Saúde
PESQUISAS BRASILEIRAS NA ANTÁRTICA
Segundo o Ministério da Ciência , há pesquisas sendo desenvolvidas que trarão benefícios para as áreas da medicina, com a formulação de medicamentos; da agricultura, no desenvolvimento de novos pesticidas e herbicidas; e da indústria, na fabricação de produtos como anticongelantes e protetores solares. As pesquisas feitas na Antártica estão inseridas no Programa Antártico Brasileiro […]
Segundo o Ministério da Ciência , há pesquisas sendo desenvolvidas que trarão benefícios para as áreas da medicina, com a formulação de medicamentos; da agricultura, no desenvolvimento de novos pesticidas e herbicidas; e da indústria, na fabricação de produtos como anticongelantes e protetores solares.
As pesquisas feitas na Antártica estão inseridas no Programa Antártico Brasileiro (Proantar), que em 2020 completa 38 anos de atuação. Há também a presença do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera e pesquisas da Fiocruz.
Ao todo, são 19 projetos de pesquisa sendo desenvolvidos. Eles foram aprovados pelo Comitê Científico de Pesquisa Antártica (SCAR, sigla para Scientific Committee on Antarctic Research).
Confira abaixo alguns destaques:
Vigilância epidemiológica
Pesquisadores da Fiocruz fazem coleta de materiais na Antártica para pesquisar microorganismos — Foto: Divulgação/Fiocruz/Paulo Lara
Pela primeira vez, a Fiocruz tem um laboratório na Antárica para se dedicar ao estudo de microorganismos. De acordo com Wim Degrave, coordenador do projeto FioAntar, a ideia é identificar potenciais riscos de infecção.
“A gente pensa que a Antártica é muito longe, muito isolada, mas não é bem assim. Há golfinhos, baleias, animais marinhos, aves migratórias, correntes marítimas e de ar que transitam pelos continentes. Eles carregam micro-organismos e microplásticos que absorvem bactérias e fungos que poderiam infectar o ser humano. Além disso, há o turismo crescente na região”, diz Degrave, em entrevista ao G1.
O fluxo dos micro-organismos é tema de análise destes pesquisadores. Degrave esteve no continente entre outubro e dezembro do ano passado para finalizar a instalação dos equipamentos e fazer os primeiros testes.
Ele e os pesquisadores da Fiocruz recolheram amostras da água de degelo, do mar, e das praias. Ao longo da pesquisa, também serão coletadas amostras de fezes de animais e pássaros e carcaças
“A gente olha para a biodiversidade e quais bactérias, vírus e fungos têm ali; como a biodiversidade é influenciada pelo trânsito no continente; e quais são eventualmente as moléculas e enzimas que poderíamos aproveitar para fazer protótipos de antibióticos ou novos fármacos”, explica.
DNA ambiental
Cientista Paulo Câmara, da UnB em frente a Estação Antártica Comandante Ferraz — Foto: Arquivo Pessoal
A análise de DNA das amostras recolhidas já permitiu que fossem encontrados sinais de uva, cebola e até pachouli na Antártica. “Não é que tem um pé de uva lá”, brinca o professor de Botânica da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Câmara, um dos pesquisadores que estão na Antártica.
“Mas o DNA está presente, e a gente imagina que tenha sido levado por turistas, que frequentam uma área com águas quentes em uma cratera de vulcão”, explica, em entrevista ao G1.
A análise do DNA também permite identificar as plantas do continente, que crescem submetidas a condições ambientais muito extremas (como frio, ventos, raios ultravioleta e escuridão total durante o inverno). “A morfologia (forma) delas é um pouco esquisita, e muitas estão identificadas errado. A gente está pela primeira vez aplicando a ferramenta molecular – estamos usando DNA – para identificar essas plantas”, explica.
A pesquisa vai ajudar a entender como as plantas se locomovem ao longo das correntes de ar, como elas chegam até a Antártica, como evoluem, e por que se estabelecem. “Se elas ficam 6 meses debaixo do gelo e ficam vivas fazendo fotossíntese, elas têm substâncias que são anticongelantes, e anticongelantes são úteis na aeronáutica”, afirma Câmara.
Biotecnologia
Os musgos da Antártica conseguem sobreviver a temperaturas menores de -80°C. Os cientistas investigam quais os mecanismos físicos e biológicos são responsáveis por esta dinâmica, segundo o Ministério da Ciência. Ao isolá-los, é possível aplicar o mesmo mecanismo anticongelante na aviação, por exemplo.
Já os fungos produzem substâncias que têm propriedades antibióticas, pigmentos e enzimas que podem levar ao desenvolvimento de novos produtos.
Pássaro avistado na Ilha Rei George, na Antártica, onde foi inaugurada a estação brasileira de pesquisas no continente gelado — Foto: Reprodução/TV Globo
Clima
O clima na América do Sul é fortemente influenciado pela Antártica. Por isso, há pesquisas sendo feitas para investigar as mudanças climáticas e o equilíbrio do ecossistema.
De acordo com o Ministério da Ciência, essas pesquisas são fundamentais para prever cenários futuros de mudança climática no Brasil.
Nos nove laboratórios do INCT da Criosfera, são analisados o impacto do degelo no nível do mares, a reconstrução paleoclimática e também a química da atmosfera a partir de amostras de gelo que guardam as substâncias químicas de cada época, segundo o Ministério da Ciência.
O INCT ainda monitora e avalia as consequências socioeconômicas decorrentes da rápida redução do gelo marinho ártico e também busca organismos extremófilos em ambientais glaciais, diz a o MCTIC, em nota.
Acampamento de pesquisadores na Antártica — Foto: Andrés Zarankin/Arquivo pessoal
Pesquisa arqueológica cortada
Uma pesquisa coordenada pela UFMG, com a participação dos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Espanha, Chile e Argentina, já escaneou 70% dos sítios arqueológicos e o material, em 3D, está disponível na internet a estudiosos de todo mundo. Mas, este ano, a continuidade dos estudos foi cortada.
De acordo com o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Andrés Zarankin, a ideia era chegar aos 100% em dois anos. Ele e a equipe tentam provar que o homem chegou à Antártica muito antes das expedições de europeus no século 19 e início do século 20.
fonte: G1.globo.com
Saúde
Falta de vitamina D na durante a gestação pode causar autismo no bebê!
Novo estudos indicam uma relação significativa entre níveis adequados de vitamina D durante a gestação e a saúde neurodesenvolvimento dos recém-nascidos. A pesquisa sugere que a suplementação de vitamina D em grávidas pode diminuir o risco de os bebês desenvolverem transtornos como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). TEA afeta a percepção e interação do indivíduo com o ambiente, variando em gravidade e sintomas de pessoa para pessoa.
Conduzidas por pesquisadores de instituições renomadas na Austrália e na Holanda, investigações recentes destacam a importância da vitamina D na gravidez. Combinando estudos em humanos e experimentos em modelos animais, esses estudos lançam novas perspectivas sobre as medidas preventivas potenciais para o autismo.
Como a deficiência de Vitamina D está relacionada ao Autismo?
Nos estudos realizados, foram analisadas aproximadamente 4.200 amostras de sangue de gestantes e seus filhos. Os resultados revelaram que mães de crianças com TEA tinham níveis significativamente inferiores de vitamina D. Essa deficiência sugere uma possível correlação entre baixos níveis dessa vitamina e a manifestação de características autistas nas crianças.
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