitoramento e verificação de gases de efeito estufa, além da criação de soluções baseadas na natureza para remoção de carbono. “Os engenheiros também desempenham um papel essencial na produção de normas que orientam e incentivam a população a ter atitudes menos agressivas ao meio ambiente, além de tornar atrativa a adesão da sociedade a um cotidiano de menor emissão de gases poluentes”, ressalta Sírcia.
O engenheiro florestal e técnico administrativo da Ufla, Thiago Magalhães Meirele, destacou a importância de ambientes como o workshop organizado pelo Crea-MG para que profissionais de diversas áreas possam interagir, debater e criar soluções mais ágeis para que o processo de migração do mercado para a economia de baixo carbono seja mais eficiente. “Esse processo é multidisciplinar, cada profissional dentro da sua área, da sua especificidade e atribuição técnica tem seu papel. Juntos, eles vão ajudar na criação de novas tecnologias, no desenvolvimento de protocolos, na aplicação de certificações, dentre outras questões”, disse. Thiago ainda destacou que é preciso que toda a população tenha consciência do tema. “Esses são problemas coletivos e só podem ser resolvidos na coletividade, se não houver um entendimento de que todas as áreas precisam trabalhar juntas para atingir essas metas, a gente não vai conseguir alcançá-las”, afirmou. O engenheiro concluiu explicando a importância do poder público nesse contexto. “Esse processo perpassa também por mudanças de políticas públicas, por incentivos fiscais, por educação”.
Também reconhecendo a iniciativa do Crea-MG em promover um evento para debater um tema “muito importante e de interesse mundial”, o engenheiro florestal Enio Fonseca, com 42 anos de atuação nas áreas de sustentabilidade, meio ambiente e mineração, ele veio participar do workshop. Fonseca parabenizou o Conselho e relembrou que “a engenharia tem um papel muito importante na dinâmica da concepção e operacionalização dessas questões da transição energética e que envolvem o crédito de carbono’’
Exemplo mineiro
Durante o workshop o município do sul de Minas, Extrema, ganhou espaço por ser o pioneiro e ser exemplo em relação a implementação de políticas ambientais. “O primeiro o município que tem esse tipo de modelo de mercado regulado de carbono é mineiro. Extrema é um caso de sucesso que começou em 2005 com uma política de pagamento dos serviços ambientais e na evolução da política, entre 2015 e 2017, eles começaram a incorporar a questão do carbono como uma das condicionantes ambientais”, comentou a engenheira florestal Valéria de Fátima Silva, integrante da Carbon Flore, empresa dedicada a soluções para economia de baixo carbono.
Valéria explicou que em nível estadual e nacional, a regulação caminha lentamente e que ainda existem diversos entraves para que o mercado adote políticas ambientais.
“Para avançar, é preciso haver consenso e envolvimento, e Extrema se diferenciou por fazer esse envolvimento voluntariamente, então só quando as empresas passaram a apoiar o projeto voluntariamente, eles instituíram isso como lei. Então o caminho foi primeiro de convencimento, de engajamento voluntário, para depois a obrigação legal”, explicou a engenheira florestal.
Outro desafio apontado pelo engenheiro de produção civil e professor do Cefet-MG Augusto César da Silva Bezerra é a ampliação do uso de biomassa para a produção de energia. Para ele, o mercado de uma maneira geral está atento ao uso consciente da energia. “A indústria global tem uma projeção de emissões mais voltada para o setor energético, para a energia, o uso da energia na indústria. E a indústria brasileira, nesse aspecto, está bem. A energia brasileira é uma energia mais limpa do que a média global. Nosso principal desafio, eu acredito que seja a gente conseguir potencializar o uso de biomassa, seja para a produção de energia térmica, de biocombustíveis ou de bioenergia, de uma forma ampla”, afirmou.