Rural
Governo encaminha projeto de Lei do Combustível do Futuro ao Congresso
O Governo Federal enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro, uma medida abrangente que visa promover a mobilidade sustentável de baixo carbono e contribuir para que o Brasil alcance suas metas internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa.
A importância do Brasil na transição energética mundial é destacada no projeto. O país possui um grande potencial na produção de biocombustíveis, tornando-se uma peça-chave na busca global por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis. Essa iniciativa representa uma oportunidade única para transformar o Brasil em um protagonista na produção de combustíveis renováveis, assim como o Oriente Médio é para o petróleo.
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfatizou a necessidade de o Brasil não se limitar a ser apenas um exportador de commodities e importador de produtos já processados.
O país deve investir em sua industrialização, desenvolver a bioeconomia nacional, gerar empregos e renda para seus cidadãos, enquanto promove a descarbonização da economia de forma eficiente.
O Combustível do Futuro foi elaborado com a participação de representantes do governo, da indústria, de associações relacionadas ao mercado de combustíveis e da comunidade científica.
O projeto apresenta várias inovações que convergem para a descarbonização da matriz energética de transportes, a industrialização do país e o aumento da eficiência energética dos veículos. Ele propõe a integração entre a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística e o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Veicular).
A metodologia adotada considera a Avaliação do Ciclo de Vida completo do combustível, do poço à roda, para avaliar as emissões de gases de efeito estufa de diferentes fontes energéticas utilizadas nos transportes. Essa abordagem visa mitigar as emissões de dióxido de carbono equivalente com o melhor custo-benefício.
Além disso, o projeto institui o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), que visa incentivar a produção e o uso do Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Os operadores aéreos terão a obrigação de reduzir as emissões de dióxido de carbono em até 10% até 2037, através do aumento gradual da mistura de SAF no querosene de aviação fóssil.
O PL também cria o Programa Nacional do Diesel Verde (PNDV), que visa reduzir a dependência do país do diesel derivado de petróleo, incorporando o diesel verde à matriz de combustíveis.
O percentual obrigatório de adição ao diesel fóssil será determinado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) com base na oferta do produto e outras condições relevantes.
Outra mudança importante é o aumento dos limites para a mistura de etanol anidro à gasolina, que pode variar de 22% a 30%, condicionado à viabilidade técnica. Isso visa aumentar a octanagem do combustível e promover melhorias nos motores de combustão interna, além de contribuir para a redução do preço da gasolina ao consumidor.
O projeto também estabelece um marco regulatório para combustíveis sintéticos, chamados de “e-Fuel”, permitindo a redução das emissões de gases poluentes dos combustíveis de origem fóssil sem a necessidade de alterações nas peças ou componentes dos motores.
Além disso, o PL propõe a regulamentação das atividades de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono, o que possibilitará a remoção de gases de efeito estufa da atmosfera e seu armazenamento em reservatórios subterrâneos. Essa medida contribuirá para a redução das emissões de gases poluentes.
Em resumo, o Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro representa um passo importante na direção da mobilidade sustentável e da redução das emissões de GEE no Brasil, ao mesmo tempo em que cria oportunidades para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.
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