Rural
Festa no Pará: o cacau foi a grande surpresa deste carnaval, na Bolsa de Nova York
O cacau foi a grande surpresa deste carnaval. Não, o produto não foi tema de nenhuma escola de samba, muito menos samba enredo, mas deu samba na Bolsa de Nova York: os preços da commoditie dispararam nesta terça-feira (13.02), alcançando novos patamares históricos.
Os contratos para março subiram 2,41%, para US$ 6.001 a tonelada (em torno de R$ 30 mil), enquanto os lotes para maio, os mais líquidos, avançaram 1,24%, negociados a US$ 5.652 a tonelada (uns R$ 28 mil).
A alta surpreendente é atribuída, pelos especialistas, principalmente aos problemas na safra da Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau. A falta de chuvas nas principais regiões produtoras do país africano aumenta a preocupação com a próxima colheita intermediária, que deve começar em abril.
O Conselho de Cacau e Café da Costa do Marfim recentemente projetou uma produção entre 400 mil e 450 mil toneladas para a safra intermediária, abaixo das 550 mil toneladas da safra passada.
Analistas do Citibank acreditam que os valores do cacau em Nova York podem atingir entre US$ 6.100 e US$ 6.300 a tonelada durante o próximo mês. A instituição não descarta a possibilidade de preços ainda mais altos, entre US$ 7.000 e US$ 10.000 a tonelada, caso as perspectivas de oferta na África Ocidental continuem a se deteriorar e a demanda se mantenha firme.
FESTA NO PARÁ – O carnaval paraense foi debaixo de chuva, mas não desanimou ninguém.
Com a alta do cacau o Estado se consolida como um gigante na produção de cacau – respondeu por metade da produção nacional em 2023, com 150 mil toneladas. Essa liderança se traduz em um valor de produção de R$ 1,8 bilhão, impulsionando a economia do estado e do país.
Altamira, Itaituba, Medicilândia, Uruará e Novo Progresso se destacam como os principais municípios produtores, cultivando variedades como Trinitário, Nacional e Catongo. 60% da produção abastece o mercado interno, enquanto 40% conquista o mercado externo, demonstrando a qualidade e competitividade do cacau paraense.
Clima favorável, solo fértil, expansão da área plantada e investimentos em pesquisa e desenvolvimento são alguns dos fatores que contribuem para essa liderança. O apoio governamental, por meio de programas de incentivo à produção e à comercialização, também é fundamental para o sucesso da cacauicultura no Pará.
Doenças e pragas, mão de obra qualificada, logística e agregação de valor são os desafios que o setor enfrenta para continuar crescendo. No entanto, a expectativa é de que a produção continue a aumentar, alcançando 200 mil toneladas até 2025. A adoção de práticas agrícolas sustentáveis, a busca por qualidade e a diversificação de mercados garantem a competitividade do cacau paraense no cenário nacional e internacional.
Fonte: Pensar Agro
Política
Dino Bloqueia Emendas e CGU Investiga PIX Suspeitos Para ONG`s
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino optou, nesta terça-feira (12), por manter a suspensão da liberação das emendas parlamentares. Essa medida foi tomada após a CGU (Controladoria-Geral da União) apresentar um relatório apontando desvios nos repasses de recursos destinados a ONGs (Organizações Não Governamentais) por deputados e senadores.
O ministro também notificou a Câmara dos Deputados e o Senado, concedendo-lhes o prazo de até dez dias para se pronunciarem sobre as informações do órgão. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais dez dias para emitir sua posição.
No relatório, a CGU identificou falhas no uso das chamadas emendas Pix — quantias alocadas por parlamentares diretamente a estados ou municípios, sem a exigência de firmar convênios ou elaborar projetos detalhados. Entre dez organizações analisadas, ao menos seis revelaram problemas de transparência e má utilização dos recursos públicos.
A investigação da CGU indicou que, em várias dessas ONGs, não houve chamamento público ou seleção de projetos, violando a legislação que regulamenta parcerias entre a administração pública e entidades da sociedade civil. “Constatou-se que cinco das dez entidades não possuem equipe ou infraestrutura adequada para a execução dos objetivos propostos”, destacou o relatório da Controladoria.
Além disso, a CGU observou que, em oito das dez organizações investigadas, não se respeitaram critérios claros e objetivos para a compra de bens, contratação de serviços ou implementação dos projetos de acordo com as normas vigentes.
Diante dessas irregularidades e da falta de transparência, o STF determinou, em agosto, a interrupção de todos os repasses obrigatórios de emendas pela União. Dino sustentou que os pagamentos devem permanecer suspensos até que haja garantias adequadas de transparência e mecanismos de rastreamento. Sua decisão foi confirmada pelo plenário do Supremo.