Tribunal de Contas
TCEMG realiza I Colóquio Internacional de Controle Externo
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG) deu início hoje, 12 de junho, ao I Colóquio Internacional de Controle Externo. O evento será realizado em dois dias e tem o objetivo de aproximar a academia e a sociedade das discussões realizadas pelo sistema de Controle Externo nacional.
O presidente do TCE, conselheiro Gilberto Diniz, na fala de abertura, ressaltou o desafio que a informatização trouxe à função de fiscalizar. “O controle de contas contemporâneo deve também se preparar para realizar auditoria de algoritmos que são utilizados cada vez mais para a tomada de decisões sensíveis no âmbito da administração pública, nesse mundo tão informatizado e digital”, frisou. “Essas novas miradas, ou dimensões do Controle Externo, se inserem no que denomino Controle Estratégico de Contas, que é o Controle realizado no presente, sem ouvidor padrões, as referências e experiências do passado, e com os olhos voltados para as perspectivas do futuro. Isso demanda preparo, conhecimento e saberes, sobretudo em planejamento os quais não podem pressentir de pesquisas e conteúdos inerentes aos estudos prospectivos e de futuro”, lembrou Diniz.
O conselheiro presidente ainda citou o colega componente da mesa de honra, o filosofo e professor Gonçal Mayos. “A presença do professor Gonçal Mayos entre nós, trazendo a originalidade de suas ricas e percucientes reflexões, é um feliz encontro das novas exigências, desafios e capacitações reclamadas ao sistema tribunais de contas que tem buscado, a exemplo desta jornada que hoje se inicia, a construção de conexões e diálogos com centro de excelências acadêmicas, visando o melhor desempenho de suas atribuições constitucionais mormente as de natureza pedagógica”, salientou.
Gilberto citou a obra de Mayos “La sociedade de la ignorancia”, que antecipou a existência de um “cenário desafiador e incerto das tecnologias da informação e da comunicação, das big techs”. “O ciberespaço nos desafia a pensar novos mundos, que por seres novos são incertos, inseguros e voláteis, assim coloca-se diante dos estados democráticos de direito, suas democracias representativas e por conseguintes dos tribunais de contas”, refletiu.
Outro componente da mesa de abertura, o diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, professor Hermes Vilchez Guerrero, reforçou a importância do estudo do Direito Administrativo, que “nos mostra a importância do Estado, da governança e da res publica”, fazendo referência ao termo latim que significa coisa do povo.
A chefe do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, professora Carla Ribeiro Volpini, também compôs a mesa de honra.
O tema principal do encontro é “Cidadania, desenvolvimento e efetividade das políticas públicas”, buscando estabelecer conexões entre o cenário brasileiro e o internacional. Assim, afirma o papel pedagógico dos tribunais de contas no desenvolvimento e aprimoramento das políticas estatais.
A conferência de abertura ficou responsável pelo professor Gonçal Mayos, que abordou o tema “O Controle das políticas públicas como melhora da confiança cidadã e da justiça social”.
Mayos é coordenador do Doutorado em Cidadania, Direitos Humanos, Ética e Política, além de professor titular de Filosofia na Universitat de Barcelona, editor-chefe da Atrolabio, revista internacional de Filosofia da Universitat de Barcelona, e da revista Nuvens; Filosofia, Arte e Literatura; diretor dos grupos de pesquisa Crise da Razão Prática, entre outras funções.
O evento está sendo promovido em parceria com o programa de Pós-graduação em Direito e Justiça da Universidade Federal de Minas Gerais e o Centro de Excelência em Estudos Europeus Jean Monnet da UFMG.
Estiveram presentes os conselheiros Wanderley Ávila e Cláudio Terrão; o conselheiro substituto Telmo Passareli; o subprocurador-geral do Ministério Público de Contas Daniel Guimarães; os procuradores Sara Meinberg e Glaydson Massaria; o procurador-geral do Tribunal de Contas, Plínio Salgado; entre outras autoridades públicas.
Fred La Rocca – Coordenadoria de Jornalismo e Redação
Fonte: Tribunal de Contas de MG
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.
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