TECNOLOGIA
Telegram: o que levou o app a ser suspenso no Brasil pela segunda vez?
Nesta quarta-feira (26), a Justiça Federal do Espírito Santo determinou a suspensão imediata do Telegram em todo o Brasil, através do bloqueio por operadoras de telefonia e pelas lojas oficiais de aplicativos.
A decisão veio após o Telegram se recusar a cumprir completamente uma ordem judicial para fornecer dados de participantes de grupos neonazistas na plataforma. A ordem fazia parte das investigações sobre o ataque a uma escola em Aracruz (ES) no final do ano passado, realizado por um adolescente de 16 anos.
Segundo o juiz que determinou a suspensão, a justificativa do Telegram para não fornecer os dados foi “genérica”, afirmando que o grupo em questão já havia sido deletado.
De acordo com a polícia, “o conteúdo do celular utilizado pelo jovem revela que a ação pode ter sido induzida por integrantes neonazistas de forma anônima através do aplicativo do Telegram”. Além da suspensão, a multa pela falta de fornecimento de informações por parte da plataforma aumentou de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por dia de atraso.
Telegram na mira
Nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, Flavio Dino, disse que “há agrupamentos denominados Frentes Antissemitas ou Movimentos Antissemitas atuando nessas redes e nós sabemos que isso está na base da violência contra nossas crianças e nossos adolescentes”.
Atualmente, devido à onda de ataques em escolas, o ministério investiga mensagens sobre supostas ameaças de massacres em diversas plataformas digitais.
Na última semana, a pasta já havia afirmado que o Telegram era a única plataforma que não tinha atendido aos pedidos do governo federal, e Dino havia ameaçado abrir um processo administrativo contra o Telegram.
No início do mês, o ministério publicou portaria que determina que as plataformas digitais excluam conteúdos violentos a pedido do governo, sob risco de serem suspensas do país. Com a decisão da Justiça Federal, porém, o processo administrativo contra o Telegram não chegou a ser aberto.
Não é a primeira vez
O Telegram, que não tem sede no Brasil, tem um histórico bastante turbulento no país, justamente pela falta de transparência a respeito de medidas de moderação de conteúdo e pelos descumprimentos de determinações oficiais.
Em março do ano passado, o aplicativo chegou a ter suspensão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, a determinação veio após o Telegram descumprir a exigência de tomar providências para conter a disseminação de desinformação política.
“O aplicativo Telegram é notoriamente conhecido por sua postura de não cooperar com autoridades judiciais e policiais de diversos países, inclusive colocando essa atitude não colaborativa como uma vantagem em relação a outros aplicativos de comunicação, o que o torna um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”, afirmou Moraes em sua decisão.
Horas depois da determinação do STF, o diretor-executivo do Telegram, Pavel Durov, divulgou um pedido de desculpas, e a plataforma passou a cumprir as medidas exigidas pela Justiça brasileira. Moraes, então, revogou a ordem de bloqueio, e o Telegram não chegou a ser banido, de fato, do Brasil.
Fonte: Tecnologia
TECNOLOGIA
Meta, Google e OpenAI firmam compromisso por IA mais responsável
As sete principais empresas de inteligência artificial (AI) dos Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira (21) em adotar uma série de medidas para desenvolver seus sistemas de forma mais responsável. O acordo foi realizado entre as companhias e o governo dos Estados Unidos.
Dentre os compromissos aceitos pela Amazon, Anthropic, Google, Inflection, Meta, Microsoft e OpenAI, estão investimentos em cibersegurança, realização de testes envolvendo aspectos de discriminação nos sistemas de IA antes de seus lançamentos, e um novo sistema de marca d’água em conteúdos gerados por IA.
Este último compromisso é uma forma das empresas sinalizarem que um texto, áudio, vídeo ou foto foi gerado por uma inteligência artificial, evitando que usuários acreditem, por exemplo, em deepfakes. As empresas ainda trabalham para implementar as novidades.
Por se tratar de um compromisso voluntário, a medida não é considerada uma regulação das empresas de IA, já que não há consequências para o descumprimento das promessas.
Em paralelo à medida do governo, o Congresso dos EUA estuda propor uma lei para regulamentar sistemas de IA.
No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou no início de maio um projeto de lei para regulamentar sistemas de inteligência artificial. Por enquanto, a matéria ainda não tem data para ser votada.
Fonte: Tecnologia